Impressionismo: sete pintoras para se apaixonar

Nathalia Pinto
Nathalia Pinto
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5 min readNov 15, 2020

Marco inicial da chamada arte moderna, o impressionismo revolucionou a forma de pintar e utilizar as cores no século XX. As pinceladas soltas e as paletas de cores claras, envoltas na vida cotidiana presentes nas telas, deram o que falar naquele momento.

Os artistas Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Edgar Degas, Camille Pissarro e Édouard Manet são sempre os mais lembrados quando se fala no movimento. No entanto, mulheres também participaram desse novo modo de fazer arte, em uma época com restrições artísticas impostas à elas. As pintoras do impressionismo —subvalorizadas ou até mesmo ignoradas pela Academia — produziram trabalhos introspectivos, com grande senso de inovação e sensibilidade estética.

1 — Berthe Morisot

Conhecida como “a pintora das mulheres”, Berthe foi uma das fundadoras do impressionismo, ao lado dos pintores já mencionados acima. Francesa, teve suas primeiras aulas de desenho aos 16 anos, na sua cidade natal, Bourges. Em 1874, data da primeira exposição dos impressionistas, Berthe foi convidada para participar e apresentou obras de leveza pictórica.

Os temas preferidos de Morisot são cenas de felicidade familiar, com crianças, flores, mulheres, parque e jardins. Retratos de membros de sua família, especialmente de sua filha Julie, os campos e as paisagens rurais também eram assuntos recorrentes em seus quadros. Quando olhamos uma pintura de Berthe, podemos perceber o tratamento doce, vivo e um pouco rebelde dado aos quadros; como quando os personagens retratados fundem-se dentro das paisagens, nos deleitando e deixando que a delicadeza das cores nos envolva.

O Berço, 1872 / WikiArt

2 — Mary Cassatt

Americana, Mary mudou-se com a família para a Europa aos 6 anos; retornando quatro anos depois para os Estados Unidos. Ao final da Guerra Civil, com 21 anos, tornou-se uma das primeiras artistas do seu país a deixar a América em direção à Paris, para completar a sua formação em Belas Artes.

Cassatt colaborou estreitamente com Degas, onde buscava inspiração em suas concepções artísticas; procurando-as também na arte japonesa e na atmosfera doméstica. As cenas de interiores e ao ar livre eram suas preferidas, porém a pintora também gostava de retratos de mulheres e crianças — a maioria das retratadas eram suas irmãs e primas.

Young Mother Sewing, 1900/ Metropolitan Museum of Art

3 — Marie Bracquemond

Autodidata, Marie não teve o apoio dos pais para uma formação artística acadêmica. Ela foi descoberta pelo artista neoclássico Jean-Auguste-Dominique Ingres, que acabou por tornar-se o seu exemplo de educação artística. No entanto, a parceira durou pouco tempo, pois, segundo escritos de Bracquemond, Ingres “desaprovava a sua curiosidade para pintar qualquer coisa diferente de folhas, frutas ou natureza morta”. A pintora prezava pela vivacidade nas cenas ao ar livre e pela paleta de cores vibrantes.

On the Terrace at Sèvres, 1880 / Artsy

4 — Eva Gonzalès

Aluna e modelo de Manet, Eva expôs no Salão de Paris pela primeira vez em 1870. Com obras marcadas pela poesia e sensibilidade, trabalhou com formas suaves e cores claras. A artista morreu aos 34 anos, não obtendo destaque ou reconhecimento até hoje.

Awakening Girl, 1877–1878 / Artsy

5 — Cecilia Beaux

Segunda americana da lista, Cecilia foi considerada uma das melhores retratistas do final do século XIX e início do XX. Durante a faculdade, fazia litografias, pintava porcelanas e vendia artes comerciais. Beaux pintou escritores, políticos e outros artistas importantes da época. Uma de suas pinturas mais famosas é o portrait da filha e da esposa do então presidente dos EUA, Theodor Roosevelt, na Casa Branca.

A artista adorava o jogo de luzes e o foco utilizado pelos impressionistas, com figuras bem definidas e cores ousadas no fundo. Ela foi a primeira mulher a lecionar na Academia de Belas Artes da Pensilvânia, sua cidade natal; exibiu obras no Salão de Paris; além de ser eleita membro da Sociedade Nacional de Belas Artes da França.

Portrait of Alice Davison, 1909 -1910 / Artnet

6 — Georgina de Albuquerque

Pouquíssimo conhecida ou estudada, a brasileira nascida em Taubaté, interior de São Paulo, foi uma das principais mulheres a conseguir firmar-se como artista no século XX. Estudou na França, foi diretora da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e expôs regularmente na Exposição Geral de Belas Artes, em São Paulo. O tema recorrente de seus trabalhos era a preocupação social, tendo pintado mulheres trabalhando, mas também paisagens, retratos e nus. Nas telas, é possível perceber as paletas de cores luminosas, cromáticas e as rápidas pinceladas, características do impressionismo.

Dia de verão, 1926 / Google Arts & Culture

7 — Nadežda Petrović

Pelo tom moderno de suas pinturas, a obra de Nadežda — talvez a pintora mais importante da Sérvia — não foi bem recebida pelos compatriotas artistas, no início do século XIX. O reconhecimento só chegou em 1905, ao liderar a primeira colônia de arte iugoslava duas cidades sérvias. Nos retratos e paisagens pintados por Petrović, temos como característica o emprego de grandes superfícies e cores, já se aproximando um pouco do fauvismo. Durante a Guerra dos Balcãs, Nadežda atuou como enfermeira voluntária, ganhando medalhas de honra pelo trabalho humanitário desenvolvido.

Mulher com sombrinha, 1907 / Casopiskus

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