Sobre a pressa e o sutil
Em um mundo que cada vez mais pede a pressa, a correria, o imediatismo. Eu me convido a ficar, ficar com meus pensamentos, com meus sentimentos, com minha solitude, comigo mesmo.
Distanciar é necessário, observar de longe e sentir o que ainda nos toca. O sútil não foi a lugar algum, este somente se mostra, para aqueles que sabem onde encontrá-lo.
É como uma flor tímida, que está esperando a Primavera para só então, desabrochar. E ela espera, paciente, resiliente, as vezes nem tanto, as vezes quer se entregar à rapidez da vida. Mas depois ela se lembra, ela não é assim, não pode ser assim. Então, ela espera.
Não porque ir com a multidão desesperada possa ser ruim, cada um tem sua forma de lidar, com o tempo, com a vida. Mas para certas pessoas, o passar da vida tem um peso diferente, as coisas que lhe tocam, podem ser consideradas fúteis ou sem sentido, por quem não as compreendem (isso quando sequer conseguem ver que há algo diferente nelas).
A pressa é sobre saber como lidar com ela, quando ir rápido, quando desacelerar, quando ir mais rápido ainda. Ou simplesmente quando apenas ficar e observar.
Essa pressa não precisa ser identificada como inimiga, aliás, todo rótulo é apenas o que significa a palavra, um rótulo. Quando ela se instala, pode ser o momento de pensar no que está acontecendo, em como a vida está sendo levada. Afinal, existimos para um objetivo em comum, obter o conhecimento necessário para trazer a luz da consciência para este e outros mundos.
A sutileza pode nos levar longe, por estradas nunca antes visitadas, não ter pressa, significa estar pronto para os prazeres da jornada, jornada essa que nos deixará uma marca, por toda a eternidade, por mais que você não esteja mais aqui, sua jornada ainda ecoará por todo o tempo, deste momento em diante e do fim para o início, esse é o ciclo da vida, da sutileza.
Para finalizar, você já viu um arco-íris duplo?
