O encontro de uma mulher com a tecnologia — minha trajetória até a Nave.rs

Bruna Freitas
nav9 Team
Published in
5 min readJul 28, 2021

Olá, eu sou a Bruna, sou estagiária de desenvolvimento back-end aqui na Nave.rs desde maio de 2021. Venho aqui compartilhar minha história com a tecnologia e a Nave.rs.

No meu ensino médio fiz o curso técnico em geoprocessamento no IFRS — Rio Grande. Nele, eu usava muitos softwares e ao longo do curso, sempre vinha a curiosidade de saber como esses sistemas funcionavam. Desse momento em diante, comecei a pesquisar ainda mais sobre tecnologia, e percebi o quanto esse mundo me encantava. No meu último ano do ensino médio, pesquisei muito e escolhi cursar engenharia de computação na FURG. Foi uma decisão muito singular da minha parte. Sabe, na minha família não havia pessoas inseridas no mercado da tecnologia, por conta disso, o meu contexto sobre a área, ou de como era o cenário na área de tecnologia para mulheres era bastante vago.

Fiquei surpreendida com a quantidade de estereótipos no mundo da programação e comentários sobre eu não possuir o perfil de uma pessoa programadora. Além disso, lembro de uma pesquisa que fiz em 2018 sobre mulheres na tecnologia ou na programação, e ter poucos resultados! O primeiro sentimento que me veio foi o medo, medo de um mundo que eu não conhecia.

Ainda em 2018, em meio as minhas pesquisas sobre a área, assisti um vídeo que me marcou bastante, no qual a Camila Achutti, cientista da computação, falava em um TEDxTalks sobre tecnologia, inovação e mulheres. Nele ela aborda justamente sobre esse medo que muitas mulheres, inclusive eu, sentíamos e como era importante seguir caminhando para transformar esse cenário.

Outro paradigma relevante, foi abordado por Ciranda de Morais no TEDxUFMT em julho de 2018. Ela aborda sobre as portas de vidro, que segundo o relatório global Mulheres nos Negócios e na Gerência, publicado em 2015 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), trata que quando as mulheres entram para as empresas elas não chegam às lideranças, pois existe um teto de vidro. Essa teoria se estende para o fenômeno do labirinto, pois algumas chegam, mas por um caminho tortuoso e obtendo assim uma liderança mais frágil.

Essas pesquisas me ajudaram muito a “preparar o psicológico” para enfrentar momentos próximos. No dia 12 de fevereiro de 2019, era meu primeiro dia no curso de engenharia de computação, e por mais preparada que eu estivesse, quando me deparei com 5 mulheres em uma sala que comporta 50 alunos, foi bem assustador.

Durante esse primeiro ano na computação, me envolvi em muitos projetos de pesquisa e conheci um pouco de cada área da tecnologia. Foi fundamental a integração com os colegas do curso em geral, mas principalmente com as mulheres. Nós nos unimos para nos motivarmos em um contexto onde não existia igualdade de gênero.

No segundo ano, eu continuava muito motivada. Comecei a focar meus estudos no desenvolvimento web cada vez mais. Logo eu vi a necessidade de tentar me inserir no mercado de trabalho para aprender e entender melhor como toda essa atmosfera funcionava, e nisso acabei criando uma conta no Linkedin. Foi assim que encontrei a Nave.rs em 2019 e comecei a seguir ela nos seus meios de comunicação.

Eu olhava várias vagas da Nave por um bom tempo, mas não cogitava a possibilidade de me candidatar ainda, pois assim como muitas mulheres irão se identificar, por sermos uma das minorias em uma área majoritariamente masculina, não me via representada na área e não me considerava preparada o suficiente ainda.

De acordo com dados do Gender-Insights-Report do Linkedin, para se candidatar a um emprego, as mulheres sentem que devem cumprir 100% dos requisitos. Em contrapartida, a maioria dos homens ao se candidatarem para uma vaga de emprego sentem que devem cumprir apenas 60% dos requisitos exigidos.

Eu conheci mais da Nave.rs pelo seu instagram, olhei todos os vídeos, documentários que contam a trajetória maravilhosa da empresa e acompanhava cada postagem. Eu via tudo isso e pensava o quão bom deve ser trabalhar com um ambiente acolhedor. Após tanto tempo namorando a empresa, decidi que na próxima vaga de estágio para desenvolvimento back-end que a Nave.rs lançasse, eu iria me candidatar, e assim o fiz.

Desde o primeiro contato, a comunicação da empresa comigo foi muito clara e acolhedora. A parte mais especial de todo o processo para mim foi a entrevista de cultura. Eu estava um pouco nervosa, pois afinal eu queria muito trabalhar lá. Na hora da entrevista fiquei muito surpreendida, pois era minha primeira entrevista de cultura regida por três mulheres, e detalhe, duas eram da área de tecnologia! 😄

De início eu já me sentia mais calma e segura, pois estava sendo muito representada. A conversa fluiu muito, pude tirar minhas dúvidas e conhecer ainda mais sobre a empresa. A nave.rs tem um time de recrutamento muito atencioso e espetacular, terminei a conversa com um sentimento de vitória. Com certeza, isso é um diferencial para candidatos que muitas vezes não se sentem representados quando se candidatam a uma vaga.

Na nave.rs, a média de conforto das mulheres é menor que a geral da empresa. Isso acontece pois ainda somos uma minoria, ainda sentimos medo pois carregamos uma bagagem da construção social. Além do lado social, também é uma questão de números. Na empresa temos quase 1/3 de mulheres, entretanto, na tecnologia elas representam 1/5 do time . Essa realidade tem se destacado entre as mulheres da empresa, onde a contratação delas recebe maior atenção e cuidado.

A caminhada até então tem sido positiva, pois a cultura da empresa permite entender os diferentes cenários das áreas e a importância da diversidade. É extraordinário o sentimento de acolhimento e abertura atrelado ao time como um todo, pois nela todos têm voz e toda opinião é importante. O time de pessoas que estão a frente das decisões, estão em constante aprendizado e atentos para ouvir e aprender com cada colaborador. Dessa forma, estamos construindo a nave que queremos ver no futuro, juntos!

Você que chegou até aqui e está com curiosidade de conhecer mais da Nave.rs, te indico assistir aos conteúdos do nosso instagram e canal do youtube. Eii, mulheres! A nave tem um projeto interno chamado “Agora é que São Elas” no youtube, voltado para inclusão e diversidade feminina, onde as mulheres da nave.rs compartilham suas percepções em relação a cada área e contam um pouco mais das suas trajetórias.

👉 Assim como eu, você também quer ajudar a construir um lugar melhor para se trabalhar? Abrimos vagas frequentemente! Candidate-se em nave-team.gupy.io.

Agradecimentos

A todo o time de mulheres pelo apoio e mentoria, e claro para a nave.rs por me dar a oportunidade de escrever este artigo.

Referências:

https://www.youtube.com/watch?v=Qq9h2vVBZmQ--https://www.youtube.com/watch?v=-hmtv3dFMu8-- — https://business.linkedin.com/content/dam/me/business/en-us/talent-solutions-lodestone/body/pdf/Gender-Insights-https://tenor.com/view/comicbooks-comicbookgifs-wonderwoman-gif-4527263

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