E3 2015: resumo das conferências

Felipe Massahiro
Nerd / Articles
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6 min readJun 16, 2015

Sempre quando falamos de E3 (Eletronic Entertainment Expo) já esperamos algumas novidades e esclarecimentos de alguns boatos sobre novos hardwares e títulos.

Ao lado da PAX (Penny Arcade Expo) e TGS (Tokyo Games Show) a E3 é um dos maiores eventos de games do mundo, como disse uma vez o CEO da Sony “É como o superbowl dos games”. Contudo, além de uma simples feira expositiva de novidades do mercado, o evento é também aclamado por suas conferências para a imprensa e o público.

Esse ano as conferências da E3 abriram com a Bethesda, desenvolvedora e publisher de jogos e que, pela primeira vez, fez uma conferência própria e ela foi simplesmente incrível.

Não apenas a apresentação foi empolgante, como os títulos foram excelentes como o anúncio de Dishonored 2, o card game para tablets e celulares do universo de Elders Scroll e claro o novo Doom, mas a maior e talvez a melhor surpresa da Bethesda tenha sido Fallout 4, após 7 anos do lançamento de Fallout 3, o novo título da série roubou gritaria e aplausos da platéia revelando um complexo sistema de crafting, onde todos os itens agora podem ser utilizados, além de um sistema de sandbox, onde o jogador pode construir casas, lojas e cidades. Mas isso não foi tudo de Fallout, com o anúncio de Fallout Shelter para iOS, totalmente free, a empresa mostrou como os fãs são importantes e, acima de tudo, como vale a pena esperar pelos jogos produzidos ou publicados pela Bethesda.

Em seguida foi a vez da conferência da Microsoft. Como sempre os palcos badalados que a empresa faz para as E3 são estranhas e esquisitas. Esse ano não foi diferente, muitos efeitos como no ano anterior, mas com uma grande diferença no conteúdo. Dessa vez a Microsoft, resolveu focar muito mais em seus títulos do que em plataformas multimídias, agradando bastante aos fãs. Além de mostrar títulos exclusivos para o Xbox One, como The Rise of Tomb Raider, o que mais chamou a atenção, e fez com que muitos engasgassem de surpresa, foi o anúncio da união de forças no trabalho da Microsoft com a Valve nos projetos de VR (Virtual Reality), em seguida apresentado o novo hardware para Xbox One, o hololens.

A demonstração com Minecraft foi de tirar o fôlego e abre uma série de novas possibilidades na criação de jogos. Novas gerações como o Occulus Rift e o Hololens mostram como a criatividade e tecnologia estão cada vez mais livres de limites tecnológicos.

A terceira conferência foi da EA, entre os títulos de esportes já bastante conhecidos e a presença de Pelé para a divulgação do Fifa 16, a EA revelou Star Wars Battlefront, com gameplay exclusivo, revelando batalhas a la Battlefield no universo de Star Wars, foi uma loucura tanto quanto o foi quando a empresa revelou o novo Need for Speed, um reboot da série utilizando o melhor de toda a franquia até então. Com gráficos surpreendentes que misturam atores reais com carros virtuais, o estilo Open World onde o jogador pode se inserir em uma corrida clandestina para ganhar reputação, fugir da polícia e modificar o carro com uma miríade de opções, foram revelações fortes da empresa.

Diferente das E3 passadas, o público da Ubisoft estava mais animada e expectativa. Rainbow Six The Division ganhou um novo trailer e data de lançamento para março de 2016, além de mostrar um pouco mais do Rainbow Six Siege, também foi revelado um novo IP para a série Rainbow Six, o Ghost Recon: Wildlands.

Além disso recebemos o novo Assassin Creed: Syndicate, trazendo a série para o meio da revolução industrial em Londres.

A última conferência de segunda feira dia 15, com exceção da Bethesda que foi na abertura, domingo 14), não menos importante, foi da gigante Sony. Desta vez se concentrando em divulgar seu novo console Playstation 4, foram diversas as revelações e tão impactantes que redescobriu no público, já mais comportado e cansado da exposição, uma nova energia.

Batendo um novo recorde no Kickstarter, Shen Mue 3 alcançou os US$2 milhões solicitados em menos de um dia, e só continua a subir. Revelada a campanha no crowdfunding, a Sony reviveu a série que criou o gênero FREE e redefiniu a estrutura de Open Worlds da época com a série para Dreamcast, agora podemos esperar esse fantástico e histórico jogo de volta às novas gerações.

Porém, não foi só isso que a Sony revelou. Horizon revelou um estilo Monster Hunter sci-fi que relembra a beleza dos cenários pós apocalipticos de Enslaved, e No Man Sky, mais completo e ousado que no passado, apresentou como o termo “universo” foi inserido em um game que parece cada vez mais complexo, belo e empolgante. Outra aparição que renovou as esperanças dos fãs, foi o gameplay de The Last Guardian, um projeto repleto de altos e baixos que permaneceu no limbo da dúvida se iria realmente se concretizar, foi revelado, não sem uma salva de palmas.

Por fim, e que talvez tenha gerado paradas cardíacas ao redor do mundo, foi o anúncio de Final Fantasy 7 Remake, aguardado por décadas, séculos, milênios, o trailer fez com que o público ficasse boquiaberta e em silêncio antes que a “ficha caísse”.

O dia de hoje, 16 de junho, foi marcada pela “conferência” da Nintendo, como de costume foi uma filmagem, o que é compreensível. Há uma diferença na linguagem, uma vez que grande parte da produção da empresa se encontra no Japão, mas a ausência de um apresentador faz com que a empolgação do público fique voltado a uma coisa mais artifícial. Apresentações a parte, a Nintendo revelou uma série de novos títulos, entre eles Star Fox Zero e uma nova demonstração de Hyrule Warriors. Outras demonstrações interessantes foram títulos da Atlus e da Monolith, a última mostrando um pouco mais do esperado Xenoblades Chronicles X. Outra supresa foi com o Mario Maker, um editor de níveis para os primeiros jogos da série, possibilitado ao jogador desenhar seus mapas e jogá-los.

Uma coisa que chama a atenção da Nintendo é a importância e carinho que eles atribuem para seus consoles Wii U e 3DS, apresentando diversos títulos para ambos os consoles, coisa em que a Sony peca, deixando de lado o Playstation Vita. Outra coisa é como a Nintendo vem mudando de comportamento no mercado, trazendo títulos não apenas para jogadores casuais, infantis e mais familiares, como também títulos para jogadores hardcore, adultos e infanto juvenis.

Logo em seguida foi a vez da Square Enix, há muitos anos sem realizar uma conferência própria, a empresa não desapontou. Apresentou títulos como o esperado Kingdom Hearts 3, digno de aplausos, agradecimentos e gritaria, Just Cause 3, Deus Ex Mankind Divided e claro, Final Fantasy 7 Remake. O que ficou a desejar foram mais gameplays, muito do apresentado foram jogos em fase muito iniciais de produção, como o jogo Nier.

Contudo, a conferência também revelou a nova empresa Tokyo RPG Factory, trazendo um IP inteiramente inédito junto com a empresa, intitulado projeto Setsuna.

Há muitos jogos que não foram citados aqui, como o gameplay de Uncharted 4, Star Ocean 5, o novo Fire Emblem… foram muitos títulos, mas todas as conferências podem ser vistas — caso tenha perdido alguma — nos portais de jogos como Gamespot, IGN e a Kotaku, assim não tem como perder. Vale muito a pena, especialmente com os títulos revelados e novos hardwares apresentados, ainda mais se você é interessado por alguma dessas empresas.

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Felipe Massahiro
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Jogador compulsivo, escritor obcecado, amante perturbado da literatura e jornalista de vez em quando.