Friends From College — Uma série sobre crise de meia-idade.

Matheus Bomfim (Soda)
Nerd Broadcast
Published in
4 min readJul 16, 2017

Se tu esperava algo como ou parecido com Friends ou HIMYM, abaixe suas expectativas.

Friends from College é uma série original Netflix que estreou na última sexta-feira (14/07). A série é sobre a vida de 6 amigos que não se viam há 20 anos, desde que acabaram a faculdade de Harvard, e decidem se encontrar pela primeira vez desde então.

E os caras são péssimos… não péssimos de ruins, mas péssimos de “caralho, que porra tá acontecendo, QUE QUE CÊS TÃO FAZENDO, MEU!??”. São literalmente um bando de adultos tendo problemas de adultos e agindo como se tivessem 20 anos de novo. (Cool dudes, huh?)

A série conta com 8 episódios de 30 minutos cada na primeira temporada e, apesar dos seis personagens, a série foca em três específicos: Ethan (Keegan-Michael Key), Lisa (Cobie Smulders) e Sam (Annie Parisse). Ethan é casado com Lisa, mas provém um caso com Sam durante todos esses 20 anos sem a Lisa saber.

Os outros três personagens — Nick (Nat Faxon), Max (Fred Savage) e Marianne (Jae Suh Park) — possuem suas tramas próprias, entretanto, elas não foram muito bem desenvolvidas. Apenas a de Nick, que entrelaça a do triângulo Ethan-Lisa-Sam.

Max fica como mais um perdido por causa do relacionamento que acabou recentemente, e a Marianne é a melhorzinha — só que pouquíssima aprofundada.

E o erro mora aí…

A Netflix fez uma publicidade grande sobre a série, onde os consumidores hyparam, porque: “UAU, UMA SÉRIE ONDE A COBIE SMULDERS, A FAMIGERADA ROBIN SCHERBATSKY DE HIMYM, IRIA FAZER NA NETFLIX E SERIA QUE NEM HIMYM TAMBÉM? WUHUUUL!!”

Acontece que não é bem assim. A série não é lá tão engraçada por não ter uma originalidade, muitos dos elementos vistos nela são fórmulas já copiadas:
tem personagem ‘arrumadinho’ surtando por drogas; tem trama de “porra, perdi um animal, bora então comprar outro e pôr no lugar!”; tem a famosa excursão num carro grande com música alta e muito álcool e assim vai.

Mas a série se torna interessante caso você ignore todas essas tentativas de comédia (não totalmente, claro, tem momentos onde elas são importantes — vide o último episódio na última cena). O plot mesmo da série é realmente sobre isso: adultos chegando na casa dos 40 surtando por terem encontrado seus amigos de universidade após não se verem por 20 anos.

São adultos tendo literalmente uma crise de meia-idade. E não de maneira cômica e clichê como tu sempre vê em outras séries, mas de um jeito mais sério, já que tu vê eles como uns perdedores por estarem agindo daquela forma. Eles voltam a ter 20 anos, melhor, a acharem que têm 20 anos novamente.

São adultos com problemas de adultos (como já citado), com problemas em casamentos, trabalhos, vida social, financeira, sexual, gravidez (foca nesse aqui!) e etc.

E essa é a graça…

É uma coisa real, apesar de que ainda não tem como saber com só uma temporada e tão pouco tempo se essa foi a intenção dos criadores. São problemas reais demonstrados de modo cômico-não-cômico, não te faz rir, mas te faz pensar se aquilo é realmente o correto, se a atitude deles é certa.

Só que isso ainda não é o suficiente para você se conectar com os personagens, e nem dos personagens se conectarem de forma completa, com mais profundidade. Talvez, o foco exagerado de tentar fazer você rir, de tentar ser uma comédia para o final de década e próxima década, se sobressaiu mais do que toda essa trama real. Você tem que focar você mesmo, telespectador, no que está acontecendo no fundo de toda essa forçação de riso.

A série não é ruim, não é boa, mas precisa de bastante desenvolvimento nas próximas (se tiver, que eu particularmente espero que tenha pra não deixar morrer dessa forma sem um impacto na mídia) temporadas. Se você for ver por um hype esperando algo a mais, esquece, a série é boa pra passar o tempo caso você não tenha nada melhor pra assistir no momento, e só.

Vale a pena? Hm, eu digo que sim, mas não como uma prioridade.

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Matheus Bomfim (Soda)
Nerd Broadcast

Designer digitalque faz Fotossíntese no meio da Paulista e que frita no interior da cozinha (INFP)