Homem-Aranha: De volta ao Lar — Lá e de Volta Outra Vez

Welbe
O Grotto
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4 min readJul 15, 2017

Tom Holland é o Peter Parker para todos governar.

É impossível falar desse Homem-Aranha sem lembrar de todo o drama que fez o retorno do Cabeça de Teia a Marvel possível, em 2008 o Universo Cinematográfico da Marvel, o MCU, começou seu plano de dominação mundial. Cada peça pensada e planejada a partir de um quebra cabeça envolvendo muitos dos super-heróis da editora. O Amigão da Vizinhança não era um deles, seus direitos estavam em posse exclusiva da Sony, e assim foi por mais ou menos 20 anos até que The Interview foi anunciado e hackers, possivelmente norte-coreanos, não gostaram da ideia. Cinco filmes vazados, informações sobre salários, piadas preconceituosas e emails caíram na rede e entre eles o que chamou atenção foram os trocados com a Marvel, a possibilidade vinha sendo negociada e adiada por trás das cortinas. A internet mostrou sua força e, depois de pressão publica, o amigão da vizinhança estaria à caminho de casa. Primeira parada: Guerra Civil.

E a Guerra Civil é também o ponto de partida do herói, no momento vlogger, depois da vinheta da Marvel Studios ao som de uma versão modernizada do tema clássico, com o celular na mão, Peter registra pra ele mesmo momentos da sua viagem a Berlim, onde podemos ver alguns momentos da cena de luta no aeroporto por um outro ponto de vista. O primeiro de uma série de momentos memoráveis.

Hey everyone

E que o Aranha de Tom Holland era bom a gente ja sabia, ou menos confiava cegamente depois da participação em Guerra Civil com gostinho de quero mais, a surpresa mesmo talvez fique com Michael Keaton no papel de Abutre sem se vilanizar, os motivos que levam Adrian Toomes a viver a vida são apresentados antes mesmo do que a primeira aparição do personagem principal na tela, motivos palpáveis e humanos que te fazem questionar sobre quais seriam suas decisões na mesma situação. Ao contrário do que a Marvel costuma entregar, o Abutre é bem construído e se firma no hall, ainda sem muita disputa, de melhores vilões do MCU.
Destaque para a cena sensacional entre Peter e Adrian no carro que pouparei detalhes.

O outro núcleo é o escolar, com uma clima John Hughes (diretor de clássicos como Curtindo a Vida Adoidado, Clube dos Cinco e Gatinhas e Gatões também conhecidos como filmes que a minha mãe me fez ver) é a parte que faltava ser bem representada nos cinemas, sem Peter Paker de 30 anos fingindo estar no colegial e sem Peter Paker descolado skatista. A Escola funciona, toda a ambientação dos professores aos alunos até o menor detalhe como a foto de Bruce Banner ao lado de grandes cientistas te ajudam a acreditar. O núcleo escolar também é responsável pelo “Cara na cadeira” Ned Leeds vivido por Jacob Batalon, o melhor amigo de Peter e é quem te representa como espectador dentro do filme. Seu melhor amigo é um super-herói e você tem total direito de surtar.

Tom Holland, no alto de seus 21 anos representa bem o que talvez tenha sido uma fase da qual ele acabou de passar, os conflitos emocionais, o frio na barriga e a perna bamba de quando se está perto da pessoa que você sustenta uma apaixonite na escola, a diferença é que Peter lida com isso e com seu collant vermelho e azul por baixo da camisa.
Outro ponto interessante fica com as mudanças da Tia May vivida por Marisa Tomei, a versão mais moderna da personagem encaixa em toda a proposta mais moderna do filme e abre portas para boas piadas durante o filme.
Vale ressaltar o que talvez seja um dos poucos pontos negativos a primeira vista, Liz Allen não é tão cativante quanto a atriz Laura Harrier provou ser durante os trabalhos de divulgação.

Por escolha própria decidi não ver nada do filme antes do dia, sem trailer, pouquíssimas fotos e ainda menos entrevistas, e creio eu que isso se tornará um habito pessoal, quando pude ver os trailers logo após a sessão dessa terça feira dia 11/07/17 (O Ingresso é mais barato as terças e não ta fácil pra ninguém) deu pra perceber que uma série de coisas, mesmo que maquiadas pela edição, são entregues antes da hora.

Em conclusão: Ao Contrario de muitos filmes do mesmo gênero Homem-Aranha: De volta ao lar acerta na simplicidade, focando no herói humano que conquistou todo mundo tendo que salvar a cidade e pagar as contas, sem grandes cenas de ação que tentam destruir o mundo a cada 30 minutos, com muito bom humor e o drama pessoal no tom certo, esse é o filme que queríamos ver a muito tempo que foi capaz de tirar o gosto ruim dos últimos 3 e deixar o gosto doce que sentíamos falta. Bem-vindo de volta Amigão da Vizinhança, a gente sentiu sua falta.

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Welbe
O Grotto

Ninguém mais me aguentava falando das coisas que eu costumo falar, até que me mostraram o Medium pra eu falar sozinho.