Jogos de Digimon - Ofuscados pela fama de Pokémon.

Matheus Bomfim (Soda)
Nerd Broadcast
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6 min readJun 30, 2017

Imagina só que um amigo teu chega em ti e fala “Eaí, eu tô jogando um RPG em turno bem legal onde são monstrinhos lutando uns contra os outros”, o que você iria pensar? Pokémon, certo? (Ou pensar que a pessoa é meio lerda e esqueceu o nome do jogo… enfim, esse não é o ponto! HAHA)

A questão é: Digimon sempre foi inferiorizado (injustamente) ao lado de Pokémon, e em uma área muito específica — Os jogos.

Quantos de vocês, leitores, já jogaram ou viram algum marketing absurdo sobre os famigerados Monstros Digitais? Acredito que poucos, e muitos ainda nem chegaram a conhecer os novos jogos ou ter acompanhado a saga tão assiduamente.

— Mas, Soda, jogos de Pokémon são tãããããão diferentes dos de Digimon?

Não, não são!
Ambos possuem o mesmo sistema de jogabilidade: RPG baseado em turnos usando monstrinhos, estratégias de captura (a partir do Digimon World 2 para cima) e treino de status.

Por exemplo, já ouviram falar de Digimon World 3?

Em ordem: Guilmon, Kumamon (chamado no oriente de Bearmon) e Agumon.

Esse jogo é considerado por muitos o melhor da saga “World”. Lançado em 2002/2003 (e pode ser reconhecido como Digimon World 2003 por conta disso) para Playstation 1.

Contava com 8 digimons jogáveis (3 iniciais e 5 capturáveis através de umas missões com NPCs) e uma vasta árvore de evoluções em cada estágio — tendo até o fator
do “DNA Evolution” — A lista
de digimons variavam
do Adventure até o Frontier (sagas do anime).

Mapa do jogo

O jogo possui inúmeras horas de duração, justamente porque continha a área do servidor de Asuka com 4 regiões (Norte, Sul, Leste e Oeste) com muitas cidades, lugares e tudo mais pra visitar e o servidor Amaterasu (que era basicamente o Asuka só que 10x mais forte) e você tinha que passar por tudo pra zerar (contando com os miniboss em determinados puzzles espalhados pelo mapa) e, como qualquer jogo de pokémon: Enfrentar líderes de ginásio/cidades para poder prosseguir por outras áreas.

Fora isso, possuía UM FUCKING MINIGAME DE TCG INTERNO NO JOGO!!!

E se vocês acham que o remake de Gold e Silver em pokémon trouxe aquela experiência de “andar com pokémons atrás de você” uma super novidade, bom, então vocês estão atrasados por uns 6 anos. DMW3 já contava com isso:

Lago Divermon, uma das áreas do início do jogo.

E então é aí que eu pergunto: Qual fez mais sucesso pela “novidade”?

A maior diferença seria mesmo o fato de que Pokémon é uma coisa e Digimon é outra — Um é digital e o outro é “fictício” em termos reais.
E a história que, infelizmente, Pokémon ainda continua mais “infantil” que Digimon.

— Mas, Soda, as plataformas que contém os jogos de digimon são outras!

Não são outras, e existe outro problema mais a fundo.

Nintendo é uma “separatista” por assim dizer. E como assim separatista?
Todos os consoles (com exceção do Switch, até então) são bloqueados por região (com ênfase no Wii/WiiU/DS/3DS)

Jogos e séries que fazem sucesso no Japão não saem de lá para o ocidente porque o custo seria mais alto por localização exata e sem bloqueio, e digimon vende muito bem por lá.

Um exemplo que posso te dar
é o jogo Digimon World Re:Digitize Decode — Que foi
um remake do Digimon World Re:Digitize lançado inicialmente para PSP e que, infelizmente, não vendeu direito — lançado para 3DS.
O jogo nunca deu as caras
aqui no Ocidente por causa desse bloqueio.

Muitos fãs fizeram uma puta duma petição online pra Bandai localizar o jogo do outro lado do mundo… Atitude falha.
(MISSION FAILED!!!)

AH, E ANTES DE PULAR PARA A PRÓXIMA SEÇÃO, UMA COISA AINDA MAIS LEGAL: Praticamente vários personagens de jogos antigos de Digimon fazem aparições em jogos atuais com a mesma história, só que “de uma realidade paralela” ou viajante entre mundos. Estão vendo essa garota da capa do Decode? O nome dela é Rina Shinomiya, e ela aparece também no Digimon Story: Cyber Sleuth e no Digimon World -NEXT ORDER- (Farei um review de ambos e dos 20 anos da série em outro post!)

AGORA VEM O PONTO CHAVE: POR QUE ENTÃO POKÉMON FAZ MAIS SUCESSO QUE DIGIMON SE PRATICAMENTE SÃO A MESMA COISA NOS JOGOS E BLA BLA BLA BLA???

A resposta é mais simples do que parece: (não, não é porque um é melhor que o outro, ambos tem suas qualidade e defeitos, fica xiu, fanboy) A Nintendo faz um marketing extremo sobre Pokémon, e por ser mais “exclusivo” dela, então vai ter mais procura sobre o título e em seus produtos base.

Você nunca vai ver alguma coisa de Pokémon fora dos consoles da Nintendo — Pokémon Go, Shuffle e aquele outro do Magikarp, posso dizer que: os estúdios que fizeram eles são LICENCIADOS pela Nintendo e pela Game Freak, e até muito antes disso a própria Nintendo viu que o mercado de smartphones estava crescendo e pensou “Opa, então vamo jogar junto” — mas Digimon você vai ver na Sony E Nintendo (apesar de que jogos atuais de Digimon estão saindo apenas para a Sony, que deve ser por conta de ser mais simples fazer e vai vender mais pensando de modo global já que não vai ter o famoso bloqueio regional pela Sony — Bandai lucra).

E por ser mais infantil, bom, já nem preciso dizer que é mais “friendly-family” que Digimon e que isso incita os pais a procurarem a Nintendo (que, presta atenção, faz jogos mais voltados para o casual do que o hardcore) pra darem a seus filhos, netos, sobrinhos e afins algo do tipo, e mais pra frente o que vai acontecer? A mesma coisa! Nós, filhos dos que nos deram esses portáteis com esses jogos, iremos passar todo o conhecimento e fama adiante por conta da experiência que tivemos!

A Nintendo joga bem nessa questão, e é por isso que os jogos dela são tão aclamados, procurados e famosos. A coisa que pega não é que Pokémon é melhor que Digimon ou coisa do gênero, mas sim porque o mundo gira e vacilão roda. A Nintendo é mais esperta e dinâmica no seu conteúdo voltado realmente para isso, e é exatamente desta maneira que faz com que Pokémon esteja ainda lá no topo mesmo tendo 90% dos seus jogos precisamente a mesma coisa (que as únicas coisas que mudam são umas atualizaçõezinhas de geração pra geração, como foi o caso da “mega evolução” na 6°Gen).

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Designer digitalque faz Fotossíntese no meio da Paulista e que frita no interior da cozinha (INFP)