Então, eu também sou autista?

Neurodiversas
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Autismo é uma condição neurológica que compromete a interação e a comunicação social onde o autista pode ter comportamentos restritivos e repetitivos.

É um transtorno que afeta o comportamento. Não há características físicas que os destaquem. Cumprem os marcos do desenvolvimento físico dentro do padrão típico. É um transtorno oculto ou uma diferença invisível.

Não é um defeito no cérebro a ser consertado. É um modo de processamento cerebral que faz o autista sentir e enxergar o mundo de forma diferente.

Com isso, alguns casos não são notados ao longo da vida. A pessoa passa a infância, a adolescência e até parte da fase adulta sem diagnóstico. Principalmente se for mulher.

Passam a vida apenas com suspeitas e com sentimentos de não pertencimento ao se parear a pessoas próximas.

Quando a pessoa percebe ao ler um artigo, um livro ou um depoimento que existe um grupo (espectro) no qual ela se enquadra; há uma mistura de sentimentos: alívio, sensação de pertencimento e entendimento de situações passadas (muitas vezes dolorosas).

Talvez, a maioria dos sentimentos sejam positivos, por causa dos obstáculos que esse desconhecimento plantou. Os demais sentimentos talvez sejam receios de como contar para família e para as outras pessoas com quem se “relaciona”.

E nesse momento, quando o autista reúne coragem para se abrir (considerando a dificuldade de expressar) as pessoas desacreditam e subjugam. Dizendo que “todo mundo é assim” ou que “se for considerar a introspecção (por exemplo), ela também é autista”.

No entanto; deixem suas bagagens de lado, desconstruam seus conceitos (as vezes estereotipados) para ouvir o autista. E mergulhe na história dele. É mais complexo do que uma lista de sinais de autismo apresentada em palestras. É uma condição de vida que se não conhecida e acompanhada pode trazer prejuízos e a perda de direitos.

Direitos esses que fazem com que as barreiras atitudinais sejam transpassadas.

Um autista com acesso as adaptações e direitos tem menos chances de desenvolver outros transtornos, como ansiedade e depressão. Se autoconhecer poderia transformar os caminhos e ambientes por onde passaram.

Então ouçam quando alguma pessoa falar sobre a descoberta de um transtorno, vocês poderão aprender conceitos mais profundos. E poderão contribuir para que vocês tenham mais respeito pela (neuro) diversidade humana.

Por: Larissa Matos — Instagram: @lari.biel.autistas

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Blog colaborativo criado para mostrar a realidade das mulheres neurodiversas — escrito por nós mesmas! neurodiversas@gmail.com