“Nunca vi você fazendo coisas de autista”; afirmações de neurotípicos sobre autismo

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Os autistas que possuem diagnóstico tardio provavelmente passaram fases das suas vidas criando estratégias para viver/sobreviver em sociedade.

Os mitos entorno do autismo atrapalham a visão de todos sobre essa condição. Profissionais da área, familiares e as próprias pessoas que buscam se conhecer conheceram em algum momento os mitos (o autismo estereotipado).

As pessoas não conhecem o motivo de se esforçar mais que a maioria, de ter uma maior quantidade de prejuízos e de desenvolver transtorno (s) psiquiátrico (s) entre a juventude e a fase adulta.

Alguns desses mitos são:

Autistas não tem empatia ou tem dificuldade em ter.

Autistas tem percepção cognitiva prejudicada (não fala bem, não estuda, não trabalha etc).

Autistas se isolam ou não conseguem se relacionar (não tem amigos, não namora, não casa etc).

Autistas são agressivos.

Autistas são gênios da matemática.

Toda generalização é burra. E cada autista apresentará de forma distinta suas habilidades e limitações.

Devido a isso, o autista pode escutar ao revelar seu diagnóstico:

“Eu tenho um parente distante (ou vizinho) que é autista e ele não é como você.”

“Mas você não parece ter problema.”

“Nossa, agora todo mundo é autista.”

“Essas manias que você tem não são autismo.”

“O seu (grau) é muito leve, né? Pois nunca vi você fazendo coisas de autistas.”

“Mas você fala bem, escreve bem…”

“Mas você trabalha/estuda/namora/sai, não pode ser autista.”

As maneiras como o autismo pouco aparece na mídia justificam parte desse estranhamento. E alguns profissionais (das áreas médicas e da educação) poucos atualizados contribuem para isso.

O autismo possui três graus e esses podem se dividir em muitos subgrupos, considerando a necessidade de suporte de cada autista.

Alguns autistas vão concluir os estudos, outros não.

Alguns autistas conseguirão trabalhar, outros não.

(E isso nem sempre refere-se a capacidade cognitiva. O transtorno do processamento sensorial pode atrapalhar também.)

Alguns autistas namoram, outros querem e não conseguem parceiros. E outros simplesmente não querem namorar.

Alguns autistas se comunicam pela fala, outros precisam de comunicações alternativas.

O autismo não traz consigo a agressividade. Comportamento é comunicação. Se há comportamentos agressivos, profissionais capacitados devem investigar.

Sobre cognição, existem autistas com deficiência intelectual e autistas sem deficiência intelectual.

As condições associadas variam de autista para autista.

E, por fim, autistas têm empatia. Alguns têm excesso de empatia, outros tem empatia só que a demonstram de forma atípica.

Ao apresentarem seus pensamentos sobre a novidade (diagnóstico) estejam abertos a escutar. Nada melhor do que o próprio autista explicando como o seu autismo se manifesta.

Por: Larissa Matos — Instagram: @lari.biel.autistas

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Blog colaborativo criado para mostrar a realidade das mulheres neurodiversas — escrito por nós mesmas! neurodiversas@gmail.com