Orgulho autista pela neurodiversidade

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O termo neurodiversidade surgiu na década de 1990, através de Judy Singer, uma socióloga autista. Trata-se da noção de que condições neurológicas diferentes do padrão são variações naturais da diversidade humana.

Para muitos autistas, a neurodiversidade é vista como um conceito e movimento social que defende a visão do autismo como uma variação do processamento cerebral ao invés de ser visto como doença.

Sendo assim, ativistas da neurodiversidade lutam para propagar a ideia de que o autismo deve ser compreendido/respeitado e não curado/revertido; defendendo a celebração das formas de comunicação e expressão autísticas e a garantia de políticas públicas que permitam às pessoas autistas viverem com dignidade, sem necessidade de modificarem sua essência.

O dia do orgulho autista é uma iniciativa do grupo Aspies for Freedom dos EUA. É uma celebração da neurodiversidade pelos autistas, anualmente, todo dia 18 de junho.

O orgulho autista reconhece o potencial de todas as pessoas, incluindo pessoas autistas.

E por que ter orgulho de uma condição que te torna atípico?
E por que ter orgulho de algo que lhe traz mais obstáculos por causa das barreiras atitudinais e falta de políticas públicas?

Há vários motivos. Segue a lista de alguns (por uma autista):

Por ser uma condição que não pode ser revertida.

Porque todas as pessoas deveriam ter orgulho de ser como são.

Por ser uma condição que constrói nossa essência, nossa personalidade.

Por gostar de ter uma visão atípica da sociedade.

Por sentir de forma diferente, muitas vezes mais intensa.

Por fazer parte de uma comunidade ativista que luta por causas justas.

Por conhecer novas formas de comunicação e expressão.

Por ampliar nossa visão de humanidade.

(Cabe muitos outros motivos aqui)

Quando lemos dentro da comunidade autista que pais de autistas não têm orgulho do autismo e sim dos filhos. Que gostariam que eles fossem típicos. Soa incoerente, inadequado, até desumano e fora de contexto.

Pois no dia/mês do orgulho autista, o protagonismo é do autista. E uma das causas que defendemos é que todos os autistas tenham voz (lugar de fala). Por isso, a luta por comunicação alternativa e aumentativa para todos que necessitam.

Essa é a questão a ser celebrada, é um movimento social dos autistas pela neurodiversidade.

Façam parte desse movimento nos devidos lugares de fala, fortaleçam a luta.

Viva o orgulho autista!

Por: Larissa Matos — Instagram: @lari.biel.autistas

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Blog colaborativo criado para mostrar a realidade das mulheres neurodiversas — escrito por nós mesmas! neurodiversas@gmail.com