A Fórmula 1 e a vida real: uma questão de perfil

Assim como na Fórmula 1, conhecer o perfil do seu time é fundamental.

Equipe Hubblefy
Um novo jeito de se comunicar
3 min readMar 10, 2016

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Você gosta de Fórmula 1? Torce para os pilotos brasileiros aos domingos? Muitos vão lembrar da época de Ayrton Senna e ficar nostálgicos sobre como ele mexia com a nossa rotina e nos dava aquele gosto de patriotismo, todas as vezes em que entrava na pista.

Ayrton Senna viveu e correu em uma época diferente de hoje, onde os carros eram absolutamente diferentes, mais perigosos inclusive. Diferentemente de hoje, onde as corridas ficaram ainda mais dependentes do talento do piloto, já que as regras são mais rígidas e os pilotos correm em carros mais “parecidos”.

Mas o que tinha Ayrton Senna e o que tem Lewis Hamilton, que os fazem diferentes, em suas profissões? Se todos os pilotos que chegam a categoria da F1 são os melhores de seus países, são atletas de alta performance, corredores espetaculares, o que os faz tão diferentes uns dos outros?

Porque nosso amado e tão carismático Rubens Barrichello não conseguiu ser o campeão que ele sempre mereceu, já que era um profissional de alta performance, dedicado, honesto e talentoso?

O que tem de tão diferente Senna, Barrichello e Hamilton?

Seus perfis.

Pense no Ayrton. Um profissional arrojado, atrevido, que se arriscava, sem medo, e que tinha carisma. Ainda que de poucos sorrisos, cativava a todos.

Barrichello se arriscava menos, era mais comedido, mais gentil, uma figura maravilhosa, de empatia imensa.

O inglês Lewis Hamilton é um tanto impetuoso, mais individualista, vaidoso e nada carismático. Podemos julgá-lo até de um tanto arrogante, não?

Afirmarmos qual é o certo, se a arrogância, o carisma ou a timidez, seria puro preconceito. Afinal, cada um é cada um e não podemos julgar o motivo das pessoas em suas ações. Porém, podemos analisar o que esses comportamentos refletem na profissão dessas pessoas, certo?

A impetuosidade de Senna lhe rendeu títulos, como rende ao inglês. No caso de Barrichello, não se arriscar tanto o deixou como coadjuvante na Fórmula 1, mas o transformou em um atleta extremamente respeitado e amado por todos.

E o que isso tem a ver com o seu time?

Olhe para o seu grupo. Certamente você tem pessoas diferentes, uns mais comedidos, mais disciplinados. Outros faladores, engraçados, um tanto desorganizados. Você pode ter aquele perfeccionista, com problema de relacionamento.

Então, pense nas atividades que essas pessoas desempenham. Alguns saem-se muito bem, enquanto outros sofrem ao executá-las. Alguns dão a você mais “trabalho”, mais necessidade de gestão e apoio. Enquanto outros, você desiste: “Não tem jeito”.

Voltando a analogia com as corridas. Pense em Ayrton Senna trabalhando trancado em um escritório ou Lewis Hamilton lidando com crianças. Será que eles seriam “os caras”, como foram, e sempre serão, no esporte? E porque Rubinho não se destacou tanto nessa categoria? Todos foram criados em carros de corrida, todos tiveram as mesmas oportunidades, inclusive contratados por equipes de ponta.

Por isso, quando a oportunidade e o talento se encontram, o sucesso é absolutamente garantido e acontece. Quando alguém se depara com a sorte de estar no lugar certo, destaca-se grandiosamente e vira um prodígio.

Porém, não é a todo momento que esse “encontro cósmico” acontece. Senna poderia não ter tido contato com o automobilismo e talvez não tivesse se destacado. Não podemos contar apenas com a sorte.

Olhar para seu time e analisar o perfil de cada um deles, é forçar o encontro. É permitir que esteja nas suas mãos mapear os talentos e colocar as pessoas certas nos lugares certos e então permitir que Senna seja Senna, Hamilton seja Hamilton e Barrichello seja Barrichello.

Conheça o estilo de cada um dos que trabalham para você e aproveite do que cada um tem de melhor. Isso acelera o crescimento de todos, melhora a produtividade e, de quebra, aumenta o índice de felicidade. Todos lucram, e muito, com isso.

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