Motivar funcionários: como vencer a falta de engajamento

Uma vez entendido como as pessoas priorizam suas necessidades, descobrimos também onde estão suas motivações.

Equipe Hubblefy
Um novo jeito de se comunicar
6 min readFeb 3, 2017

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Motivar funcionários é decisivo para que empresas possam vencer a falta de engajamento de suas equipes. Segundo pesquisa da americana Gallupe, a falta de engajamento atinge 87% das pessoas nas empresas. No Brasil, o número de desmotivados é de 73%, segundo a Love Mondays.

Para ajudar a contornar a situação, muitos gestores e consultorias têm recorrida a Pirâmide de Maslow para entender como motivar funcionários de maneira efetiva e sem depender de enormes investimentos.

Maslow diz que as pessoas, de maneira geral, priorizam quais de suas necessidades elas vão atender primeiro, daí o nome Pirâmide de Maslow. A Pirâmide está dividia em 5 partes, sendo que na base estão as necessidades essenciais ao ser humano e no topo aquelas relacionadas à autorrealização.

Uma vez que as pessoas têm uma determinada necessidade parcialmente atendida, ela segue para uma outra necessidade de nível superior, e assim por diante. Um bom exemplo é quando estamos com dor de cabeça e não temos disposição para ir jantar com amigos por mais que gostemos muito da companhia deles. Porém, se a dor de cabeça passa, nossa disposição volta.

O mesmo acontece quando pensamos no ser humano enquanto funcionário de uma organização. No trabalho ele também têm necessidades prioritárias a atender em relação a sua satisfação profissional. E quanto mais ele vai satisfazendo suas necessidades, mais ele sobe na pirâmide e mais motivado ele fica.

Uma vez que entendemos como as pessoas priorizam suas necessidades, descobrimos também onde estão suas motivações. Por isso a importância de compreender o esquema da pirâmide.

Conforto e Segurança

Já foi o tempo do “quer conforto, fica em casa”, essa é uma visão ultrapassada. Não é nada inteligente pensar que funcionários devem passar o dia todo num ambiente exageradamente barulhento, pouco iluminado, sujo, muito quente, muito frio ou com alguma outra variável que coloque sua saúde em risco.

Quando uma empresa oferece um ambiente adverso aos funcionários, ela está sabotando a ela mesma, pois certamente o desempenho dessas pessoas será apenas uma uma fração de seu potencial.

Claro que em determinados empregos o desconforto é inevitável, como som de maquinários, temperaturas baixas ou altas e até mesmo risco de vida. Porém, nestes casos existem inúmeras maneiras que compensam o ambiente mais hostil e muitos deles estão estabelecidos na legislação trabalhista.

Mas quando se trata da maior parte das profissões, é possível oferecer um ambiente propício ao bom desempenho das pessoas. E não necessariamente isso exige grande investimento ou regalias. Um bom exemplo disso, são as empresas que permitem que funcionários usem bermuda e tênis no escritório. Veja que este exemplo não exige investimento, só mudança de cultura mesmo.

O fator segurança — no sentido de estabilidade — é essencial para que uma empresa tenha profissionais mais criativos que contribuam para a inovação. Em tempos em que o mundo atravessa resseções, o medo de perder o emprego só aumenta, o que gera estresse.

A “política do terrorismo emocional” após um período de demissão para pressionar os funcionários remanescentes, por exemplo, só faz piorar o estado das coisas. Se as pessoas têm medo constante de perder o emprego ou sofrer algum tipo de represália, elas passam a operar no modo automático, sem fazer nada do que é pedido a fim de não correr o risco de cometer erros.

Em tempos de crise é importante dizer aos funcionários que não foram demitidos que agora, mais do que nunca, a empresa conta com eles. Deixar claro que eles terão mais trabalho já que a equipe ficou enxuta, e sinalizando que a organização tem consciência disso.

Ter um diálogo sincero faz com que todos sintam-se mais à vontade para fazer um trabalho elaborado, o que beneficia a carreira deles, o desempenho da empresa, o mercado como um todo e, por fim, a economia do país.

Interação e troca de conhecimento

Um emprego onde as pessoas têm liberdade para interagir é um fator importante na motivação, pois o ser humano é um ser sociável. Ao mesmo tempo em que sentimos satisfação em socializar no trabalho, também ganhamos com a troca de conhecimento gerada a partir dessas interações.

Em empresas com uma cultura hierarquizada tende a ocorrer o efeito silo, isto é, assim como cilindros que armazenam grãos, cada departamento fica dentro de seu “silo” com pouquíssima interação entre eles, seja para assuntos profissionais ou pessoais.

Tal isolamento, além de ser ruim porque leva a processos internos a serem mais lentos, impede a a criação de laços entres as pessoas da organização. Consequentemente o trabalho em equipe não flui tão bem quanto fluiria se houvesse mais empatia e entrosamento.

O aprendizado é outro grande motivador para os funcionários, principalmente os mais jovens que estão começando e têm sede de conhecimento e experiência. Usar essa “sede” para motivá-los é uma excelente estratégia, pois quando estamos aprendendo algo novo ficamos entusiasmados.

Algumas empresas têm até políticas voltadas ao intercâmbio entre áreas, também conhecido como job rotation, em que um funcionário troca de função dentro da empresa por um tempo determinado.

Mudar as pessoas de lugar na empresa, além de motivar funcionários, ainda pode gerar inúmeras melhorias em processos, pois um departamento passa a vivenciar a rotina do outro, resultando numa visão mais ampla sobre o funcionamento da organização.

Reconhecimento

Aumento salarial ou promoção de cargo são maneiras mais diretas na hora de reconhecer um profissional por um desempenho excepcional. Porém, nem sempre a empresa está em condições de dar aumento ou promover alguém, e nem por isso ela deve deixar de reconhecer o desempenho das pessoas.

Há duas outras maneiras muito importantes para reconhecermos um funcionário, a primeira delas se trata de feedbacks sinceros sobre sua atuação. A segunda maneira é dar sempre os créditos pelo bom trabalho a quem de fato tem direito.

Os feedbacks não devem ser dados de forma banal, ou seja, não saia por aí elogiando qualquer coisa só pra dizer que você reconhece o trabalho dos outros. Faça elogios só quando este for merecido, por isso esteja sempre atento na evolução do trabalho das pessoas, para saber quando elas realmente se esforçaram para superar a si mesmas.

Para motivar funcionários ainda mais, dar créditos a eles — seja individualmente ou em equipe — é fundamental. Vira e mexe alguns projetos ganham certa notoriedade dentro das empresas e é preciso ter o cuidado de dar os créditos à equipe responsável e não tomar os créditos só para si.

Autorrealização

Esta é a motivação mais difícil de se alcançar, não é à toa está no topo da pirâmide. E não necessariamente é preciso chegar ao posto de “Steve Jobs” para tê-la, o que a torna ainda mais complexa.

Você já reparou que as pessoas que não têm cargos de destaque e nem ganham grandes fortunas, são pessoas genuinamente autorrealizadas? Se nunca viu, saiba que não é raro encontrá-las por aí. Elas costumam viver com simplicidade e sentir-se completas.

Uma estratégia para motivar funcionários é promover o alcance da autorrealização no ambiente de trabalho, pois cria um sentimento de pertencimento. Se trabalhar com um grupo de pessoas que dão importância aquilo que temos a dizer e que nos permitem participar das decisões tomadas, logo terá um sentimento de pertencimento.

Por isso que dar voz às pessoas é tão importante para a motivação. Líderes “donos da verdade” tendem a ter equipes amedrontadas, contribuindo para a desmotivação. Sem contar que saber ouvir o que o outro tem a dizer é benéfico para a própria empresa, pois raramente uma única pessoa tem a visão total de um problema ou projeto. A diversidade de pontos de vista e a habilidade de chegar a um consenso é indispensável para o sucesso de uma equipe.

A autorrealização profissional vem também por meio da superação dos desafios no trabalho. O sentimento de dever cumprido e de que somos úteis ao nosso propósito na empresa é o combustível que nos leva a declarar o famoso “eu amo o que faço”.

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