Flamengo quer voltar aos treinos para jogar contra quem? Ou seria o ego do seu presidente acima do clube?

Bruno Guedes
NinhoDoUrubu
Published in
3 min readMay 19, 2020

O Flamengo é um dos clubes mais odiado pelos seus rivais. Algo que orgulha seus torcedores porque esse ódio foi nutrido durante décadas de vitórias épicas sobre eles e conquistas que muitos não alcançaram. Mas agora tal razão está mudando. O Rubro-Negro passou a ser persona non grata por causa da sua diretoria.

Enquanto mais de 18 mil pessoas já morreram por causa da Covid-19, Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, insiste em voltar a treinar. Assim como faz no caso do Ninho do Urubu, despreza a vida e o lado humano por conta do esporte. Jogar contra quem? O Sub-20 do clube?

Três jogadores do elenco — até agora não identificados — foram infectados pelo novo coronavírus e estão em isolamento. Diversos familiares de outros também. Como podem falar em voltar aos treinos e jogos desta maneira? Como o profissional teria tranquilidade para voltar ao trabalho sabendo que corre risco de saúde ou algum parente pode morrer?

Entretanto, ao passo que continua buscando uma solução impossível neste momento para colocar em risco a saúde de jogadores e profissionais do Flamengo, envergonha os 40 milhões de torcedores. Se há seis meses os flamenguistas sentiam orgulho em dizer que torciam para o melhor time da América do Sul, agora se envergonham por verem as cores vermelha e preta envergadas em atitudes vexatórias.

Torcedores dos demais clubes não apontam para falar de campo e bola, mas sim atacar o flamenguista por causa da sua diretoria. Por causa da atitude contrária ao bom senso que ela tem. E que não começou em 2020, apesar de ter sido esquecida pelas conquistas da Libertadores e Brasileiro, no ano passado.

Quando rivais usam a expressão “flamenguismo” para tratar o ego do rubro-negro, muitas vezes é de forma pejorativa. Às vezes desnecessária. Desta vez, ela encaixa bem no que Rodolfo Landim e seus pares buscam. É um egocentrismo para tentar ser uma liderança que não tem. Os líderes são forjados por carisma e atitudes que os aproximem do seu povo, não que os afastem.

Para piorar, em meio a falta de consciência do presidente, a Comunicação do Flamengo continua escondendo seus atletas e patrocinadores. Proibidos de darem entrevistas, se limitam a alguns poucos milhares que acessam a FlaTV, canal importantíssimo porém mal gerido, onde apenas irrelevantes assuntos são abordados. Frases feitas, pensadas e construídas.

Um tiro no pé. Enquanto milhões poderiam estar vendo jogadores pelas emissoras ou jornais, aumentando seu alcance e marcas expostas durante a falta de jogos em uniformes oubackdoors para um público gigante, prefere restringi-los a uns 20 mil que vão ao Youtube por vídeo. Vão ao canal oficial para nada de relevante, discurso oficial e repleto de media training.

Rodolfo Landim parece que esqueceu o que é o Flamengo. Esqueceu-se que o clube, popular e carismático, tem uma História que vai na contramão das suas ações e de quem escolhe para ser fotografado ao lado. O Clube de Regatas do Flamengo carrega o apelido de “O Mais Querido” não por esses atos, mas por ser o líder que o seu presidente não é.

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