O maior adversário do Flamengo em 2020 é continuar ’em outro patamar’

Bruno Guedes
NinhoDoUrubu
Published in
2 min readFeb 4, 2020

Após uma temporada histórica em 2019 e quatro reforços com status de titulares em muitos clubes do país, o Flamengo começa o novo ano estipulando o Mundial como o desejo maior. E vem daí, justamente, o seu maior adversário neste ciclo que se inicia: a reafirmação de que os últimos seis meses não foram um acaso.

O técnico Jorge Jesus disse em entrevista que o Mundial é seu grande desejo como título para o Rubro-Negro em 2020. Vice há menos de um mês, o campeonato é a ambição de um clube que mudou radicalmente sua perspectiva de conquistas após anos reformulando sua estrutura gerencial e esportiva.

Não por acaso as primeiras contratações são quatro jogadores que chegam para compor elenco e brigar por titularidade em um grupo que é escalado por qualquer torcedor do goleiro ao atacante. Ainda que ninguém tenha posição consolidada, o próprio técnico português faz questão de destacar sempre esse aspecto, a briga pela vaga em aberto pelos 11 iniciais é mais uma estratégia do mister para lutar contra a acomodação e competitividade em alta. Sempre.

Reafirmar os últimos seis meses de 2019 é o grande desafio desta nova temporada. Já não mais surpresa, o Flamengo agora é o time a ser batido, vem sendo estudado e se tornou o grande alvo dos rivais. Se não bastasse, essa rivalidade deixou de ser estadual e passou a ser nacional, com Grêmio e Palmeiras sendo os grandes clubes que buscam o rubro-negro em termos de resultado.

Por conta disso, Jesus sabe que a concentração em alta e o foco durante o ano é a principal arma para não cair no lugar comum de toda equipe que vence títulos de grande expressão: acomodação. Além de buscar novos desafios, um elenco com novos nomes e que buscam espaços nessas glórias recentes pode ser um trunfo em diversas competições. Agora o português tem 12 meses de trabalho e todas os torneios para encarar.

A rotatividade proposta por ele, além de um calendário cheio, são as chaves para alcançar a vitória contra a briga da desconfiança com os feitos recentes. O mister sabe. Mas sua metodologia teve problemas por conta de jogadores que ele não pôde escolher na pré-temporada e a falta de tempo maior para implantação de mais ideias. Agora tem tudo isso. E a pressão por fazer mais. Um combustível, em se tratando do treinador.

Não é comum um time construir uma dinastia — termo que europeus gostam de cunhar — no futebol brasileiro. Flamengo e Jorge Jesus sabem disso. Portanto, a reafirmação do ótimo trabalho de 2019 é o maior desafio que o atual campeão brasileiro tem pela frente. E os adversários sabem e vão se aproveitar disto.

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