Eva e Gillet — Uma noite em Fort Tilden

Cris Viana
Noites Veladas
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16 min readJun 5, 2020

#Eva

*Os dois amantes se beijaram naquele momento perfeito, um lugar só pra eles iluminado pelas luzes das velas, o som das ondas do mar ao fundo, uma brisa cheia de maresia soprava suave e quente se misturando ao perfume de de jasmim de Eva.

Ela… em sua intensidade, bagunçava os cabelos de Gillet enquanto o beijava. Estavam sentados um do lado do outro e a moça passou as pernas por cima das dele buscando mais proximidade.

Quase sem fôlego, se desvencilhou gentilmente, sorriu ajeitando um pouco a bagunça que havia feito no rapaz. Pegou a mão dele olhando o anel que tinha começado aquilo tudo e colocou sua mão ao lado, olhando o novo anel que havia começado outra fase entre os dois. Sorriu.*

— Andrew… Namoro, noivado, casamento… todas são palavras criadas por gente normal *ela ri* acho que não somos “normais” *ela passa a mão no rosto dele com delicadeza, observando os machucados*.— Eu não quero mais tentar me encaixar, ou tentar encaixar a gente nessas caixinhas. O que esse anel significa? eu quero ouvir nas suas palavras…

#Narração

Quando Eva passa a mão na ferida de Gillet ela dói mas vc consegue não demonstrar dor caso queira.

#Gillet

No momento que Eva passa gentilmente a mão em seu rosto, a dor em sua mandíbula dá uma leve pontada, fazendo-o lembrar da desventura desagradável de outrora. Sua desatenção havia o feito pagar um preço dolorido na mandíbula. Enrugou seu rosto com a leve dor, de um jeito fofo, pra não parecer que Eva o estava machucando.

De todo modo, encarando os olhos de Eva em sua frente e sentindo seu toque em sua pele, ele sabia que todo momento valia a pena. Até mesmo tomar um meteoro em forma de soco que atravessa uma janela e atingindo com força sua mandíbula. O que importa é que agora estava ali com ela e, por isso, estava grato e feliz e não queria pensar em mais nada.

Fitava Eva com atenção em um sincero deslumbre conforme ela ia passando sua mão suavemente pelos seus cabelos enquanto sorria pra ele. E conforme Eva falava e ele a ouvia, seu pensamento falou alto:

— Que eu sou o cara mais sortudo do mundo… *e ao perceber que havia falado alto, sorriu*

— Pra ser sincero, Eva, só consigo pensar em como tenho sorte em ter você do meu lado. E pra mim, no fim das contas, é isso o que o anel significa. Que eu tenho você ao meu lado e que você me tem ao seu também!

*Gillet sorri e seus olhos cerram levemente em arco. Aperta com força a mão de Eva. Havia pensado brevemente na história que havia contado naquele dia sobre o fatídico dia em que sentiu que seu destino era estar sozinho*

— Aliás, olha só, esse anel é feito de Gillanium também. Eu o fiz especialmente pra você pra combinar com o meu. Infelizmente ele não está equipado com energia suficiente pra atirar, mas acho que você já anda bem armada. *Gillet ri da sua própria piada e abraça Eva*

— Olha, Eva, eu realmente não preciso de nomes, de formalismos ou qualquer coisa. Eu só quero você! Mas olha, tenho que te dizer que minha mãe tá doida pra te conhecer… *gillet abre um sorriso levemente apreensivo*

#Eva

*Eva sorriu observando a mente frenética de Gillet se esforçando para verbalizar as coisas do coração, cada palavra criava borboletas em seu estômago, o coração acelerava. Retribuiu o abraço, sentindo o calor do rapaz relaxar a si mesma, mas voltou a ficar um pouco tensa com a última frase. Respirou.*

— E eu aceitei pelo mesmo motivo *ela sorri*… Eu nunca imaginei que poderia me apaixonar alguém como você… bom, minha imaginação nunca conseguiria ser tão fértil pra te imaginar hahaha. Mas agora que te encontrei, não me imagino mais sem você. Quero você do meu lado explodindo coisas, salvando o mundo…

*Ela olha pro anel, com a felicidade estampada em suas feições.*

— Eu adorei o anel, e ele é mais poderoso que qualquer arma Andrew.

*Ela passa a mão nos cabelos, ajeitando-os atrás da orelha.*

— humm… Você já falou sobre mim pra sua mãe? *ela pergunta, um pouco nervosa.*

#Gillet

*Gillet ri fechando os olhos quando ouve Eva falar sobre explodir coisas e pensa como é inacreditável tudo o que eles vem passando nos últimos meses e como havia uma responsabilidade muito grande nos ombros de toda a equipe. Lidar com bom humor é o caminho pra manter a cabeça no lugar, pensa.*

— Então, desde aquela ligação que você fez lá pra casa, o radar da minha mãe ligou. Ela já tem certa idade, mas é ligada como um sonar de um submarino! Está ligada em tudo. Veja, não é comum pra mim receber ligações de mulheres, nem colegas de trabalho, daí a partir daquele momento minha mãe já ficou de olho. Quando vi já estava fazendo perguntas e, apesar de eu nunca ter dito nada objetivo para ela, não sou muito bom em mentir. *gillet coça a cabeça sorrindo nervosamente*

— Mas assim, não se preocupe. Não quero que você se preocupe com isso. *gillet volta a pegar as mãos de Eva e aperta-las gentilmente*

#Eva

* Ela leva as mãos a boca abafando o riso travesso. Pelo nervosismo dele, talvez aquilo fosse importante.*

— Ok, culpa minha. Sua mãe é melhor que a espiã. *riu* — Mas não tem problema nenhum Andrew, se for importante pra você, eu vou sim conhecer sua mãe. *Ela sorri* Só preciso saber o que você contou pra ela até agora pra poder criar uma história convincente… imagino que seus pais não sabem EXATAMENTE o que você faz, certo?

#Gillet

*Gillet ri da piada de Eva*

— Fique tranquila, Eva. Eventualmente só quero que eles conheçam o rosto de quem tem me feito feliz. E, diga-se de passagem, o rosto da responsável por eu estar vivo ainda e não ter virado comida de cobra, gigante, da mistura dos dois e sei lá mais o que diabos ainda existe por aí. Imagina que coisa maluca chega um agente da Caduceus na sua casa e fala pra você “Ei, senhora, sentimos muito, mas seu filho virou alimento de uma serpente humanoide ancestral de 2 metros em um ritual místico dentro de um vulcão” *ele ri, mas logo para de rir percebendo que a própria piada foi ruim. Gillet força uma tossida e se recompõe*

— Mas enfim, sobre o que eu faço, digamos que meus pais só sabem que eu sou maluco e estou sempre aprontando alguma coisa por aí. Já desistiram de perguntar detalhes. Eles só torcem pra eu não explodir a garagem deles quando estou por lá, nessa altura do campeonato.

*Gillet olha atentamente pra Eva*

— Inclusive, o que você viu nesse maluco aqui hein, Eva? Eu não sou o cara mais charmoso do mundo… * Gillet segura a mão de Eva e a beija gentilmente, olhando diretamente nos olhos dela*

#Eva

*Ela olha pra Gillet… aquele olhar quase conseguiu fazê-la esquecer do que ele falará inicialmente.*

— ANDREW! *Ela tira as pernas de cima das dele, se afastando e dá um tapa no ombro dele com a piada. Mas ela também ri.*

*Eva se inclina levemente e começa a tirar os sapatos.*

— Você quer saber o que eu vi em você, Sr. Piloto? *Ela fala olhando-o de soslaio, jogando as sandálias no chão de madeira.

*Eva se levanta e fica de pé, de frente pro Gillet se posicionando entre as pernas dele, colocando os braços sobre os ombros, fazendo carícias na nuca do rapaz.*

— Eu vi um homem aventureiro… divertido… ele tem esse senso de humor estranho *sorri*, mas que de alguma forma que não sei explicar eu acho graça. *Ela leva uma das mãos ao peito dele.* Um homem com um coração sensível, que não deixaria ninguém pra trás.

*Ela pega as duas mãos dele puxando-as pra perto entrelaçando os dedos e dá um sorriso com segundas intenções, assim como o tom da sua voz.*

— Um rapaz de mãos habilidosas… que sabe lidar com os mecanismos mais complexos. *ela beija uma das mãos dele, sem desviar o olhar dos olhos do namorado e em seguida, coloca as mãos dele em sua cintura.*

— E claro, vi um homem inteligente como eu nunca vi antes… *Ela passa as mãos pelos cabelos dele, penteando as madeixas entre seus dedos.* Juro que tem vezes que você fala coisas que se passam aqui dentro, eu sinto uma vontade estranha e primal de morder você.

#Gillet

*Gillet observa Eva atentamente em todos os seus movimentos. Quando ela se posiciona entre suas pernas, brinca com seus cabelos, pega em suas mãos, as beija e quando as direciona para sua cintura. Cada gesto de Eva o encanta. Cada palavra o inflama. De felicidade. E excitação. Gillet sente seu coração acelerar. Ele sorri.*

— Mecanismos mais complexos né? *Gillet puxa o corpo de Eva para mais perto de si, abraçando-a pela cintura*

— Você é incrível, sabia? *Gillet se levanta da cadeira segurando Eva em seu colo, levantando-a do chão, com o rosto próximo ao seu e a beija calorosamente*

#Eva

*Surpreendeu-se em como Andrew estava mais sagaz naquela noite, e riu alto quando foi puxada e levantada do chão. Passou os braços em volta do pescoço dele beijando-o com intensidade… tanto tempo, que já tinha esquecido como era estar nos braços de quem se a-….. seria isso que ela sentia? quando era jovem, tinha muitas certezas sobre o amor, hoje se perguntava, “quando é que a gente sabe que é amor de verdade?” não sabia mais responder. Única certeza que tinha era que se não fosse pra amar alguém profundamente, de nada valia ter escapado da morte naquele fatídico dia.

Por um segundo, sentiu uma leve melancolia, que foi dispersada assim que seus olhos encontraram os de Andrew.*

— Você está muito esperto hoje, Sr. Piloto. *Disse de forma sedutora.*

— Bom…você conseguiu um pequeno paraíso para nós … pensei em darmos uma volta na praia, mas algo me diz que você tem outros planos. *riu travessa* — Mas o importante é que hoje eu sou só sua.

#Gillet

*Gillet sorri com Eva em seus braços e os tons provocantes de sua fala e pensa “Que mulher”.*

— Ahhh…só por hoje? *Gillet faz um biquinho fingindo tristeza e, não conseguindo segurar a cara por muito tempo, ri enquanto beija o pescoço de Eva de forma amorosa e divertida*

— Boooom, já que você quer dar uma volta na praia e eu tenho “outros planos”, o que acha de unirmos as duas coisas? Mas acho que a gente precisa ficar mais confortável pra isso e tirar essas roupas chiques, sabe. *Gillet responde de forma provocante e com um sorriso estampado em seu rosto*

#Eva

*Eva sente o ventinho frio vindo de fora, com um arrepio gostoso… olha pro namorado levantando a sobrancelha surpresa com a proposta. Era como se aquela mente brilhante ali, naquela noite, estivesse com um propósito diferente e muito específico. Riu das piadas de Andrew e se movimentou para descer de seus braços e prontamente ele a colocou no chão.*

— Tsc… Então, infelizmente, por enquanto, é só hoje Sr. Piloto. *Ela começa a dar passos sinuosos e lentos se afastando dele*

— Você sabe, geralmente eu preciso dividir minha atenção em dar cabo de seitas malignas, estourar miolos de escamosos, explodir cobras gigantes, fugir de vulcões prestes a entrar em erupção… caçar tempestades com um gênio louco que conheci…

*Eva se vira de costas olhando Gillet de soslaio.*

— Mas hoje minha atenção é só sua… *Eva dá um sorriso*

— E apesar de adorar sua proposta, eu sou uma moça da cidade, e gosto muito de aproveitar de seus confortos para certas…hum… atividades. Além disso…

*Eva coloca a mão nas costas puxando lentamente o zipper do vestido enquanto completa.*

— … existem coisas que são apenas para seus olhos. *O vestido de Eva desliza pelo corpo da moça, ela se vira revelando um corpete preto, com bordado trabalhados.

#Gillet

* Os costumeiros olhos semicerrados de Gillet se arregalam com a visão deslumbrante a sua frente. Gillet morde seus lábios quase como em uma reação involuntária. Os olhos de Gillet percorrem o corpo de Eva da cabeça aos pés. E de volta à cabeça. E de volta aos pés. E sem dizer nada, Gillet anda em direção a Eva colocando uma de suas mãos no rosto de Eva e a outra em sua cintura puxando-a pra si. E a beija.*

#Narração

*Os dois começam a se beijar com intensidade, respirações ofegantes e cheias de desejo. Eva vai empurrando Gillet pra direção do quarto enquanto folga a gravata dele e começa a desabotoar a camisa do rapaz. Andrew anda de costas um pouco curvado pela diferença de altura entre os dois, topa com uma das cadeiras da sala que cai fazendo barulho, enquanto ele se esforça pra conseguir tirar o paletó, e finalmente o consegue. Eva aproveita que ele está com as mãos livres e pula enroscando as pernas na cintura de Andrew soltando uma risada gostosa, enquanto puxa a gravata dele jogando-a longe. O vento balança as cortinas brancas da casa de praia, vemos o casal sumir entrando no quarto e escutamos o barulho de Gillet topando com algum móvel, ele exclama um “Ai” sonoro e logo em seguida o barulho dos dois caindo sobre a cama, ouvimos as risadas de ambos e eles continuam a aproveitar esse momento só deles.*

[algumas horas se passam…]

#Eva

*A moça estava deitada com a cabeça no peito de Gillet, ouvindo sua respiração, seu coração, as ondas do mar lá fora, suspirou. Não conseguia dormir, não queria. Era tão raro ter aqueles momentos… estava cansada, muito cansada, mas inquieta.*

— Andrew, está acordado? *disse sussurrando.*

#Narração

Eva pensa, quando foi a última vez que conseguiu pregar os olhos em paz e dormir ao lado de outro?

O pensamento paira por um tempo e…

#Gillet

* Gillet conseguia sentir o perfume de Eva intensamente, com o corpo grudado ao seu. “Se isso for um sonho, eu espero de verdade que eu nunca acorde”, pensava, com um leve sorriso no rosto.*

— Estou sim, meu bem. Acordadíssimo! Essa noite… você… tudo está perfeito. Eu praticamente sinto que estou no lugar que deveria estar.

* Gillet abraça Eva com força e beija sua cabeça*

— Como está se sentindo?

#Eva

*Ela sente o carinho de Andrew e com a mistura de cansaço e inquietação, responde sem pensar.*

— Meu coração bate tão forte que não consigo dormir. *se espanta um pouco com a resposta. E logo emenda.*

— Pensei em fazer aquela caminhada na praia… mas… se você estiver cansado…

#Gillet

— Cansado?

* Gillet olha pra Eva e gira o corpo, segurando-a em seus braços. Fica em cima dela olhando-a nos olhos.*

— Eu estou ELÉTRICO! * fala sorrindo e de forma empolgada*

— Vamos, Eva! Vamos ver o sol nascer! *dá um beijo em Eva e movimenta o corpo para se levantar, segurando a mão de Eva para que o acompanhe*

#Eva

*Ela ri com a empolgação do namorado e prontamente pega na mão dele se levantando da cama. Eva pega a coberta e se enrola nela.*

— Bom, fique decente que eu preciso pegar meu vestido na sala.

*Ela se retira do quarto, vai até a sala e se veste, olha a bolsa no aparador… ponderou ‘Melhor prevenir, afinal a máfia sabe que a gente está aqui… sabe-se lá o que eles estão aprontando.’ Pega a arma na bolsa, essa, bem menor do que a que normalmente usa, mas era suficiente nas mãos habilidosas dela. Olhou as vestes, pensando em algum lugar não muito incomodo pra esconder…*

— Está pronto?! *falou em direção ao quarto.*

#Gillet

* Gillet aparece em frente à porta vestindo sua calça e sua camisa. Estava com a camisa solta para fora da calça e esta com as barras dobradas até a altura de sua panturrilha*

— Estou protíssimo para uma caminhada, meu bem!

* Gillet dá uma voltinha para demonstrar sua vestimenta*

#Eva

— hahaha, você é impossível Andrew Gillet. *Verifica a trava da arma e mostra a ele.*

— Consegue guardar pra mim?

#Gillet

— Claro! *Gillet vai até Eva tranquilamente e pega a arma de sua mão e a coloca gentilmente em sua calça, nas costas. Enquanto guarda a arma pensa em como aquela cena poderia parecer estranha para pessoas “normais”. Uma coisa era certa. Aqueles dois ali eram um casal especial. Sabendo que a arma estava segura em suas costas, Gillet coloca a camisa por cima para esconder a arma, se vira para Eva e levanta a mão para ela*

— Prontíssimo e seguros! Vamos nessa?

#Eva

*Termina de se arrumar, prendendo o vestido longo com um grampo de segurança na cintura, improvisando a saia pra ficar um pouco abaixo dos joelhos.*

— Sim! *Ela sorri de canto dando o braço ao rapaz e eles saem da casa juntos.*

#Narração

*O casal caminha pela praia em uma noite fresca de luar. A brisa do mar varre seus cabelos e seca o suor em seus corpos. O barulho das mansas ondas encontram seus fins rearrumando as pegadas deixadas por eles e longe ao norte as luzes da Grande Maçã podem ser vistas primeiro passando por fazendas de pomares.

Vocês caminham e conversam e como se o tempo estivesse ao mesmo tempo parado e se movendo depressa demais a lua se vai e dá lugar ao sol, nascendo a sudeste.

Onde o próximo nascer do sol levará vocês?

#Eva

*Ela olha Gillet iluminado ali na luz da lua e suspira, não queria tocar em certos assuntos hoje, mas era pro bem dele, aquilo, algum dia atingiria Gillet de alguma forma.*

— Andrew, você falou mais cedo sobre como cada um de nós tem seus demônios… *suspira* eu tenho um demônio, e ele não é metafórico. Ele está bem vivo… Meu ex-marido, quando nós éramos casados, a relação estava estranha e eu acabei descobrindo que ele estava trabalhando pra projetos ilegais junto com uma subdivisão do partido Nazista chamado A Noite Interior… *disse apreensiva.*

#Narração

Quando Eva diz as palavras “EX marido” ela lembra. Eles nunca formalizaram o fim do casamento.

#Gillet

*Gillet olha para Eva atentamente, segurando suas mãos. Ao ouvir as palavras de Eva, acaba se lembrando dentro de um certo laboratório em que Eva havia descarregado um pente inteiro de sua pistola nos monitores onde apareciam duas pessoas: A Srta. Meadham e um certo homem*

— Deixa adivinhar, o seu ex-marido era aquele homem que apareceu nos monitores no laboratório de dentro do vulcão? *Gillet pergunta acariciando as mãos de Eva, sabendo que ela parecia tensa ao falar do assunto e querendo acalma-la*

#Eva

*A lembrança de que legalmente ainda era casada com aquele monstro veio como uma facada. E somente a menção daquele dia na Islândia já fez a adrenalina de Eva subir. Respirou fundo apertando as mãos de Gillet. *

— Sim, era ele… A última vez que o vi foi anos atrás, eu estava coletando provas pra conseguir denunciar o esquema dele… mas ele descobriu antes que eu conseguisse. Eu acordei no meio da noite na mira de sua arma, eu não acreditei que ele seria capaz de algo assim… *Ela coloca uma das mãos sobre a cicatriz.* — — Idiota, mesmo com um canalha desses, eu ainda era apaixonada por ele. *Ela abaixou o rosto, ainda sentia vergonha de ter sido burra a ponto de se relacionar com alguém como Alejandro.*

#Gillet

*As palavras de Eva são recebidas por Gillet como uma lâmina de uma faca gelada percorrendo sua espinha. Quase como se conseguisse sentir a frustração, ódio e os sentimentos revoltantes que vinham daquela cena descrita. Como um homem que tinha o coração de Eva em suas mãos podia chegar ao ponto de tentar matá-la? “Maldito”, pensa*

— Eva, você não tem culpa! *Gillet coloca uma de suas mãos sob a mão de Eva que se direcionou para sua cicatriz*

— Infelizmente é comum acharmos que fizemos escolhas erradas em situações assim, mas não temos controle sobre tudo. E principalmente não temos controle sobre as outras pessoas. Eu…eu sinto muito que você tenha passado por isso. *Gillet pega a mão de Eva e a beija*

#Eva

*O carinho de Gillet era bem vindo… mas nenhuma palavra poderia reparar o que sentia.*

— Eu deveria ter sido mais esperta… o tiro não me matou aquele dia por milímetros, fui salva por que a Rose estava de vigia na casa e me resgatou. Alejandro não me matou naquele dia, mas ele me tirou a vida. Não pude contar a minha família o que tinha acontecido, seria perigoso demais pra meu pai… boatos foram espalhados de que eu tinha traído ele, e né, “meu marido estava no direito dele de defender sua própria honra”…

Mierda… *diz em uma raiva contida, passando a mão nos olhos, limpando as lágrimas antes que vertessem pelo seu rosto.*

— Eu até hoje não sei se minha mãe tinha noção de que eu quase morri… eu me recuso a achar isso, mas talvez seja só uma desculpa que eu mesma esteja criando pra justificar a maldade de quem devia me amar. *balançou a cabeça, não deveria ficar mais se lamentando por essas coisas que aconteceram a tanto tempo.*

— Enfim, estou divagando… não quero que tenha pena de mim, apenas que você saiba como ele é perigoso, especialmente agora.

#Gillet

*Ouvindo as palavras de Eva, Gillet se sente arrasado pensando em como deve ter sido difícil passar por tudo aquilo sem sequer ter o apoio dos próprios pais. Era terrível. E pensar no rosto daquele homens nos monitores era o suficiente para seu sangue borbulhar de raiva. Ainda mais sabendo que, se ele tinha ligação com a Noite Interior, a chance de encontrá-lo era grande. Gillet respira fundo.*

— Eva, eu não consigo imaginar como deve ter sido horrível e solitário passar por isso tudo sozinha…só quero que saiba que você não está mais só. Estamos juntos!

*Gillet abraça Eva*

— E, diga-se de passagem, pena eu tenho é desse canalha maldito que vai conhecer a fúria de ANDREW GILLET, o homem mais perigoso da América. Ele que sonhe em cruzar nosso caminho novamente! *Gillet fala em tom mais ameno e animado, tentando fazer com que sua piada tire Eva dos pensamentos ruins*

— Inclusive, veja só como a gente evolui na vida. Agora você namora o MELHOR PILOTO DOS EUA! *Gillet fala levantando o indicador de uma das suas mãos pra cima e estufando o peito, fazendo uma cara comicamente séria.*

#Eva

*Eva sente o abraço de Andrew, e a imagem de Dora, Gopal e Alder vem a sua mente… sim, não estava sozinha, dessa vez ela tinha essas pessoas que estariam ali ao lado dela.

Ela sorri com as piadas bobas do namorado, gostava de como ele conseguia tirar a mente dela desses cantos escuros.

Seu peito estava mais leve, falará aquela noite tudo o que lhe tirava a paz… algumas coisas continuariam a atormenta-la, mas dividir aquele peso era libertador. Sentia que ambos haviam aprendido muito um sobre o outro, reconhecendo seus pontos em comum apesar de todas as diferenças. Sorriu, invadida por uma felicidade genuína.*

— Sim, o melhor piloto, meu piloto! *ela se aproxima dele e dá um beijo rápido.* — Além de ser o inventor, engenheiro, cientista mais brilhante que já conheci. *Ela diz em um tom sedutor.*

— …E eu preciso de um favor seu, algo que significaria muito pra mim. *O olhar de Eva é obstinado e ela continua.*

[…]

Quer saber qual o pedido de Eva Nightingale para Gillet!? Domingo, às 20Hs no Canal no Nopertwo, na aventura da Serpente de Duas Cabeças, sessão 26!!

https://www.twitch.tv/nopertwo

Texto escrito por Cris Viana e Pedro Lobato ;)

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Cris Viana
Noites Veladas

Designer editorial no seu Estúdio Chaleira, viciada em percussão, gatos, suculentas e RPG.