Buscando um olhar mais consciente sobre mentoria
Acredito que a adoção de práticas como coaching e mentoria no mercado corporativo possui pilares muito comuns com a adoção de Agilidade. São movimentos de popularização de uma escola de pensamento onde o corpo de conhecimento vai sendo transformado e adaptado pelos atores do ecossistema.
Se tornou muito comum uma pessoa acreditar praticar Desenvolvimento Ágil simplesmente por colar post-its na parede ou ainda, trabalhar com sprints e com quadros digitais como o Jira.
Assim como se tornou muito comum uma pessoa acreditar praticar coaching ou mentoria simplesmente por estar em uma posição de aconselhar outras pessoas em diferentes naturezas de relacionamento. Como aconselhar liderados ou pares em uma organização, amigos e conhecidos que possuem menor experiência em uma determinada especialidade, seguidores em uma rede social, etc.
Uma vez que me especializo cada vez mais como tecnologista em software, toda essa paisagem me convida a buscar um olhar mais consciente sobre a disciplina da mentoria.
E acredito ter encontrado, recentemente, um caminho para a busca por uma jornada em que tanto as pessoas mentoradas quanto a pessoa mentora possam se desenvolver mutuamente:
- Experiências relevantes para compartilhar (no meu caso, tenho o privilégio de desenvolver a profissão por mais de dez anos e ocupar posições de maior senioridade em uma indústria cada vez mais carente por novos talentos)
- Interesse genuíno de compartilhar essas experiências (tipo uma vontade de devolver para o mundo tudo que ele te ajudou a conquistar)
- Compromisso de buscar a maestria da disciplina de mentoria (vou me apoiar em uma citação para explicar este item)
Many view mentoring as informal, believe anyone can do it, and anything goes. (…) They talk more than listen, steer not inspire, or provide solutions rather than enable new career enhancing behaviors. The results can be satisfactory, yet often miss out on the bigger possibilities.
Beverly Kaye
prefácio para o livro 10 Steps to Successful Mentoring de Wendy Axelrod
Acredito que Beverly esteja descrevendo o perfil que naturalmente adquirimos ao longo de nossa experiência: muito know-how e toda sorte de resolução de problemas na ponta da língua.
Esse perfil está fadado a resultados medíocres: embora o ego permita sair falando por ai que você já mentorou dezenas de pessoas, grandes são as chances das pessoas que receberam essa “mentoria” terem sido ligeiramente impactadas.
Eu provavelmente já fui esse mentor, mas quero fazer melhor do que isso. E aqui entra o compromisso de buscar a maestria.
Se pudesse escolher entre doar alimento a uma pessoa ou ensinar esta mesma pessoa uma maneira para conseguir o alimento, qual você escolheria?
Iniciar a leitura desse livro foi meu primeiro passo na busca pela maestria enquanto mentor!
