Cinco ferramentas presentes em meu trabalho como Tech Manager

Rafa Noronha
Noronha ponto tech
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4 min readFeb 8, 2023

Quem me conhece sabe meu estilo jeans e camiseta preta básica, por isso o título será o único lugar desse artigo em que usarei a expressão “tech manager”. É, eu sou da escola que chama manager de gestor mesmo.

De todo modo aproveito esses parênteses pra delimitar que as experiências que sustentam as ideias a seguir foram vividas enquanto gestor de times de tecnologia.

Foto de Olena Sergienko na Unsplash

Muito bem, vamos para as cinco ferramentas.

Bom relacionamento com pares, stakeholders e lideranças

A gente precisa olhar pra isso como pré-requisito, tipo um fator de higiene.
Realmente não me vejo conseguindo fazer um bom trabalho sem este requisito ser atingido, por isso é fundamental tratar com prioridade máxima. Ao estabelecer um novo relacionamento, procuro oportunidades para conhecer mais sobre a pessoa, seu trabalho, suas expectativas sobre nossos desafios em comum.

Me coloco sempre a disposição para ajudar e também busco conquistar confiança no dia a dia, por exemplo expondo minhas opiniões, pedindo feedbacks, me mostrando sempre transparente e também vulnerável, quando fizer sentido.

Preciso dizer também que é importante estar ao lado de pessoas com valores e interesses em comum?
Numa organização com cultura compatível com os meus valores, tudo fica mais fácil. Por isso em primeiro lugar é muito importante se associar ao CNPJ compatível ao momento de vida e de carreira.

Reuniões individuais (as famosas “one on one”)

No modelo de trabalho remoto, estas reuniões são a melhor oportunidade de dar atenção a cada pessoa do time, colocar a conversa em dia e entender onde posso ajudar. Procuro conhecer, me conectar mais com as pessoas e criar um ambiente de segurança psicológica e troca de experiências, pedindo ou oferecendo feedbacks e pontos de vista, planejando e revisando planos de desenvolvimento.

Escuta ativa é muito importante nessas reuniões. Escutar ativamente é diferente de ouvir. Tem reuniões que escuto mais e vice-versa. Importante buscar equilíbrio.

Eu também gosto de fazer perguntas abertas. Acho que finalmente estou ficando bom nisso.

Enquanto meu time seguir distribuído, não me vejo abrindo mão dessas reuniões na maior frequência possível. Atualmente tenho mantido recorrência semanal mesmo liderando oito pessoas.

Comunicação frequente, facilitação de reuniões e discussões assíncronas

Um time precisa se comunicar frequentemente. Como gestor, procuro compreender se as pessoas estão fazendo isso. A comunicação frequente pode acontecer nos mais diferentes formatos e meu desafio maior tem sido encontrar o equilíbrio ideal entre facilitar reuniões, puxar discussões assíncronas ou refletir sobre possíveis ajustes no ambiente para que essas práticas aconteçam na minha ausência.

E tenho aprendido que enquanto gestor, preciso ser muito efetivo nas comunicações com lideranças, stakeholders, times e áreas parceiras.

Gestão baseada em resultados (com OKRs)

A gestão baseada em resultados é uma ferramenta organizacional que promove alinhamento e autonomia para os times. Como gestor me vejo basicamente subindo nos ombros dessa estrutura e poupando energia por não precisar lançar mão de mecanismos próprios para alinhar e empoderar meu time.

Refletindo sobre alavancas para o alto desempenho de times, segurança psicóloga, autonomia, alinhamento e maestria parecem quatro das mais importantes pra mim. Uma boa gestão de resultados vai ajudar em duas destas alavancas!

Confesso que ando precisando fomentar mais a maestria. Dia a dia de gestor tem as suas semelhanças com o de garçonetes e garçons: estamos frequentemente equilibrando muitos pratos.

Gestão do tempo

Falando em equilibrar pratos, gestão do tempo é um catalizador para todas as outras ferramentas.
Quando temos as pessoas certas no time e delegamos os desafios corretamente, utilizaremos deste catalizador para priorizar as demandas e investir nosso tempo e energia da melhor maneira possível.

Se meu time faz um bom trabalho de revisão de código e por outro lado possui pouca experiência negociando demandas com áreas parceiras, onde eu vou colocar mais atenção? A resposta certa pra mim é cuidar das negociações. A gestão do tempo também vai me garantir janelas para refletir sobre o que precisa acontecer para eventualmente uma pessoa do time ser capaz de assumir essa responsabilidade.

É isso. Nos dias de hoje nenhum conjunto de ferramentas é exaustivo, certo? Aqui eu enfatizei mais a disciplina de gestão do que as muitas disciplinas de tecnologia.

Um comentário sobre tecnologia é que o conhecimento técnico é obviamente um grande facilitador para liderar um time tech. Ao mesmo tempo, eu não preciso necessariamente conhecer mais do que meus liderados sobre especificamente a tecnologia que temos em mãos. É exatamente o cenário em que estou atualmente e tenho conseguido me sair bem.

Gostei bastante de escrever essas ideias, me conta se fez sentido pra você?

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Rafa Noronha
Noronha ponto tech

Construindo produtos digitais desde antes da bolha tech