4 características sobre o 1º Espaço de Colearning do Mundo!

Por uma Cultura de Aprendizagem & Educação Centrada no Usuário

Julio Fontes
Coletividad
Published in
6 min readMar 27, 2018

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Com o primeiro texto tivemos 342 inscritos, 4 pedidos de franquia em Estados diferentes, 1 proposta de investimento e 2 empresas interessadas em patrocinar a criação do 1º Espaço do Colearning do Mundo.

Nesse segundo texto eu vou falar um pouco sobre o que essas pessoas e empresas notaram. O Colearning não é “só um espaço” — ele é um Sistema.

É uma nova forma de unir e principalmente colocar em prática Design, SD-L (Service Dominant Logic), Educação, Dados, Ciência, Tecnologia, Arquitetura, Empreendedorismo, Comunicação e seus respectivos e inúmeros conceitos e teorias, na criação de um espaço por mais oportunidades e experiências para as pessoas.

A seguir, 4 das 22 características especiais.

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1. Pessoas > Conteúdo

O que os estudos e a ciência nos dizem?

  1. O espaço molda comportamento do facilitador e das atividades.
  2. O comportamento do instrutor e da atividade moldam, através das atividades, o comportamento dos estudantes em tarefas específicas.
  3. Espaço molda comportamento do estudante na tarefa.

Esse estudo de “Espaços e Consequências” [1] sugere como há muito espaço para melhorias.

Se a pessoa exerce essa influência, não é atoa que empatia entre professor/facilitador/instrutor e aluno são fundamentais. E representa segurança psicológica [2], fundamental para o conforto da pessoa que, consequentemente, tem grande peso na experiência de aprendizagem.

Essa conexão emocional não é simples e ela não necessariamente ocorre sozinha ou através do conteúdo. É fundamental que existam condições favoráveis e estímulos adequados.

Se passamos em média 87% da nossa vida dentro de espaços, e a preocupação é a Educação e Aprendizagem, que tornem isso mais fácil, conectando você com pessoas e o que for importante para a sua jornada individual.

Além da conexão com outras pessoas, espaços mais apertados, por exemplo, podem levar ao acréscimo de cortisol (o hormônio do stress) [3]. Assentos adequados, mobiliário, iluminação, ventilação, acústica dentre vários outros fatores tem impacto no conforto e aprendizado das pessoas [4].

A falha das escolas — incluindo as de “inovação”, código e “nova economia” — é replicar um modelo em que o foco é o exclusivamente no conteúdo e não na pessoa e suas necessidades individuais. Você é o espectador ensinado a receber conteúdo, não necessariamente para criá-lo.

E isso não muda só por que você vende seu curso como “mão na massa” se a ideia de “aprendizado” é que ele ocorra com você sentado em uma sala, das 18 às 23h frente a um “especialista”, que despeja informação na tentativa de definir o que e como você deve aprender algo.

Tendo como exemplo o User-centered design (UCD) nós vemos uma “Educação Centrada no Usuário”.

2. “Trilhas (grade) dinâmica distribuída”

Para mim a melhor parte da Economia Colaborativa é reduzir Assimetrias.

É o que aplicativos de mobilidade como 99, Cabify e Uber fazem ao conectar o motorista com o passageiro certo (*seguindo critérios específicos) criando uma malha de mobilidade mais rápida e barata.

Nós podemos fazer o mesmo com a aprendizagem.

Um sistema que considere que as pessoas estão trocando, discutindo, questionando, refletindo e conectadas em qualquer lugar a qualquer momento aprendendo sempre, muito muito além das salas de aula.

Um sistema que ao invés de linear, como ocorre atualmente:

Seja um sistema distribuído. De maneira simplificada, isso significa:

  1. Terá centenas de “pontos” (como A, A1, A2, A3, A4 e além...).
  2. Será aberto, que entenda que todos tem algo para ensinar (aprendizado coletivo).
  3. Organizará a densidade de propostas.
  4. As propostas serão quebradas até sua menor partícula, cada uma delas focada no essencial e de maneira específica baseadas em projetos.
  5. Vai considerar a transversalidade (área A com área B) das áreas e como cada um aprende melhor de uma determinada maneira (jornada individual), atrelando várias formas de aprender.
  6. Nesse volume, faremos a conexão entre os temas, criando um fluxo. Ex.: Proposta do João (de tema A) com a proposta da Maria (de tema A), que nunca se viram.
  7. Com esse “fluxo” criar uma ‘ementa distribuída’ ou trilha — que possibilite caminhos personalizados para a sua necessidade.

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3. Materializar essa cultura do aprendizado (coletivo) através de um espaço.

Por que aprender junto? Por que esse modelo coletivo e “distribuído” é melhor? Basicamente:

“Se você ensinar música e expuser o aluno a ouvi-la, ele aprende algo. Mas se além disso você mostrar uma partitura, a aprendizagem é favorecida (…) quanto mais variados forem os estímulos (visual, auditivo, motor, emocional…), mais redes de neurônios trabalharão juntas, fortalecendo as conexões.” — Roberto Lent, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ e coordenador da Rede Nacional de Ciência para Educação [5].

Isso significa aprender mais, em menos tempo e mais barato.

O melhor exemplo das possibilidades talvez venha do financiamento coletivo. Um sistema que descentralizou o capital, antes exclusivamente na mão de investidores e bancos que, através das milhares de pessoas comuns como eu e você, é capaz de financiar os mais incríveis projetos.

Nós podemos fazer o mesmo com a aprendizagem.

No Colearning você não vai precisar pagar um curso ou atividade para ser, estar e permanecer no espaço.

Você poderá assistir e se envolver diariamente em dezenas de cursos, palestras, maratonas; ao contrário do que acontece em um curso ou workshop em “Espaços de Inovação” ou de Coworking, nos quais tudo tem hora para começar e para terminar e ninguém quer você lá depois disso.

4. Pertencer

Precisamos de um sistema aberto, vivo, recombinatório e diverso. Que entenda o poder da colaboração como o real instrumento de inovação.

Você quer falar de inovação, validação, prototipação, design, empreendedorismo, tecnologia…de dentro de uma sala?

E se pudéssemos inserir OAB, Secretarias, Ministério Público, Prefeitura, CET, pequenos comércios, pequenos negócios, Startups, Professores, Universitários, Escolas e Entidades de bairro em diálogos, projetos, atividades e processos de inovação, raspagem de dados, prototipação, IoT, desenvolvimento de aplicativos, inteligência artificial, em busca de soluções melhores? Conjuntamente.

Colearning é isso.

A proposta de uma integração com o bairro (comunidade local) para ir além de cursos, workshops, bootcamps e maratonas.

O espaço além do imóvel, além de um ‘acumulador de pessoas’, mas como uma ferramenta de Comunicação.

Além disso, a proposta é que a Comunidade também se envolva na gestão do espaço. Participe dos seus processos decisórios, conteúdos, caminhos e possibilidades!

Que, em Comunidade, cheguemos no objetivo de criar um Novo Sistema Global de ‘Aprendizagem Ponta-a-Ponta’ e, como consequência, termos Organizado a Aprendizagem do Brasil.

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Julio Fontes
Coletividad

Entrepreneur, Designer, Data and Product Person, Business Architect, Creator of Colearning Spaces, Inventor. @Coletividad @Visitei @Colearning — coletividad.org