Moodboard — Mateus Peixoto
Mateus Peixoto é product designer e atualmente integra o time de design da Uber em São Paulo, projetando experiências de segurança e foundation.
Anteriormente, ele trabalhou no Nubank, onde foi responsável pelo desenvolvimento de diversos produtos da instituição financeira, como cartão de crédito, conta bancária, empréstimos pessoais e design system.
1.Na sua infância, qual era sua profissão dos sonhos?
Tinha horas que eu queria ser arquiteto, por causa do meu pai, ou desenhista de histórias em quadrinhos. Meus cadernos da escola eram repletos de plantas e perspectivas de casa, Homens-Aranha, Venoms etc.
2. Como se deu sua introdução à arte e quando isso aconteceu?
Por meio do meu pai. O escritório dele é repleto de livros e revistas de arquitetura. De Frank Lloyd Wright a Zanine. Também tem muitos livros sobre arte clássica e pintura japonesa — que são as coisas que ele curte.
3. Para quais designers você estava olhando enquanto desenvolvia seu estilo no início da sua carreira?
Professores da faculdade, como Marcelo Martinez e Ricardo Leite. Eu também olhava muito o Experimental Jetset, Wim Crouwel, Müller-Brockmann.
4. O que tem te inspirado hoje em dia? Quais designers, revistas ou conteúdos em geral te mantêm motivado?
Meus colegas de trabalho. O time de design da Uber é incrivelmente talentoso e gentil, cada design critique é uma aula de design. Me inspiro também pelo estilo internacional e sua filosofia. A influência dele está presente na forma como desenhamos interfaces — grids, componentização, colocar o conteúdo em primeiro lugar etc — , a gente percebendo ou não. Para saber o que está rolando, eu olho Twitter, Medium e Pinterest. Além disso, eu ainda olho bastante para mestres do passado também.
5. Como se manter criativo e aprender constantemente? Há um limite para isso?
Não há, mas o tempo é limitado. Nem tudo que brilha é ouro, então acho que questionar é sempre bom. De maneira saudável, claro. Gente que questiona só por questionar é um saco.
6. Uma curiosidade que muita gente tem é como os processos de trabalho acontecem. Como você descreveria seu processo hoje?
Eu diria que é progressivo. Pego uma folha em branco e vou adicionando até o ponto que for suficiente e adequado. Acho que fica mais claro para saber o quanto é suficiente. Colocar um monte de coisa e ir removendo não funciona para mim.
Outra coisa que faço é focar numa alternativa e iterar exaustivamente. Quando vejo que chegou no limite, vou para a outra e começo tudo de novo. Assim sei o que funciona e o que não.
7. Quando você sente que está com algum bloqueio criativo, o que você faz?
Penso sem parar sobre o problema. É terrível e às vezes não é muito saudável.
E peço ajuda, seja diretamente para um colega, em critiques, jammings etc, ou olhando para o trabalho de outros profissionais.
8. Qual o melhor conselho profissional que você já recebeu?
Documente seu pensamento. Ele será sempre a sua voz quando você divulgá-lo.
9. Existe alguma coisa que você sabe hoje que desejava ter consciência no início da sua carreira?
Não focar só na carreira.
10. Na atual conjuntura, as redes sociais se tornaram uma poderosa ferramenta para profissionais da indústria criativa. Como você lida com isso?
É um canal democrático e permite que eu conheça trabalho de gente do mundo inteiro. Mas pode ser um lugar muito cruel também, por isso uso com moderação.
11. Como você enxerga os side projects, ou seja, aquele projeto pessoal que rola paralelamente na sua vida?
Faça o que você gosta, o que fizer seu barco flutuar. O que acontece paralelamente é, na verdade, a nossa vida. Nem tudo é sobre trabalho, mas se for e você estiver curtindo, manda ver.
12. Qual o melhor livro que você já leu?
Bíblia e Senhor dos Anéis. E a Sintaxe da Linguagem Visual, da Donis A. Dondis. Era para ser um só?
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Em tempo, aproveito para agradecer imensamente a Mariana Medina por revisar, consertar e cuidar desse texto. ☀
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