Passa Tempo traz tradição arraiolo a Corpus Christi

Poliana Araújo Guerra
Nossa Cidade
Published in
4 min readAug 17, 2018
Tapeçaria Corpus Christi

Iniciativa mistura tradições com recheio idealista

Passa Tempo é uma cidade do interior de Minas de forte cultura religiosa e tradição na produção de tapetes arraiolos. E Passatempo tem Bianc Amorim, que tem uma veia cultural quase estourada, de tão completa e cheia. Além disto, o Bianc conhece João Luís Reis e Diego Antônio!

Pronto, taí a equação: cultura religiosa + arraiolos + Bianc Amorim = lindo vídeo dos tapetes com o cuidado artesanal arraiolo compondo a procissão de Corpus Christi na cidade, dando maior visibilidade a esta celebração religiosa, bela e tradicional ali!

Calma, que não acabou aqui … Me dá um minutinho que vou traduzindo isto tudo ligeiro.

Corpus Christi arraiolo? Como?

Igreja Matriz nossa Senhora da Glória de Passatempo

O Bianc, produtor cultural e ativista social da cidade, não brinca com cultura, como já dito antes, porque se alimenta dela. Assim, associando a forte cultura religiosa da cidade à sua vocação ‘arraiola’, quis juntar um e dois e, desta forma, trazer atenção à celebração religiosa local. Nesta celebração, tapetes com cenas bíblicas, objetos devocionais ou simples temas ornamentais são confeccionados sobre as ruas em que a procissão eucarística passará.

Tradição católica popular em algumas cidades do Brasil e de Portugal, estes tapetes são tradicionalmente confeccionados de serragem e sal colorido. Em Passa Tempo, e outras localidades, incluem ainda borra de café, flores, farinhas, e até plástico, em uma pegada não só ornamental, mas sustentável. Mas a ideia agora era unir a tradição dos arraiolos, à outra, à procissão de Corpus Christi. O procedimento seria ensinado pelas senhoras tapeceiras tradicionais, unindo desenhos cuidadosos, a técnica e o olhar destas que têm experiência neste feito e feitio!

Idealistas tapeceiros

Corpus Christi em tapetes e trabalhos compartilhados

A procissão materializa valores idealistas como a co-criação e o trabalho compartilhado de várias pessoas da cidade, trabalhando isoladamente em diferentes lugares, fazendo um desenho recebido, com as serragens doadas e posteriormente pintadas, cada um fazendo uma parte dos desenhos, da temática, que, ao final, torna-se o caminho do Corpus Christi, o tradicional tapete. Taí a beleza, taí o vínculo idealista. Uma equação cujo resultado é maior que a simples soma das partes. No visual, na densidade, no tamanho e no significado que espelha e retrata. Mais ainda no significado que cada pessoa do público assimila e percebe.

Nas palavras de Bianc Amorim, foi um presente dado à cidade, no sentido da valorização da cultura religiosa local em comunhão com a tradição arraiola. O apoio dos padres, pela valorização de um rito cerimonial feito arte significativa para a igreja, é fundamental para conferir credibilidade e autoridade ao seu movimento e suas buscas.

O vídeo produzido por João Luiz Reis. Imagens aéreas cedidas por Diego Antônio

O objetivo, agora, é levar um professor de artes e desenhos para repassar e aplicar técnicas de desenho às tapeceiras, criando mão de obra especializada e investindo em uma tradição identitária da cidade.

A árvore dos sonhos dos idealistas multiplicando frutos!

Assim, em um dia em que os idealistas se encontram e conversam, buscando conexões, Bianc Amorim, com a ajuda de seu amigo Joao Luiz Reis, idealizam e produzem este significativo vídeo para a comunidade local e fazem outros planos de fazer réplicas de todas as igrejas e capelas de Passa Tempo. Mas aí são outros frutos de sua árvore dos ideais, que segue multiplicando seus ramos.

Passa Tempo é uma Nossa Cidade e o vídeo da procissão feito por Bianc Amorim, foi uma motivação pelo dia do idealista.

A Associação Nossa Cidade é parceira de pequenas cidades em busca de prosperidade e transformação social.

O Dia do Idealista — comemorado internacionalmente uma vez por mês, nos dias 1/1, 2/2, 3/3, 4/4, 5/5 e assim por diante até dia 12/12 — é uma data dedicada a imaginar o mundo (cidades, comunidades, vidas) que queremos, conectar uns com os outros e agir de forma a construirmos juntos essa nova realidade.

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