O AMANHÃ QUE NÃO CHEGOU

Rafael Dupim
MeuRio
2 min readJun 15, 2022

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Foi em 2007 que o Brasil vislumbrou o eldorado do pré sal. Os anos seguintes foram de tal otimismo e movimento que até hoje sentimos os efeitos da interrupção desse projeto país.

O Rio, como sede da Petrobrás e berço do Pré-Sal, por breve período pareceu prestes a retomar seu lugar como metrópole mais ousada do hemisfério sul.

O projeto de recuperação econômica arquitetado incluía o investimento em reformas urbanas que preparavam a cidade para sediar grandes eventos internacionais.

O efeito mais imediato da euforia de um estado que projetava ser dos lugares mais prósperos do mundo foi a especulação imobiliária.

De 2008 em diante o preço dos imóveis passou a acompanhar a projeção de futuro e o Rio chegou a ser a cidade mais cara do mundo. A maioria de seus habitantes que não participava da prosperidade de um projeto de cidade globalizada se viu obrigada a reajustar seus próprios planos em função das contas a pagar.

Copacabana foi uma vitrine desse processo. Idosos que não podiam mais pagar o aluguel e comunidades sob intervenção policial constratavam com com o aquecimento do mercado imobiliário e o financiamento público na revitalização da rede hoteleira.

O futuro projetado não chegou. Um outro projeto de país tomou o poder e a vida do bairro expressou o interrompimento.

Passada as Olimpíadas, a orla de copacabana não tinha mais luzes acesas, comércios tradicionais fecharam e um Museu inacabado simbolizava uma intervenção urbana que terminou por expulsar a vida da cidade.

As histórias narradas pelos alunos de jornalismo da FACHA em mais uma edição recontam esse processo a partir de lugares simbólicos que não estão mais na paisagem .

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Rafael Dupim
MeuRio
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Professor de Jornalismo, Arte, Comunicação, Cultura e Mundo Contemporâneo/FACHA