Campus Méier da FACHA / Reprodução Google Maps

O vazio causado pelo fechamento da FACHA Méier

“A FACHA Méier era tudo”, alunos e professores lembram do marco histórico e aprendizados do campus da faculdade

Macla Silva
MeuRio
Published in
2 min readNov 27, 2020

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Em meio a pandemia, muitos projetos foram fechados. Estabelecimentos, instituições e pequenos negócios. A crise afetou o estado do Rio de Janeiro. No entanto, o que ninguém esperava era o encerramento do campus Méier das Faculdades Integradas Hélio Alonso, a FACHA. A instituição comunicou em 23 de junho que, após 20 anos, encerraria suas atividades na unidade da Zona Norte ao final do período de 2020.1. O motivo: crise econômica e pandemia. Um grande choque para a cidade do Rio, que tem nesta faculdade um ar clássico. O cenário local foi modificado, o que antes era um âmbito jovem, agitado e com movimento, passou a proporcionar um “vazio na área”, como explica a professora Ana Arruda, professora da instituição e moradora local.

Por mais que a unidade fosse menor quando comparada ao campus Botafogo, o campus Méier possuía a personalidade e significava muito sobre o fazer educação.

“A perda é enorme! Não só pela história da FACHA Méier como a representação política naquele espaço: um professor, dentro do subúrbio do Rio e que tem como motivação principal a comunicação como curso mas, também, para os alunos que são da zona norte, oeste e baixada que não conseguiriam se deslocar para Botafogo por inúmeros motivos”, diz Igor Rodrigues, aluno da universidade, oriundo do campus Méier.

O vazio é causado também pela relevância que a universidade possuía no local. “Era uma importante referência acadêmica, uma vez que não temos universidades no bairro além da UniCarioca. Senti tristeza! O bairro perdeu uma opção de universidade e eu alunos esforçados e determinados”, desabafa a professora. Outro fator era a diferença de acolhimento e simplicidade do campus. “A sensação de que estava em casa. (…) Sensação de pertencimento. Estar ali, filho de suburbano, o primeiro a frequentar a universidade e ela ser no coração da zona norte é incrível. Eu já havia ido a Botafogo e me sentia em OUTRA Facha. Era como se eu estivesse na ESPM ou na PUC. Parecia que meu corpo não pertencia aquele lugar.” relembra o aluno Igor.

Um vazio inevitável. Os alunos de Botafogo nunca saberão e, tampouco, conseguem mensurar a perda. No entanto, as Faculdades Integradas Hélio Alonso continuam no campus Botafogo, com sua essência de comunicar e o valor que só quem é aluno FACHA sabe. “Ser da FACHA Méier era mais do que estar em uma universidade, era pertencer a um momento histórico em que a maioria das universidades sérias estavam na zona sul. (…) Os alunos saiam de lá com uma consciência do lugar e da importância que tinha. Vou sentir saudades imensas desse lugar!”, finaliza Igor.

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