Pandemia faz mais uma vítima: Bar e Restaurante Hipódromo

André Antunes
MeuRio
Published in
3 min readDec 4, 2020

Além das suas belas praias, a zona sul do Rio também é famosa por seus tradicionais bares e restaurantes e pela sua rotina boêmia. Em cada esquina podemos encontrar desde jovens aproveitando a vida noturna, a frequentadores de mais idade sentados nos bares clássicos dos bairros.

E nesse ano, um dos bares mais populares da zona sul carioca fechou suas portas. O Bar e Restaurante Hipódromo da gávea encerrou suas atividades após 75 anos de funcionamento.

Localizado no coração do Baixo Gávea, na Praça Santos Dumont, o bar era um ponto tradicional e um dos principais estabelecimentos de um dos redutos da boemia carioca. A casa vinha sendo administrada há cinco anos por Alessandra Moura, desde a morte de seu pai, que foi um dos fundadores.

O Hipódromo marcou época na cidade do Rio de Janeiro. Conhecido por seus saborosos petiscos, chopp gelado e pela picanha feita no carvão, carro-chefe da casa, Ali passaram pessoas de todos os tipos, de estudantes a celebridades.

O Bar suspendeu as atividades em março, por conta da pandemia do novo Coronavirus, e voltou com serviço de delivery no início de julho. Mas não durou muito tempo. No dia 20, a casa comunicou pelas redes sociais o seu encerramento:

Comunicado de encerramento do Hipódromo

Infelizmente, eles foram um de diversos estabelecimentos que não resistiram à pandemia. A capital do estado já acumula 14,5 mil demissões no setor de bares e restaurantes, segundo o sindicato SindiRio. Desde o início do ano mais de mil já fecharam as portas e a previsão é que não pare por ai. A expectativa é de que até o fim do ano esse número chegue a 3 mil.

A falta de apoio do governo é alvo de reclamação dos empresários. Em pesquisa da SindiRio, feita em julho, 76% das empresas tiveram pedido de crédito recusado; 72% tiveram que demitir funcionários e 76% fizeram uso da MP 936, que prevê redução de jornadas e salários e suspensão de contratos. Os donos dos bares protestam que esperavam por uma ajuda do governo, mas que ela nunca chegou.

O inesquecível Hipódromo dará lugar a uma filial do Brewteco, que já tem unidades no Leblon, Barra e Tijuca. Assim que saiu a notícia, clientes fizeram um abaixo-assinado pedindo para que o Brewteco mantenha os funcionários que lá trabalhavam, alguns com mais de 30 anos de casa. Em entrevista ao jornal O Globo, um dos sócios do Brewteco, Rafael Thomaz disse que pretende conversar com os demitidos e que irá manter algumas tradicionais atrações do Hipódromo. Pelo menos algumas memórias serão preservadas, de um lugar que rendeu tantas histórias e boas lembranças.

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