O início de ano do futebol brasileiro
O que de mais importante aconteceu nesse início de temporada e algumas verdades.
A Primeira Liga
A temporada do futebol brasileiro de 2016 começou, finalmente, com uma novidade: A Primeira Liga. Finalmente surge uma luz no fim do túnel escavado pela CBF, alguns clubes de Minas, do Sul mais Flamengo e Fluminense se juntaram para criar um novo campeonato, fora da asa podre dos coronéis que comandam as federações estaduais.
Como somos brasileiros, e não desistimos até estragar uma boa ideia antes mesmo de colocá-la em prática, a Primeira Liga quase não aconteceu pelo mesmo motivo que fazem os clubes serem reféns da globo, do sistema coronelista das federações e da CBF: amadorismo e cartola torcedor. Enquanto existirem esses dois cânceres na gestão dos clubes brasileiros o futebol, por aqui, nunca vai dar certo.
Por caminhos tortos, a Primeira Liga acabou acontecendo, e começou relativamente bem, com bons jogos e bom público, principalmente nos dois jogos do Mineirão. O de abertura, entre Atlético e Flamengo, com mais de 30 mil pessoas, e Cruzeiro e Fluminense, com mais de 20 mil. Quanto melhor o produto, mais público, mais dinheiro e melhor vira o negócio pra todo mundo. Mas é difícil meter isso na cabeça do cartola que acha que o importante mesmo é ser melhor que o rival.
Amigo, torcedor é quem tem que detestar rival. Para cartola, rival é parceiro de negócio. Um precisa do outro, tipo o Batman e o Coringa. Esses homens de negócios adoram ler livros de outros homens de negócios, O Pequeno Príncipe e A Arte da Guerra, mas não aprendem nada com eles. No dia que existir o monopólio no futebol ele acaba. Ou você acha mesmo maravilhoso que apenas dois times (e a cada dez anos um terceiro) tenham chances em um campeonato nacional que dura o ano todo? (Um beijo Liga Dos Dois Times)
Made In Brazil Bought By China
Quem tem medo da China? Que transforma carvão em dinheiro e, como já não tem mais o que fazer com ele, vem no Brasil jogar maços de dólares na cara de nossos jogadores. Levou meio time do campeão brasileiro e está levando o último artilheiro do Brasil.
O problema não é a China. Ou a Ucrânia antes dela. Ou os árabes antes destes. Ou mesmo a Velha Europa que levava nossos meninos a peso de ouro. A Europa ‘quebrou’ mas alguém sempre está nadando em dinheiro, e o futebol é fácil de lavar e divertido para as massas que queimam como combustível fóssil. Com a gestão abandonada do nosso futebol, a base sucateada como é, fica muito fácil.
Nem precisava do dólar a R$4,00.
Imagina o tamanho do futebol brasileiro se a CBF se importasse com ele, desde a entrada de Ricardo Teixeira, como se importou em fazer a Seleção ser a galinha dos ovos de ouro. Ao invés de uma galinha. teríamos uma franquia de granjas (irônico não?) com uma produção de ouro quase ilimitada.
Os ingleses enxergaram isso. A seleção deles é patética e ganhou uma Copa muito da roubada, sim, mas o pior time da Premier League tem mais dinheiro hoje que a Séria A do Brasil inteirinha. Caso não saiba, os clubes ingleses fecharam um novo contrato para transmissão dos jogos por 5 BILHÕES DE LIBRAS, isso dá 22 bilhões de reais, por TRÊS ANOS.
Sabe por quanto o São Paulo fechou o acordo com a TV Paga — que todos os clubes estão fechando — ? 500 milhões de reais. Por 5 anos. Para 20 Clubes.
O Brasil nunca foi o país do futebol. Nunca.
Se estadual não vale nada, por que derruba técnico?
O brasileiro, em seu estado natural, já devia ser estudado, mas o torcedor brasileiro precisa de camisa de força.
Os estaduais são ridículos. Não a existência deles, veja bem, mas os formatos. São inchados, com nível técnico ridículo, praticamente sem público e só servem para encher os cofres das federações estaduais que, mais uma vez eu digo, não servem para absolutamente nada. A não ser, claro, enriquecer os presidentes. Tem um presidente que está há mais de 40 anos no cargo.
Esses senhores feudais usam, todo ano, a mesma falácia para defender seus territórios férteis “Os clubes pequenos vão quebrar sem os estaduais, são milhares de empregos, jogados fora.” Acho que eles relevam o fato de que com os formatos atuais, milhares de jogadores FICAM sem empregos e times pequenos jogam 4 meses durante o ano. Mas quando os estaduais acabam, lá para Maio, ninguém mais se importa mesmo.
É um problema tão fácil de resolver…
Se os clubes fossem unidos, se os cartolas não fossem burros e se o torcedor médio entendesse um pouco mais disso tudo. Enquanto a mentalidade dele for “se ganhar não vale nada, mas se perder está tudo errado”, e os dirigentes aceitarem essa pressão que vem da torcida e é alimentada pela imprensa que faz parte (e muito) de tudo isso, não vai adiantar nada.
Não é mesmo Eduardo Baptista?
Vamo São Paulo, Vamo São Paulo, Vamo Ser Campeão!
Existia um clube no Brasil que era o grande exemplo a ser seguido. Modelo de gestão, saúde financeira e futebol vencedor. Tricampeão brasileiro, campeão da libertadores e mundial. O São Paulo era o grande exemplo a ser seguido.
Até a loucura do falecido Jota Jota (Juvenal Juvêncio) atacar e o grande clube brasileiro se perder completamente em picuinha política da Oligarquia paulista. Advogados, grandes homens brancos que controlam o país lá do Morumbi nada mais são que um pequeno exemplo de tudo que acontece no Planalto Central. Sai a figura JJ entra o paspalho Carlos Miguel Aidar, com seu cartão de visitas de Senhor de Engenho, elogiando Kaká, pois tinha a cara do clube, o menino branco e rico com todos os dentes na boca.
O mundo anda em ritmo de lebre enquanto a elite branca anda a passos de tartaruga. Não consigo entender racismo no futebol. Logo ele, o esporte que tem como maior símbolo o menino negro de três corações. Aliás, entendo, mas não queria.
Enfim, Carlos Miguel Aidar deu nome a outro besta com mesmo nome de Barão do Café, Carlos Augusto de Barros e Silva. Numa renúncia que aconteceu por causa de uma fita, gravada pelo vice de futebol, em que Aidar admite ter recebido dinheiro de contratação de jogadores entre outras comissões. E eu nem vou contar o fato do patrocínio de uma empresa em que sua namorada era funcionária e receberia uma comissão monstra.
Conta-se que os torcedores, sim eles, quiseram abafar o caso da fita. Não queriam expor tanto a corrupção do clube. Essa mentalidade vai levar o futebol para o túmulo. Ou, para ser mais realista, nunca vai tirá-lo de lá.
Entre as tantas besteiras que fizeram, a maior delas foi mentir para o pobre do Osório. Que não aguentou ser marionete e teto de vidro para cartola covarde e trocou Cotia pela Seleção do México.
Robinho
E não é que a China também descarta? O jogador favorito de Galvão Bueno, em toda história, acabou enfim no Atlético, meu time. Para meu total desgosto, digo sem o menor problema. Robinho representa muito do que eu detesto no futebol. Jogador medíocre (na maior acepção da palavra) na maior parte da carreira (deixo de lado aí o campeonato brasileiro de 2002), criador de problemas, formador de panelinha, nunca foi muito do meu gosto.
Brigou no Santos para ir ao Real Madrid. Jogou ao lado de Zidane, Ronaldo, Beckham e outros galáticos. Não foi nada lá, Sávio, para ficar em um exemplo, é lembrado com muito mais saudade que ele. Brigou no Real Madrid para ir ao Manchester City. Mais um clube onde foi o zero a esquerda, mas que poderia ter sido a grande estrela. Faltavam os parças. Depois brigou no City para ir ao Milan. Meu segundo time, desde a Copa Centenário de 1997.
A ida de Robinho culminou na desgraça iminente do clube rossonero, me afastando de vez de um time muito querido. Sou contra o menino Róbson no conceito. Fez juras de amor ao Santos, mas queria 800 mil reais para voltar à Vila. Espero que ele nunca chegue a amar o Galo assim.
Pode ser que ele dê certo e até conquiste mais que Ronaldinho conquistou. Ora, Robinho pode até liderar meu Galo ao meu sonho de consumo, mais um título brasileiro, que eu nunca irei gostar dele. Acho que o Atlético poderia ter investido em quem teve muito mais futebol e muito menos, digamos, puxa-saquismo, que Robinho, seu colega Diego.
Exatamente o meia que o Galo precisava e que eu sonhava. Robinho não foi contratado pelo jogador que é, muito menos pelo que foi. Foi contratado pelo nome e tamanho que a imprensa brasileira lhe deu. Entendo, mas não concordo.
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Um grande abraço!