da globo, pq é ela que manda

Os Malditos Estaduais

Pedro Turambar
Notas da arquibancada
3 min readMay 7, 2017

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Hoje, enfim, acabam os estaduais. Dia das mães, 14 de maio. Metade da temporada, praticamente, desperdiçada com um amontoado de jogos que não valem nada. O pior é que usam a desculpa de que, se acabarem com os estaduais, os times pequenos morrem e milhares de jogadores ficariam sem emprego o ano todo.

Sabe o que acontece após os estaduais? Milhares de jogadores ficam sem emprego. E os pequenos, mesmo com os estaduais, estão morrendo. Definhando. Não existem apenas duas opções Estaduais x Sem Estaduais. É só criar um formato novo, para todo o país, que inclua os pequenos em calendários que durem o ano todo. Só que essa não é a vontade dos caras.

Campeonato estadual só existe por um propósito: manter viva as federações estaduais. As mesmas entidades que fazem parte da hierarquia podre do nosso futebol. Seria ótimo se elas se preocupassem com futebol, poderiam ajudar a criar um calendário de verdade. Que de visibilidade para os pequenos e emprego para seus atletas.

Mas cartola não gosta de futebol. Cartola gosta é de poder.

Tem estadual que coloca limite de inscritos pro time não usar os moleques da base para jogar alguns jogos. E nos estados dos maiores clubes, se inscreverem times reservas ou sub-qualquer-coisa a Globo pega no pé. Ela se sente no direito, já que descarrega um caminhão de dinheiro nos clubes por causa dos direitos televisivos. O que é uma inversão de valores absurda. Fica um sentimento que os clubes devem um favor pra Globo, uma vez que ninguém torce pra canal de tv, isso é quase como querer ir pra cima da Alemanha numa semi-final de Copa.

É só ver o que o outro Atlético vem tentando fazer há alguns anos. No estadual só os moleques. Aí o que a CBF apronta? Diz que vai proibir o gramado sintético (aprovado pela FIFA) dos caras. Inclusive, deixo aqui todo meu apoio ao Coxa e ao Rubronegro de Curitiba por desafiarem a Globo.

No dia que os clubes entenderem que o poder está todo na mão deles, que eles tem os telespectadores, os consumidores e o produto, aí nosso futebol muda.

Imagina o que nossos times não poderiam fazer com um bom tempo de pré-temporada, técnicos com tempo para trabalhar, sem serem demitidos com 5 meses de trabalho, porque perderam para a Ponte Preta. Ou porque o time não jogou bem contra do XV de Jaú. Torcida, cartolagem e imprensa ficam nessa de que “tem que deixar o homem trabalhar” mas o discurso não dura uma página.

Todo começo de ano é a mesma coisa, pegue a ESPN por exemplo. É a que mais defende um novo calendário, técnicos com mais tempo no cargo, modernização do futebol. Mas é a primeira a fazer 40 mesas redondas falando que tal técnico já está balançando porque o time não tá jogando bem. E ainda colocam panos quentes, “não estamos falando que tem que demitir nem criando uma pressão que não existe… mas estamos.”

Temos que aprender de uma vez por todas que nosso futebol precisa mudar. Mas voltar à velhas opiniões na primeira apertada de mamilo não dá. Não dá mesmo.

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