Acabou o Pojeto.

Tô Iludido

Pedro Turambar
Notas da arquibancada
2 min readJan 13, 2017

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O futebol precisa de muito pouco pra me fazer acreditar nele.

Se tem uma coisa que é mal administrada, mal gerenciada, mal feita e, muitas vezes, mal jogada, é o futebol brasileiro. Sobre a cartolagem, nem preciso falar muito. Um presidente da CBF fugiu para os EUA com medo de ser preso. Seu sucessor foi preso e o que veio depois dele não pode sair do país porque irá para a cadeia.

Técnicos que acham que ainda estamos na década de 80 e 90, que ainda acham que somos o melhor futebol do mundo e que, para ganhar, basta um nome e meia dúzia de gritos ao lado do campo. Técnicos que acham que é muito fácil treinar um time com ótimos jogadores, difícil é ganhar campeonato no Brasil. Dois exemplos são o Pofexô e o Renato Gaúcho.

Nossos jogadores boicotam técnicos, como Roger, por ser muito exigente e dar treino pesado todo dia. Nossos times contratavam por DVD. Times como o Corinthians e Inter contratam jogadores ultraquestionáveis como Christian e Anderson, com salários astronômicos, mas que não jogavam há mais de ano. O último, coitado, é um jogador cuja fama vem da Batalha dos Aflitos e de dois jogos bons que fez no Manchester, em não sei quantos anos que ficou por lá. Sim, até Sir Alex Fergusson erra.

Mesmo diante desse cenário, eu sou um iludido.

Pela primeira vez, os grandes clubes do Brasil iniciam o ano com técnicos jovens, com novas propostas não só de jogo mas, principalmente de treino e filosofia do que é futebol. Essa é uma mudança de mindset gigantesca. Os maiores clubes do país estão contratando no máximo 5 jogadores essa temporada.

Há nem 10 anos, esses mesmos clubes apresentavam 5 por semana no mês de janeiro.

Nas reportagens, você ouve Rogério, Roger, Eduardo Batista, Zé Ricardo, Jair Ventura, Fábio Carille (que não vai durar muito), todos falando em posse de bola, bola no chão, time compacto, recuperação rápida, todo mundo marca, todo mundo ataca. Novos sistemas, novas filosofias. Sem contar o uso da base em alguns times, como o São Paulo por exemplo, 14 dos 28 jogadores foram formados em Cotia.

Vendo esse pequeno vídeo de um treino do Atlético, eu quase chorei ao ouvir Roger gritando que queria a bola “no chão!” Você não faz ideia o quanto eu sonho com isso.

Eu não só quero acreditar, como eu já estou acreditando. E torcendo para que esses times consigam triunfar, se não pelos resultados — afinal, só um ganha — , mas pelo futebol jogado aqui.

Que o 7 a 1 comece a virar a partir de agora. Como bom atleticano que sou, #EuAcredito.

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