Uma proposta de nivelamento

É natural que dentro de uma mesma turma existam alunos mais avançados e menos avançados. É muito fácil perceber esse problema com uma simples atividade avaliativa, desde que bem elaborada. Partindo desse problema, temos o seguinte cenário: avançar com o programa da aula significa deixar para trás uma parcela da turma que irá se sentir desmotivada, pois ainda não conseguiu alcançar as competências básicas para seguir em frente; por outro lado, retomar o conteúdo causará desmotivação na parcela de alunos mais avançada, que certamente não se interessará por algo que já assimilou. Como equacionar esse problema?

Uma proposta é utilizar o que eu costumo chamar de circuito de exercícios. Uma sequências de exercícios em ordem de dificuldade que devem ser resolvidos por todos os alunos da turma. Assim que um aluno realiza o exercício de nível 1, ele pode então fazer o exercício de nível 2 e assim sucessivamente. É importante deixar claro para os alunos que a avaliação não irá medir a quantidade de exercícios que cada um consegue fazer, a avaliação será personalizada, esperasse dos alunos mais avançados uma maior quantidade de exercícios e dos menos avançados, que consigam fazer os exercícios mais básicos. Dessa forma queremos que os alunos deem o seu melhor em cada uma das etapas.

Pode-se usar a lousa para desenhar um trajeto onde os alunos vão caminhando, como peões em um jogo de tabuleiro. No final da aula, teremos uma fotografia da situação da sala. Essa imagem traz uma série de informações para a avaliação do processo ensino-aprendizagem, como por exemplo:

• a quantidade de alunos que tem dificuldade
• o exercício em que os alunos ficaram mais tempo, demonstrando que os conceitos envolvidos nesse exercício precisam ser melhor trabalhados
• alunos com mais facilidade
• alunos colaborativos, que por notarem estar muito adiantados param para ajudar os colegas a resolverem os problemas

O nivelamento é algo utópico, sempre haverá diferença entre os alunos, é essa pluralidade que deixa tudo mais interessante, mas mesmo assim, devemos procurar estratégias para diminuir essa distância e fortalecer a autonomia dos nossos alunos.t