O que eu aprendi tentando ser uma pessoa com conteúdo

Christiane Troglio Luckow
nubmarketing
Published in
5 min readJul 20, 2018

Tudo gira em torno de conteúdo e a verdade é que nós estamos sempre em busca disso. Pessoas sem conteúdo são descartadas das nossas vidas e até mesmo quando falamos de marcas e produtos funciona da mesma forma. E, agora você deve estar se perguntando, por que tudo o que você ou a sua empresa publicam não sai do lugar e morre por falta de audiência mesmo quando há dedicação para se tornar relevante?

Estamos imersos em um oceano de informações e é por isso que 500 palavras e três parágrafos não são mais o suficiente para atrair a atenção de alguém para um post. Acredito que você deve ser como eu: espera sempre ser surpreendido. E sabe o que tem poder para fazer isso acontecer? Pessoas e histórias reais. Eu mesma fiz o teste esses dias.

Resolvi testar os meus seguidores no Instagram. Não sou famosa, não tenho perfil business e não sou muito de aparecer por lá com vídeos, mas achei que valia o teste.

Pensei em algo que poderia agregar na vida daquelas pessoas que me seguem e que eu também soubesse falar. Com oito vídeos de 15 segundos, contei o que faço profissionalmente, falei da minha trajetória sempre nos bastidores da comunicação e nunca à frente das câmeras, e trouxe dicas muito simples sobre o que é necessário fazer para se organizar e produzir conteúdo, independente da sua área de atuação.

Meu teste foi na humildade (quem viu o estado que estava meu cabelo deve ter percebido isso! hehe) e morri de vergonha, eu confesso. Porém, em 24 horas, recebi mais de 40 retornos e, para a minha surpresa, não era da minha família. Eram de pessoas que eu não fazia ideia que iriam se interessar pelo tema.

Você já sacou o meu ponto? Por mais que você tenha estudado para produzir um conteúdo, se ele for impessoal, ele não tocará as pessoas. No meu caso, entendi que a simplicidade — que é diferente de desleixo — tornou o meu processo natural e fez com que outros se interessassem pelo tema.

Mesmo assim, ainda há outros fatores que contribuem para o engajamento e a construção de uma audiência e não é somente o apelo emocional. Vou analisar cada um deles no detalhe, incluindo esse já citado, para que você possa entender melhor:

# Apelo emocional

Foque nas emoções que geram sentimentos como curiosidade, admiração, humor e interesse. Listo aqui algumas dicas:

  • Saiba quais são as “dores” e as necessidades da sua audiência;
  • Traga alguma reflexão desde o início do conteúdo;
  • Gere valor com outras perspectivas que a sua história é capaz de abordar;
  • Escreva como você fala (essa é difícil! Até eu que sou jornalista apanho tentando isso).

Você ou a sua marca não precisam se comportar como um ser perfeito. Sair fora do script é muito positivo. Quanto menos comercial e “forjado”, o sentimento de pertencimento e identificação do usuário se tornará cada vez maior com aquela história.

# Compartilhamento digno

Conteúdos compartilháveis são aqueles que trazem alguma provocação ou podem ser usados e apropriados de alguma forma pelo outro, certo? Se você quer trazer algo “usável”, traga a solução. Quanto mais prático, mais chances do outro se interessar e compartilhar.

Aqui vale citar o que o professor da Wharton School — Universidade da Pensilvânia (EUA) e Ph.D em Marketing Jonah Berger diz sobre os seis passos para tornar um conteúdo “contagioso”.

Moeda social: Nas redes sociais, todo mundo quer ter uma boa aparência e uma vida perfeita. Nós, pessoas, acreditamos que o que falamos influencia o modo como os outros nos veem, por isso, só vamos compartilhar algo que nos represente;

Gatilhos: Marketing de conteúdo é sobre tocar no que há de mais profundo, lembra? Procure trazer em suas publicações contextos no qual seu público-alvo está imerso. Pense em ideias que representam mensagens ou situações que essas pessoas vivenciam;

Emocional: Olha ele aqui mais uma vez! Produzir conteúdo é trazer informação e isso não toca as pessoas. Já as emoções conectam e tornam os laços mais fortes;

Público: As pessoas observam e também imitam. Se outros estão fazendo, é porque aquilo parece ser bom. É assim que as tendências são criadas e se tornam virais;

Valor prático: Gostamos de compartilhar aquilo que poderá ser usado pelos outros, ou seja, que ajudará alguém. Aqui, posso exemplificar novamente com o que tentei fazer com os meus vídeos no Instagram;

História: Como falei antes, as histórias são capazes de entreter, envolver e transmitir mensagens. Traga o seu produto ou ideia para dentro de uma narrativa, a informação não tem contexto se ela está sem um background.

# Design

Publicar um conteúdo é como uma grande equação. Tudo faz diferença para o resultado e o design é um deles. Isso também não quer dizer que porque algo está visualmente bonito que se tornará um viral. Mas… posso afirmar que um layout feio acaba com qualquer potencial.

O design é muito relativo de formato para formato, por isso, coloco aqui apenas um checklist para você ficar atento:

  • Guie o olhar: Cuide onde você está colocando cada elemento;
  • Linguagem visual: Será que tudo o que você escreveu precisa estar dessa forma? Não há nenhum recurso gráfico capaz de ajudar nisso?
  • Palavras em destaque: Colocar termos em negrito, como subtítulos, ajuda a prender a atenção do usuário;
  • Espaçamento: Caso haja essa possibilidade no material que está produzindo, procure colocar 1,5 de espaço entre as linhas. A leitura ficará mais fluída.

# Distribuição

Esse é um ponto que também depende do que está sendo produzido (se é algo interno para a sua empresa ou para o público em geral, por exemplo). Se for um conteúdo digital e pensado para que qualquer pessoa possa acessar, pense nos pontos de distribuição. Vamos ao exercício:

Você escreveu um texto para o Medium. Onde mais é possível de gerar tráfego para esse canal?

Utilize do seu poder de influência em outras redes sociais como Instagram, Facebook, Twitter e Linkedin. E, quem sabe, até mesmo por e-mail.

Divulgue a informação que você tem um novo material de uma maneira que, em poucas palavras, traga qual é a abordagem diferenciada do que você está propondo. Faça um “call to action” e redirecione o público para onde está o conteúdo. Ah, aqui também é importante pensar na parte gráfica e ser visual nessa breve apresentação.

Escrevendo esse texto procurei seguir com todos os pontos que comentei, mesmo assim, sei que, provavelmente, devo ter falhado em alguns. E, tudo bem, não preciso me culpar tanto por isso. Aprendi que produzir conteúdo é um teste de tentativa e erro onde você tenta entender o seu público e, ao mesmo tempo, entregar valor. Com o tempo, você vai se aperfeiçoando e a missão se torna mais fácil.

Se você ficou interessado pelo assunto, podemos trocar mais algumas ideias. Será um prazer ouvir as suas histórias e também contar um pouco mais sobre as minhas. :)

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Christiane Troglio Luckow
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