Mulheres Pretas dentro de uma Sociedade Racista e Violenta

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3 min readMar 5, 2021
Fonte: Universidade Zumbi dos Palmares e a Afrobras, com apoio da Agência Grey

A Constituição Federal de 1988 em seu Artigo 5° aponta que a vida é um direito de todos. Mas esse direito está sendo garantido a todos e todas? Voltando o olhar para nossas próprias realidades é possível depreender a necessidade de ações com o intuito de reforçar esse direito, uma vez que pesquisas tem denunciado a forte presença de práticas racistas e violentas contra mulheres pretas que, embora sejam parte majoritária na sociedade tem sido historicamente invisibilizadas.

Oliveira (2006) concorda com entendimento anterior ao apontar que historicamente a mulher tem sido discriminada triplamente pelos seguintes motivos: pelo simples fato de ser mulher, por ser negra e, ainda, por causa da classe social a que pertence.

A realidade acima fica clara em dados como os demonstrados pelo Instituto Patrícia Galvão (2016) ao apontar que mulheres pretas foram 53,6% das vítimas de mortalidade materna e que, de acordo com especialistas na área da saúde, esses deveriam ser números bem menores, uma vez que esses casos poderiam ter sido evitados a partir de acesso a informações e atenção pré-natal.

A pesquisa também aponta que as mulheres pretas eram 65,9% das vítimas de violência obstétrica e 68,8% daquelas cujas mortes foram causadas por algum tipo de agressão. E como dado mais chocante temos a estatística sobre homicídios ao apontar a diminuição de 9,8% de homicídios contra mulheres brancas, enquanto a situação das mulheres pretas vai pelo caminho contrário e apresentam um aumento de 54,2% desses crimes.

Dados como esse deixam claro como mulheres pretas estão sendo tratadas e alerta para a necessidade de enfrentamento dessas situações. Dessa forma, é importante que voltemos nossos olhares para essa realidade com o intuito de tomar um posicionamento a favor da luta pela superação, indo ao encontro de práticas que insistem em colocar mulheres pretas a margem da sociedade.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 03 Out. 2020.

INSTITUTO PATRÍCIA GALVÃO. Dossiê Violência Contra Mulheres, 2016. Disponível em: <https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/>. Acesso em: 03 Out. 2020.

OLIVEIRA, M. A. B. Mulher e violência em Maceió: um pensar sobre sua história. 2006. Dissertação (Mestrado em História Social). Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2006.

Grupo: Racismo.

Integrantes: Karla Skarllack Oliveira Farias; Fernanda Clair Fonseca da Silva; Anna Paula Pinheiro dos Santos e Carolina Bizo

Projeto de Extensão de Economia e Feminismos 2020.PLE

Coordenadoras: Caroline Santos e Margarita Olivera.

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