Violência doméstica e desigualdade salarial
The gender wage gap and domestic violence é o título de um artigo que apresenta os resultados de uma pesquisa realizada pela pesquisadora Anna Aizer. Em português, esse título poderia ser traduzido como A desigualdade salarial de gênero e violência doméstica. Nesse artigo, publicado em 2010, a pesquisa nos revela informações importantes que nos ajudam a entender a violência doméstica.
De cada cem mulheres agredidas nos Estados Unidos (EUA), setenta e cinco são vítimas de seus próprios namorados, companheiros e familiares. Todos os dias, 14 mil mulheres nos EUA são agredidas e 4 são mortas por seus parceiros domésticos. As mulheres negras, as mulheres pobres e as mulheres com menos escolaridade são as mais afetadas e o prejuízo causado por esse tipo de violência gera um custo de mais de cinco bilhões de dólares em gastos com saúde e com a redução de produtividade nas empresas onde essas mulheres, vítimas de agressão, trabalham.
A pesquisa contou com informações de casos ocorridos durante 13 anos e que envolveram cerca de 15 milhões de mulheres no Estado da Califórnia. O estudo revelou que entre 1990 e 2003 houve uma diminuição na diferença salarial entre homens e mulheres, sendo que também ocorreu redução de 9% no índice de hospitalização de mulheres vítimas de agressões domésticas. A violência contra as mulheres diminuiu à medida que seus empregos e ganhos aumentaram, mostrando que a desigualdade salarial pode determinar os níveis de violência doméstica. É importante destacar que a diminuição da diferença salarial beneficia não só as mulheres que trabalham fora, mas também as mulheres que não realizam um trabalho remunerado. Uma vez que elas poderão passar a considerar a possibilidade de conseguir um trabalho remunerado para deixarem de depender financeiramente de seus agressores.
A pesquisa constatou que focar na melhoria das condições do mercado de trabalho resultarão na aproximação dos salários de homens e mulheres e consequentemente, diminuirá a violência, mesmo em famílias onde as mulheres não trabalham fora. Um benefício, que se atingido, se estenderá não somente a um grupo, mas a todas as mulheres.
Grupo: Violência contra a Mulher, Transferência de Renda e Gap Salarial.
Adriana Lima, Fernanda Yung, Jamile Souza, Karla Borba, Natasha Menezes e Sabrina Thomaz
Projeto de Extensão de Economia e Feminismos 2020.PLE
Coordenadoras: Caroline Santos e Margarita Olivera.
