Como juntar dinheiro mesmo ganhando apenas um salário mínimo
Acredite: os R$ 954 podem render muito mais quando você se organiza financeiramente. Veja como cuidar do orçamento para juntar uma grana.
Quem sobrevive com pouco dinheiro, especialmente em grandes capitais, sabe o que significa fazer mágica com o orçamento — a dificuldade é ainda maior para quem se mantém com apenas um salário mínimo. Dar conta de pagar aluguel e outras despesas significativas é difícil e, por isso, é natural acreditar que não dá para juntar dinheiro ganhando tão pouco.
A boa notícia é que, sim, é possível juntar dinheiro, mesmo ganhando apenas um salário mínimo. “O grande segredo é se organizar e adaptar o orçamento à renda para que não se gaste tudo o que ganha”, diz Oyvind Oanes, CEO da Numbrs, aplicativo europeu especializado em gestão financeira pessoal.
O pulo do gato para juntar dinheiro
Para operar este “milagre” na sua vida financeira, é indicado seguir o método 50/30/20. Nele, 50% da sua renda líquida vai para contas essenciais — como alimentação, moradia, transporte, telefone, saúde, internet e outros itens considerados fundamentais –, 30% para os supérfluos — lazer, compras, saídas, hobbies etc. — e 20% para o futuro — o que inclui investimentos, aposentadoria e o dinheiro necessário para realizar um sonho, como comprar um carro ou a casa própria.
Ou seja, considerando o atual salário mínimo brasileiro, que é de R$ 954, teremos R$ 477 para essenciais e R$ 286,20 para itens supérfluos. Guarde os R$ 190,80 restantes. Em um ano, você terá R$ 2.289,60 apenas considerando o esforço de poupança, sem incluir os juros do investimento escolhido.
Enfrentando as dificuldades
Considerando que você pode não ter (ainda) o hábito de juntar dinheiro, tudo bem iniciar aos poucos. Comece poupando 5% (R$ 47,70) e vá subindo para 10% (R$ 95,40) e 15% (R$ 143,10), até chegar à meta de 20%. Não desista de chegar a essa fatia!
Ao mesmo tempo em que aumenta o percentual poupado, você deve ir enxugando seu orçamento para que ele se encaixe no método 50/30/20. Por exemplo, se seus gastos essenciais ultrapassam os 50% da sua renda líquida, será preciso ver quais custos podem ser reduzidos. O mesmo vale para os gastos supérfluos.
Se a situação estiver muito complicada, a saída é procurar fontes de renda extra. O mais importante é não desistir de juntar dinheiro e fazer com que isso se torne um hábito.
Onde investir essa grana?
Agora que você já sabe como juntar dinheiro, precisa aplicá-lo para que ele renda — afinal, deixá-lo parado na conta corrente só fará com que ele seja corroído pela inflação e você fique tentado a gastá-lo.
O investimento escolhido depende do objetivo para aquela grana e do prazo que você pode deixá-la aplicada. O Tesouro Direto é uma boa escolha para iniciantes, porque permite um investimento mínimo de R$ 30, além de ter uma interface amigável. O Tesouro Selic é indicado para objetivos de curto prazo e reservas de emergência. Já o Tesouro IPCA+ garante remuneração acima da inflação do período e é mais recomendado para médio e longo prazo.
A poupança também é uma alternativa em alguns casos, principalmente quando você ainda tem pouco dinheiro e está esperando juntar um pouco mais de dinheiro para aplicar em outros lugares. Uma de suas vantagens é que ela tem liquidez imediata — ou seja, você pode sacar o dinheiro a qualquer momento -, o que faz com que seja uma ótima opção para reservas de emergência. Também não há incidência de Imposto de Renda.
Lembre-se de que, independentemente da quantia, o mais importante é sempre juntar dinheiro. Só assim você poderá correr atrás dos seus sonhos e garantir um futuro mais tranquilo.