Orçamento apertado: como dizer “não” aos filhos

Numbrs Brasil
Numbrs Brasil

--

Em tempos de crise econômica, é comum que muitas famílias reduzam as pizzas de fim de semana, as idas ao cinema e mimos para os filhos. E mais do que isso: podem ser necessários cortes mais intensos no orçamento. Se, para os adultos, já não é fácil revisar os gastos, para os filhos, então, é duplamente complicado ouvir seguidos “nãos” na hora das compras.

Pensando na complexidade de falar sobre dinheiro com as crianças, preparamos algumas dicas de como os pais podem inserir o assunto dentro de casa e trabalhar o valor do dinheiro com os filhos. Confira.

1) Conversem sobre o que está acontecendo

Entender o valor do dinheiro é uma lição de longo prazo na vida de uma criança e, dependendo do nível de compreensão que seu filho tiver, essa pode ser uma conversa mais ou menos difícil. Independentemente disso, é importante que ele entenda que aquele momento exigirá de toda a família algum sacrifício financeiro. Por isso, tirem um tempo para falar sobre o assunto.

Aqui é necessário atentar-se para não sobrecarregá-lo com informações: ele não deve sentir-se responsável ou desesperado com a situação, mas é importante que consiga entender o motivo dos cortes e como ele será influenciado por isso.

2) Saiba dizer “não”

Se o seu filho entende que nem sempre é possível ter o que quer e na hora que quer, será muito mais fácil fazê-lo compreender que ouvirá mais “nãos” nesse período.

“A noção de que é preciso fazer escolhas na hora de usar o dinheiro é importante não só para passar por momentos difíceis, mas para que ele possa se tornar um adulto responsável financeiramente no futuro”, explica Oyvind Oanes, CEO da Centralway Numbrs, aplicativo europeu especializado em gestão financeira pessoal.

3) Explique que há gastos essenciais (e outros não)

Não é só por meio da negativa de compras que se trabalha o valor do dinheiro, conceitos como o de orçamento podem ser aos poucos introduzidos na vida da criança. Para que ela entenda melhor o motivo de os cortes estarem sendo feitos nas partes mais “legais” — como viagens e tv a cabo, por exemplo -, é interessante ensinar que há gastos mais e menos essenciais na gestão de uma casa. Exemplos palpáveis são importantes nesse contexto, mas a conversa deve ser conduzida sempre com paciência e sem “alarmismo”.

4) Reveja os gastos do seu filho

Para que a família economize e, ao mesmo tempo, o seu filho receba uma lição de educação financeira, é interessante que os gastos dele também sejam revistos. Se o seu filho for adolescente, por exemplo, uma boa forma de fazer isso é repensando o seu plano de celular. Vocês podem conversar e encontrar um plano pré-pago ou controle que se encaixe melhor no orçamento. Outra maneira é limitando ou cortando compras pela internet. Se vocês têm o hábito de liberar o uso do cartão de crédito para que ele faça compras online, pode ser a hora de limitar ou cortar essa permissão a dados e senhas.

5) Trabalhe o valor da poupança

A mesada pode ser uma ótima ferramenta para explicar a importância de poupar. “Com a situação financeira mais apertada, você pode incentivar o seu filho a guardar parte do que ganha todo mês para comprar no futuro, por exemplo, aquele brinquedo que deseja”, orienta Oanes.

Além disso, a mesada pode ajudá-lo a ter as primeiras noções de controle de orçamento. Com o dinheiro, ele pode ir percebendo aos poucos como administrar os gastos essenciais, como repor um material escolar, das aquisições por prazer, como um jogo online.

5) Dê o exemplo

Em tempos de orçamento apertado, é importante que os seus filhos consigam entender a regra do jogo. Não adianta dizer que estão economizando, mas, ao mesmo tempo, trocar de carro sem nenhum motivo aparente para isso. É preciso ter transparência nas relações.

--

--