Posso confiar na opinião do meu gerente do banco?
Qual investimento devo fazer? Qual crédito devo tomar? Para a maioria das pessoas, o gerente do banco é a primeira opção que vem à cabeça quando precisam de um conselho sobre um ou outro produto financeiro.
E essa visão não está totalmente equivocada, afinal, trata-se de uma pessoa com muito conhecimento sobre os detalhes desse universo. Mas, para não cair em ciladas, é preciso entender que essa orientação nunca será totalmente imparcial.
Abaixo você entende quais são os cuidados que deve ter na relação com o seu gerente e como pode tirar o melhor proveito das conversas que tem com ele. Confira.
Por que os gerentes não dão conselhos imparciais?
Há um motivo muito simples para explicar porque a opinião do gerente não deve ser vista como absoluta: ele não trabalha para você. Esse profissional é um funcionário do banco e, portanto, por mais que ele tenha o papel de fortalecer a relação entre o cliente e a instituição, em última instância, tem metas a bater.
Por isso, acontece sim de ele precisar “empurrar” alguns produtos que podem não ser os melhores para o seu bolso ou que não atendam realmente às suas necessidades. Pode ser, por exemplo, por meio de um investimento com rentabilidade muito baixa ou taxas elevadas, de um título de capitalização ou até de algum serviço desnecessário embutido em uma operação.
Mas isso não significa que você não possa criar uma boa relação com o seu gerente e tirar bom proveito das informações que ele lhe passa. Basta entender que há limites nesse relacionamento — e que ele não é um consultor financeiro pessoal.
Como fazer, então, para aproveitar essa relação?
Poucas pessoas saberão te explicar com tanta propriedade os produtos oferecidos pelo banco como o seu gerente. A melhor forma de aproveitar o que ele pode oferecer, então, é fazendo a lição de casa.
“Como consumidor, é importante que você pesquise sobre o produto que está buscando, conheça as opções de mercado e chegue para o seu gerente com as perguntas certas. Assim, ele poderá tirar todas as suas dúvidas”, explica Oyvind Oanes, CEO da Centralway Numbrs, aplicativo europeu especializado em gestão financeira pessoal.
Você deve, por exemplo, perguntar quanto está pagando de tarifas bancárias. Se achar o valor muito alto, pode negociar ou procurar outras instituições. Na hora de investir, deve perguntar qual é a rentabilidade líquida das opções de aplicações e pedir essas informações por email, para que possa olhá-las com mais calma. Se for tomar crédito, deve sempre ficar atento ao Custo Efetivo Total (CET), que vai reunir todos os custos daquela operação.
No entanto, vá sempre munido de um espírito crítico toda vez que o gerente oferecer um produto de investimento — ele pode estar sendo guiado mais pela motivação de bater a meta do mês do que de encontrar uma aplicação que faça sentido para o seu bolso.