Quais são os melhores investimentos com a queda da taxa Selic?

Numbrs Brasil
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3 min readNov 9, 2017

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Com a Selic a 7,50% ao ano, muita gente ficou com medo de perder rendimento em investimentos como Tesouro Direto. Veja quais são as melhores opções.

Quem tem investimentos em renda fixa teve um motivo a mais para se preocupar: pela nona vez consecutiva neste ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a taxa Selic — dessa vez em 0,75 ponto percentual, caindo para 7,50% ao ano. É o menor patamar desde abril de 2013.

Como o nome indica, a taxa básica de juros é a balizadora da economia brasileira. Ela é a base de praticamente todos os rendimentos de aplicações de renda fixa, como Tesouro Direto, especialmente o Selic, CDBs, LCIs e LCAs. Por isso, é natural que os investidores dessas modalidades estejam preocupados — afinal, isso significa que perderão dinheiro? Não é bem assim.

Na verdade, o corte na Selic não inviabiliza investimentos em renda fixa, que continuam sendo uma boa opção. Isso porque existe uma diferença entre os chamados juros nominais e os juros reais. No primeiro caso, trata-se da taxa declarada, ou seja, a Selic a 7,50% ao ano. Já o segundo caso diz respeito ao que o investidor realmente receberá quando subtrair a inflação.

Um dos motivos para o corte da taxa Selic é a alegação de que o IPCA — o índice oficial de inflação — também está em queda. Logo, se fizermos as contas, pode-se dizer que os juros reais não estão tão baixos quanto se imagina: mais precisamente, entre 4,5% e 5%. Ou seja, o mesmo patamar dos juros reais de quando a Selic estava alta.

Para que se tenha ideia, em setembro de 2016 — quando a crise econômica estava em seu ápice -, a taxa Selic era de 14,25% ao ano, enquanto o acumulado de 12 meses da inflação era de 9,49%. Fazendo as contas, percebemos que os juros reais da época eram de 4,76%.

Opções de renda variável

Para quem deseja tentar ampliar os rendimentos e não tem receio de assumir riscos maiores, vale pensar em produtos de renda variável. Duas boas opções para começar são fundos imobiliários e os COEs (Certificado de Operações Estruturadas). O primeiro é uma boa indicação porque tem uma cota de renda fixa baseada no valor dos aluguéis dos imóveis que compõem o fundo — ou seja, você se arrisca, mas tem essa cota como garantia. Na verdade, o produto é considerado de renda variável porque a rentabilidade muda de acordo com a valorização ou desvalorização dos imóveis.

Os COEs, por sua vez, podem ser uma boa opção porque a maioria deles protege o valor inicial investido. Para entender melhor: os COEs são formados por diversos investimentos de renda variável, inclusive internacionais. Ou seja, o investidor tem a possibilidade de ter acesso a moedas, commodities e ações até mesmo de outros países — sem precisar investir fora do Brasil.

Ainda assim, é importante reforçar que independente das características que pareçam interessantes no produto, é preciso refletir e analisar qual é o seu perfil de investidor. Quem aplica em renda variável apenas por acreditar que vai ganhar mais, pode acabar decepcionado. O cenário econômico brasileiro ainda não é muito favorável. Sendo assim, é preciso estudar a fundo os mercados, ter sangue frio e entender bem o risco de perdas.

Se você se considera mais conservador, vale a pena continuar na renda fixa. Por outro lado, se você for mais arrojado, tudo bem se arriscar um pouco mais. “Além do perfil, é preciso analisar a quantidade que você tem para investir, prazo e também a finalidade daquele dinheiro. A melhor decisão é aquela que tem mais a ver com você”, finaliza Oyvind Oanes, CEO da Centralway Numbrs, aplicativo europeu especializado em gestão financeira pessoal.

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