Numbrs Brasil
Numbrs Brasil
Published in
3 min readFeb 22, 2018

--

Tarifas bancárias subiram mais do que a inflação, veja como escapar

Estudo do Idec mostrou que as tarifas bancárias subiram o equivalente a 4,6 vezes a inflação do período pesquisado. Contas digitais são apenas uma das alternativas.

As tarifas bancárias estão pesando cada vez mais no bolso do brasileiro. Um estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) apontou que elas subiram o equivalente a 4,6 vezes a inflação do período pesquisado, que foi de novembro de 2016 a outubro de 2017.

Para chegar a essa conclusão, o Idec analisou 58 pacotes de serviços dos cinco maiores bancos do País: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander. A partir deste levantamento, o Instituto concluiu que 81% deles — ou seja, 50 pacotes — sofreram reajustes considerados abusivos. A média de aumento dos pacotes pesquisados foi de 12,6%, contra 2,7% da inflação média do período.

Ranking de reajustes abusivos

Segundo o levantamento, o banco líder neste quesito foi a Caixa Econômica Federal, que aumentou todos os dez pacotes de serviços. Os reajustes foram os maiores pesquisados e ficaram entre 10,71% e 78,88%. O Banco do Brasil ficou em segundo lugar, com aumento médio de 9,05%.

Outra observação importante do Idec foi que os pacotes que sofreram reajustes mais significativos foram aqueles com valores que se encaixam nos orçamentos de famílias de baixa e média renda. Foi o caso, por exemplo, do pacote “Convencional Caixa”, da Caixa Econômica Federal, cujo preço foi de R$ 25,10 para R$ 44,90. Colocando na ponta do lápis, isso representa um salto de R$ 301,20 para R$ 538,80 por ano.

Por outro lado, os pacotes mais caros sofreram aumentos menores — caso do “Itaú Uniclass Pacote 5.0”, que teve variação de apenas 2,86% (de R$ 70 para R$ 72). Para o Instituto, as principais mudanças acabam penalizando as classes mais baixas.

Como aliviar o impacto das tarifas bancárias no orçamento?

  1. Saiba o que você paga. Consulte o extrato anual de tarifas, que mostrará tudo o que você pagou de tarifas no período de um ano. Assim, você pode avaliar se realmente utilizou todos os serviços ou se pagou sem usar. “Caso tenha pagado por algo sem usar, pode ser o caso de trocar de pacote. Ficar atento às tarifas também é um modo de se proteger das cobranças indevidas”, ensina Oyvind Oanes, CEO do Numbrs, aplicativo europeu especializado em gestão financeira pessoal.

2) Considere as contas digitais gratuitas. Apesar de alguns dos grandes bancos terem suspendido a oferta desses serviços gratuitamente, ainda é possível encontrar opções, como o Banco Inter, Banco Sofisa Direto e Banco do Brasil, com a Conta Fácil — uma nova opção gratuita após a suspensão das modalidades antigas.

3) Conheça o pacote de serviços essenciais. Como o nome indica, ele oferece itens considerado básicos, como cartão de débito e limite de quatro saques, duas transferências e até 10 folhas de cheque por mês, além do uso ilimitado do internet banking. Todos os bancos são obrigados a oferecê-lo gratuitamente, de acordo com a Resolução 3.919/10, do Conselho Monetário Nacional (CMN), e com a Carta Circular 3.594/13, do Banco Central do Brasil. Se algum funcionário disser que você não tem direito a ele, insista e exija seu direito.

4) Pesquise. Essa sempre será sua maior arma para economizar e garantir que seus direitos de consumidor sejam respeitados. Vale a pena checar os pacotes disponíveis nos diversos bancos para encontrar um que se enquadre em suas necessidades e orçamento. Lembrando que, caso você se sinta lesado, sempre poderá recorrer aos órgãos de defesa do consumidor.

--

--