Menina
Nem sempre é fácil,
Quase sempre é impossível.
As palavras tem o dom divino de se perderem umas dentro das outras
e as incertezas se tornam certas de que o incerto por mais que certeiro
quase nunca acerta.
Te odiar e te amar pelos mesmos motivos,
esse jeito destrambelhado de não me dizer nada.
Enfaticamente eu levanto e digo que nunca mais esperarei um telefonema,
mas o coração inútil cisma em acelerar a cada mensagem da operadora.
Quando me aquieto e tudo fica mais calmo,
as vezes quase esqueço,
vem de longe sua voz ou o seu cheiro e me surpreende,
me saudando como se nunca tivesse ido.
Aceito então que tudo é passageiro,
mas só peço que as vezes me abrace forte…mesmo que ligeiro.