A Banda Mais Bonita da Cidade, Ana Larousse, Leo Fressato e o fotógrafo Rosano Mauro Jr. na "Casa de Oração", em Rio Negro, onde foi rodado o plano sequência do clipe de "Oração". (Foto: Lex Kozlik)

A Sequência do Plano

No outono de 2011, O Brasil estava à toa na vida quando a internet chamou. Pra ver A Banda passar, cantando coisas de amor. Cinco anos depois, a Revista One reuniu novamente o grupo na casa onde foi rodado o clipe de "Oração", em Rio Negro, para descobrir se, afinal, tudo tomou seu lugar depois que A Banda passou.

Rômulo Zanotto
Blog do Rômulo Zanotto
13 min readOct 27, 2016

--

Uma menina de cabelos vermelhos pediu emprestada a casa da vó, chamou a banda — que nem era dela! — e mais um punhado de amigos e rodaram um clipe. Um plano sequência — termo que, em cinema, designa uma ação de sequência inteira, sem cortes — que inicia com o compositor da música cantando numa janela, no sótão de uma casa, descendo uma escada e passando por vários cômodos. Em cada cômodo, uma situação diferente e novos rostos e vozes, nem todos da Banda, se agregam à melodia: uma música curta, de amor, com palavras fáceis e versos repetidos em looping.

“Eu nem contei para a minha vó que eram umas trinta pessoas, senão ela não ia me emprestar a casa”, conta Ana Larousse, a tal menina dos cabelos ruivos, neta da dona da casa e amiga da banda, que também aparece no clipe tocando bandolim. “Falei que vinham uns cinco.” Cinco vezes seis. Foram trinta. Durante um tempo, o dilema da neta era mostrar ou não clipe para a avó. “Eu achava que quando ela visse o clipe, ia ficar meio puta: o que quê essa gente toda tá fazendo na minha casa?

Ana Larousse, anfitriã da "Casa de Oração" (Foto: Lex Kozlik)

“Eu nem contei para a minha vó que eram umas trinta pessoas, senão ela não ia me emprestar a casa.” (Ana)

Postaram na rede e, numa bela manhã de maio, o clipe bombou na web, a casa apareceu no Fantástico — com vó e tudo! — e a senhora virou fã da banda. “Ela falava muito dos barbudinhos, como chamava os meninos da banda”, conta Ana sobre a avó, que faleceu recentemente. “Qualquer barbudinho que passava ela amava igual.”

Não há como saber a sequência do plano se o destino fosse outro. Dão dá para saber, portanto, se a vó teria amado os barbudinhos da mesma forma se eles tivessem continuado a ser apenas a banda mais bonita da cidade, e não a mais conhecida do Brasil. Mas o certo é que o plano foi aquele, a sequência foi esta e o que está feito está feito: Oração rodou o mundo no outono de 2011 e, agora, cinco anos depois, a Revista One promove um reencontro d’A Banda — ou do que conseguimos juntar dela — com a anfitriã da casa, Leo Fressato — o compositor da música e primeiro a aparecer no clipe — e Rosano Mauro Jr., um dos diretores de fotografia do vídeo.

Rosano Mauro Jr., cinegrafista do clipe (Foto: Lex Kozlik)

Ainda que não seja formada por todo mundo que aparece no vídeo — “Tinha gente que eu nem conhecia passando”, revela Ana em algum momento — não é tão simples quanto pensas juntar os cinco integrantes da banda — dois já diferentes da formação original — fora do palco. Três estiveram conosco: Uyara Torrente e Vinícius Nisi, da formação original, e o novo baixista, Marano. Qualquer que fosse o dia que escolhêssemos, alguém ficaria de fora. Assim, a configuração final ficou por conta do destino, por assim dizer. Assim como aconteceu com o próprio clipe.

“Eu vim de última hora. Quase não participei”, conta Leo Fressato, que só desceu para Rio Negro na manhã do dia em que foi gravado o vídeo porque teve um trabalhado cancelado. Acabou se tornando uma das figuras mais marcantes do clipe. Uma espécie de protagonista do vídeo, ao lado de Uyara.

Tudo que eu quiser

Leo e Uyara são amigos de década, no singular. Se conheceram no primeiro dia da faculdade dela. “Uyara foi minha caloura. Apanhou muito da gente”, ironiza Leo. “Mentira. Ela só se deu bem.” E como!

Uayra relembra como foi o encontro com Leo: “Eu cheguei na faculdade e ele estava tocando violão na cantina. Eu olhei e tive a sensação de que ali era minha turma. Aí, enquanto os calouros subiam, eu me juntei à turma dele”, gargalha Uyara enquanto lembra. “E eu e o Leo cantamos Lua de Cristal para os calouros como se eu fosse uma veterana.”

O ano era 2005. Uyara tinha vindo de Paranavaí para cursar Artes Cênicas em Curitiba. “Eu achava que eu podia ser uma grande atriz”, diverte-se Uyara, no melhor estilo “faz de mim estrela que eu já sei brilhar”. Mas nunca tinha pensando a sério em ser cantora.

Também no melhor estilo Lua de Cristal, Uyara cantava — e canta até hoje — por amor. A Mais Bonita, como costumam chamar a banda, surgiu quando Uyara quis dar a sua interpretação para alguns compositores que conhecia. “Só porque eu gostava de cantar”, defende-se ela. “Eu sempre soube que eu não sou uma grande cantora, 100% afinada. Só que me fazia muito feliz.”O objetivo, no entanto, era e continuava sempre ser atriz.

Só que a gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, e eis que chega um plano sequência e carrega a carreira pra lá. A tal banda, criada pela tal menina, explode do dia pro dia. O público assume que ela é cantora antes dela, o tempo rodou num instante, às voltas com seu coração. A sequência estava feita: a menina que queria ser atriz, de agora em diante seria cantora.

Uyara Torrente, vocalista da Banda Mais Bonita da Cidade (Foto: Lex Kozlik)

“Eu achava que eu podia ser uma grande atriz.” (Uyara)

Estava à toa na vida

Era um dia que seguia como qualquer um outro aquele 18 de maio de 2011. E seguiria assim, naturalmente até o fim, não fossem eles. Nenhuma notícia emblemática estampando as manchetes até então — à noite seria a banda — , nenhum obituário noticiável no país, ninguém fazendo nada da hora do Brasil. Nada de novo no front. Tudo seguia como sempre esteve e sempre estaria. Até que Vinícius, tecladista e espécie de ombudsman da banda, resolveu, perto do meio-dia, no trabalho, antes de sair pro almoço, postar o terceiro e último clipe de uma série de três gravada naquele fim de semana, na casa da vó da Ana, em Rio Negro.

“Lançamos o primeiro, o segundo, e Oração eu não estava gostando muito”. Risos. “Tanto que segurei por três meses.” Muitos risos.

Vinícius postou o vídeo pouco antes de sair pro almoço e enviou para todo mundo que tinha um envolvimento com a produção: “o pessoal que tava na casa, os amigos que foram [num show no SESC da Esquina onde o clipe foi exibido em premiére] e tinham pedido o vídeo, pessoas que já tinha produzido a banda antigamente.” Quando saiu para almoçar, dez minutos depois, o vídeo já tinha ganhado muitos likes e começavam a compartilhar.

Mas foi quando voltou, às duas horas da tarde, que a situação estava “inacreditável”, nas palavras dele. “Eu voltei do almoço aquele dia e falei: porra… tudo mudou, né? Tinha quarenta compartilhamentos. Hoje em dia, não parece um número tão alto, mas na época, foi um número inacreditável. No final do dia, eram cem.” Gargalhadas. Cinco anos depois, na época da publicação da revista, o vídeo já tinha sido visto mais de dezoito milhões de vezes. Hoje, mais de vinte e um milhões e duzentas mil.

Vinícius Nisi, tecladista. O cara que idealizou e postou o vídeo. (Foto: Lex Kozlik)

"Eu voltei do almoço aquele dia e falei: porra… tudo mudou, né?" (Vinícius)

Os números impressionam, mas para Leo Fressato nunca vão se comparar aos trinta mil da manhã seguinte: “Se você soubesse o que eram os trinta mil da manhã seguinte…”, interjeita ele, reticente, sem palavras para descrever o que eu deveria saber. “Como a gente é poderosíssimo”, se esforça. “Eu tinha feito uma música de amor para alguém que eu amei muito e tinham trinta mil pessoas cantando! Trinta mil pessoas cantando comigo o amor que eu precisava resolver, a dor que eu precisava parar de sentir. Eu me senti tão cheio de cúmplices que eu fiquei…”, literalmente sem palavras, foi o que aconteceu aqui. “Trinta mil é o maior número que eu conheço na vida.”

Leo Fressato, compositor de "Oração" e primeira pessoa a aparecer do clipe (Foto: Lex Kozlik)

“Eu tinha feito uma música de amor para alguém que eu amei muito e tinham trinta mil pessoas cantando comigo! Trinta mil é o maior número que eu conheço na vida.” (Leo)

Não é tão simples quanto pensa

No dia do viral, Uyara estava saindo de casa na hora do almoço quando o Vini, como ela chama o Vinícius, ligou: “Uya, postei o vídeo de Oração.” Ela responde: “que demais, vou ter que sair agora, ir no dentista, fazer umas coisas, mas quando eu chegar em casa eu vejo”, conta ela, revivendo aquele 18 de maio que, na intimidade de cada um, percebo, terá para sempre o impacto de um 11 de setembro. Deixou pra lá, estava sem internet em casa, foi ao dentista, esqueceu.

“Quando foi umas quatro horas, meu telefone tocou. Era um repórter: estou te ligando para conversar sobre o que está acontecendo com a sua banda neste momento. E eu respondi: e o quê é que está acontecendo com a minha banda neste momento?” A vocalista, então, correu numa lan house para descobrir o que é que estava acontecendo com a sua banda e responder o repórter. Não deu tempo: quando abriu a caixa de entrada, já tinha outra entrevista para responder.

“Meio-dia eu era uma pessoa normal”, emenda o Leo, “às dez da noite as pessoas me paravam na rua sem me conhecer”, finaliza ele, cuja maior dificuldade, ainda hoje, é explicar para alguns que, apesar de praticamente encabeçar o vídeo, não faz parte na banda.

“Emagreci muito nesta semana”, retoma Uyara, “porque foi uma maratona de entrevistas, uma série de coisas que um dia antes a gente não fazia. Era um estado de ansiedade muito grande. Parecia que as pessoas não paravam de descobrir [o clipe]. A gente dormia imaginando que estaria tudo bem no outro dia. Acordava e estava pior”, risos. “Pior, que eu quero dizer, melhor”. Pior, que ela quer dizer, maior. “A gente só foi sair disso quando gravamos o segundo disco”.

Rômulo Zanotto e A Banda Mais Bonita da Cidade (Foto: Lex Kozlik)

Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonito do que eu?

Com o segundo disco, O Mais Feliz da Vida, vieram também novos ares para a banda, em forma de integrantes. Saíram Diego e Rodrigo — que chegaram a finalizar o segundo disco — e entraram Marano e Thiago, baixista e guitarrista, respectivamente.

Marano, o único presente dos novos integrantes, conta que Vinícius mandou o álbum pronto para ele e fez o convite à participação. Era final de 2013 e o baixista não só aceitou como, com o tempo, assumiu o agenciamento da banda. “Tentamos com alguns empresários, não rolou. Assumi o agenciamento sem querer. Eu percebi que a banda estava num momento de recomeço, porque a equipe se desfez, e que eu podia ajudar, pois não tinha ninguém fazendo aquilo. Respiramos e começamos de novo. Nos reposicionamos.”

Sobre as lembranças do baixista daquele 18 de maio, Marano lembra da euforia que “aconteceu aquele dia em Curitiba e na mesma noite do Brasil todo, no mundo todo”, não necessariamente nesta ordem. Naquele dia, a Banda acordou com apenas um show marcado — SESC da Esquina, em Curitiba. Dormiu com oito. O primeiro deles em São Paulo, dali a 20 dias.

Marano, o novo baixista (Foto: Lex Kozlik)

"Assumi o agenciamento sem querer. Eu percebi que a banda estava num momento de recomeço, porque a equipe se desfez, e que eu podia ajudar, pois não tinha ninguém fazendo aquilo." (Marano)

Cantiga de dar Tchau

“Você cresce com a sensação de que só vai ser um artista em potencial, só vai chegar a algum lugar na sua carreira, quando você começar a se apresentar no eixo Rio-São Paulo”, revela Uyara. “É essa a sensação que você tem, em Paranavaí, quando é criança querendo ser artista no interior do Paraná. E o pior…” (lança ela novamente, revelando na repetição deste ato falho toda a dor e a delícia de ser o que é) “…você chega lá e seu show está lotado, todo mundo cantando junto. Há um mês, ninguém sabia quem você era.”

Do dia 18 de maio, quando foi postado o clipe, até o dia do show, 8 de junho, muita água rolou por debaixo da banda. “Foi uma parada muito pesada”, revela Vinícius, “não dá para descrever a sensação”, continua ele, deixando claro a inaptidão da palavra para determinados tipo de assunto. “Chegou o dia do show e lembramos que a gente nunca mais tinha nem ensaiado.” Até aí, tudo bem: Uyara conhecia decor o repertório (ainda que não soubesse cantar!) e sabia que eram todos invencíveis, pode crer. Mas o receio era outro: era que a plateia não soubesse mais nenhuma das músicas e ficasse repetindo Oração para sempre, em looping, no eterno retorno nietzschiano, numa sequência que não estava nos planos.

Talvez por isso, inconsciente, a escolha do repertório para começar o show tenha sido Cantiga de Dar Tchau. Se alguma coisa desse errada, eles podiam dizer logo na entrada que já estavam de saída.

(Foto: Lex Kozlik)

Quando Uyara começou a cantar o “horror”, primeira palavra da música e também aquilo que a perseguira pelos últimos 20 dias, a galera já entoava em uníssono o “amor” que viria depois. “Eu pensei: cara… as pessoas foram atrás! A gente não é uma banda de um hit”, lembra a vocalista. “E aí, nesse momento, eu fiquei com vontade de chorar. Dei uma respiradinha, meio que não acreditando, e continuei”.

Pronto! A menina de Paranavaí tinha cantado nos palcos de São Paulo. Já podia se considerar uma cantora. “Foi uma sensação muito intensa. As pessoas começam a olhar para você e a julgar o que até então você fazia muito de coração, só no seu cantinho. Em pouco tempo, estávamos cada dia numa cidade, apresentando o que a gente vinha fazendo há anos escondidinho em Curitiba”, conta ela. Foi quase como se o público a descobrisse e a assumisse como cantora antes dela mesma.

Fosse como fosse, estivesse onde estivesse, era no palco o destino da menina. É lá que ela, bem pequenina, cresce. Para baixo, no entanto. “No palco, sinto que sou uma árvore. Mais do que pra cima, a sensação que eu tenho é a de que eu estou aterrada naquele lugar.”

Leo, Ana e A Banda (Foto: Lex Kozlik)

"As pessoas começam a olhar para você e a julgar o que até então você fazia muito de coração, só no seu cantinho." (Uyara)

Submundo Autofágico

Quando conheci a Banda, em 2009, um dos traços que eu mais gostei foi principalmente a auto-ironia bem-humorada de Submundo Autofágico. A música começa provocativa, perguntando “o que é ser famoso pra você?” e sai elencando uma série de parâmetros: um Nobel, um Oscar, um Grammy.

Mas o ponto alto da letra é quando ela reduz o mundo “só à sua cidade” para aumentar as chances para posteridade e, a partir daí, com propriedade e muita ironia, banaliza todas as noções de fama curitibana: “estourar no sul, quem sabe ganhar um Gralha Azul” (a premiação máxima do teatro paranaense, o “Oscar das Araucárias”). Só a coluna do Bessa foi devidamente esquecida, porque dá status de socialite, não de artista.

Foi por causa desta música e deste espírito que simpatizei com a banda. Era uma banda que, de tão bairrista, parecia não poder querer outra coisa mirrada que não fosse aquilo: aparecer no Paraná TV, na Capa do Caderno G e lotar o Guaíra.

No entanto, qualquer banda deste submundo autofágico, mesmo que fosse a mais bonita da cidade, jamais ganharia “a principal matéria da Segunda Edição” se não tivesse pisado o eixo Rio-São Paulo. É que, no fundo, no fundo, Curitiba, esta malvada, continua tendo a mesma alma das menina interiorana que sonha em ser artista no interior do Paraná: só o eixo ascende (ou acende).

E então veio aquele plano sequência, e as consequências você já sabe: sem carona no Balão Mágico, a Banda alçou o seu próprio e saiu dessa fossa: apareceu no Paraná TV, foi capa do Caderno G e lotou o Guaíra. “Isso, de lotar o Guaíra, foi simbólico! Foi muito emocionante, mais que o primeiro show em São Paulo, porque é em casa, para os amigos próximos, família, pessoas próximas”, elenca Vinícius, que nasceu em Curitiba.

Só que, paradoxal e repentinamente, aquilo tudo já tinha se tornado bobagem, irrelevância, café pequeno. O que seria aparecer na ÓTV no dia seguinte à postagem do clipe, comparado ao clichê — quase tão emblemático quanto irrealizável — de aparecer no Fantástico dez dias depois?

“Tudo que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar”, diz a letra Lua de Cristal, que Uyara cantou com o Leo para a turma dela da faculdade no primeiro dia de aula. “Quem sabe tudo que se pode querer?”, pergunta Submundo Autofágico, a música que ela tocava quando a conheci, alguns anos depois.

Canções que vão morrer no ar

O segundo CD da Banda, O Mais Feliz da Vida, produzido em 2013 — depois do qual Marano entrou para a história da Mais Bonita e durante o qual, segundo Uyara, as coisas “começaram a voltar ao normal” — , propõe uma reflexão sobre as etapas da vida, com todas as suas alegrias, fracassos, superações e o fim. “O resultado”, diz um dos integrantes, “é uma ode às pequenas impossibilidades, gerando reflexões para serem carregadas por toda a vida.”

Na capa e no encarte, o rosto dos músicos dá lugar aos rostos envelhecidos dos pais. “Se o álbum está propondo uma reflexão sobre eventos que deixaram marcas definitivas durante a vida”, diz outro integrante, “nada melhor do que um rosto que supõe muitas lembranças, muitas histórias, num único olhar.”

Mais uma vez, uma escolha de trabalho — inconsciente ou não — tão eloquente quanto o próprio conceito do disco: para uma carreira que começou direto pelo clímax, por mais que o futuro seja promissor, haverá sempre a sensação de que já é chegada a hora do crepúsculo.

“Cara, aproveita a sobrevida da parada”, dizia Vinícius para si mesmo na época. “Aconteceu o que aconteceu e agora é administrar pra poeira baixar o mínimo possível. Só! A gente não tinha nada, agora a gente tem. Se durar um mês foi lindo, um ano foi lindo, dez anos também.” Já se passaram cinco.

Conclusão sobre o clipe até o momento: trinta pessoas, um cachorro, seis minutos que já duram uma vida inteira e um texto que não poderia terminar de outra forma que não fosse com uma penteadeira.

--

--

Rômulo Zanotto
Blog do Rômulo Zanotto

Escritor e jornalista literário. Autor do romance "Quero ser Fernanda Young". Curitiba.