Visagem

Gabriel Costa Oliveira
O Bacurau e a flor da noite
1 min readJul 25, 2019

Seu nome não era José,

Nem João,

Nem Hans ou Fritz.

Não havia nome.

Era uma espécie de não sujeito

Desses que se vê atrás de janelas de carros em movimento,

Desses que se esbarra na rua

Para nunca mais ver.

Criaturas que habitam o canto dos olhos ,

Que triunfam sobre os sentidos bêbados

Nas madrugadas e dias chuvosos.

Seres que habitam as ruas escuras,

As alamedas silenciosas,

Estacionamentos e longos corredores .

Seres do real

Que sem qualquer pudor

Invadem o imaginário.

Deixando para traz apenas a impressão .

Vultos que se movem,

Passos que morrem,

Vozes que chamam.

Haveria alguém ali?

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Gabriel Costa Oliveira
O Bacurau e a flor da noite

Biólogo. Amazonida. Entusiasta da conservação e dos estudos em mudanaça climatica.