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A ordinária história de um gato chamado Paçoca

Paulo H G de Lima
O Bloco de Notas
Published in
2 min readJun 30, 2021

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Essa é a história de um gato chamado Paçoca. Ao contrário dos demais bichanos, este sabia falar.

Desde os seus primeiros anos, o felino sabia que era diferente. A primeira vez que se manifestou fora quando seu dono, Seu Gilberto, comprou uma ração nova, daquelas mais baratas…
— Que bosta! — Dissera.
Infelizmente Seu Gilberto tinha acabado de ter um ataque cardíaco e faleceu no instante da grande descoberta do pequeno Paçoca.

Após o fúnebre fato, passou a viver na rua, brigando por comida, Paçoca claro, não Gilberto, o Defunto. Enfim, não sabia exatamente o porquê brigava, ele tinha a plena certeza que havia comida pra todo mundo. Bom, não pros ratos, aqueles nojentos. Mas com certeza havia comida para humanos e gatos viverem em harmonia até que o fim dos tempos viessem em uma enorme bola de pelos queimando pelos céus.

Paçoca, por um ato de sorte ou justiça divina-felina, foi encontrado por um cafetão que, apesar de não ser um sujeito muito bom, era bobo pelo bichano. Em menos de um ano, um gato já tinha colares de ouro em formato de patinha, whiskas à vontade e quantas gatinhas ele quisesse do seu próprio harém pessoal.
“O humano é completamente idiota, gatos não têm haréns!” — pensava Paçoca, vez ou outra, depois de ter desfrutado do harém.

Foi nessa época que o bichano percebeu que falar talvez não fosse uma boa ideia. Ser um bichinho, fofinho o trouxera até ali! Falar o denunciaria, todos saberiam a aberração que era!

E apesar de todos os seus esforços reflexivos, Paçoca nunca falou com um humano. Paçoca morreu aos 18 anos (na contagem humana) e contribuiu tanto quanto um gato comum.

Blá-blá-blá se você curtiu, compartilha etc todo aquele papo dos youtubers no final dos vídeos.

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