Ciência
Há tempos deixei de pintar o mundo com palavras
Há tempos deixei de mentir
Fingir que o que escrevia estava ao meu redor
E não dentro de mim
Sobre outros e ficções contei mais sobre mim mesmo
Do que gostaria de admitir
Há fuligem no motor que me põe a pensar
Como pensar com a mente vazia?
Contar histórias que meu peito anseia?
É sobre mim, resta-me gritar
Mesmo que ninguém escute
Palavrar sobre a única história que conheço
Um monólogo incessante a virar debate
Em uma mente que desaprendeu o sossego
É sobre mim, resta-me silenciar
Fechar as portas da alma e refletir
Assinar meu atestado de fechado para reformas
E pensar em novas formas
De existir
De sobreviver
Ser um inovador da existência
Atingir o estado da arte do que é sobreviver
Um cientista de propósitos e destinos
Dosando o que precisar ser posto
E equilibrando o que precisar retirar
