Inteligência de Mercado e Impacto Social

Ricardo Mello
O Bonde
Published in
3 min readSep 27, 2018

No dia 9 de outubro, a poetisa, ativista, pesquisadora e empreendedora social Catarina Sento-Sé vai trazer sua Tese Horizontal pro Coletivo 47 numa roda de conversa gratuita pra falar sobre a compreensão de como são construídos os diversos espaços de atuação e criação (ou co-criação) de culturas que circundam os espaços territoriais simbólicos e físicos na cidade de São Paulo.

Garanta seu lugar nesse encontro pelo link http://tiny.cc/tesehorizontal.

Dá uma olhada no que a Catarina nos respondeu sobre o assunto:

Coletivo 47: Qual o objetivo da conversa que teremos no Coletivo 47?

Catarina Sento-Sé: Abordaremos nesta conversa as questões e possíveis respostas que envolvam a construção de elos capazes de fortalecer as pessoas, seus negócios e seus locais de atuação social, considerando suas individualidades e coletividades: das periferias aos centros. Trarei para o debate a atuação, o engajamento destes indivíduos, casos de sucesso, e demandas necessárias para que se possa estabelecer uma via de diálogo e valorização desses indivíduos enquanto potencial público alvo, transformadores e influenciadores na promoção de impacto social e consumo de serviços e produtos.

C47: A cidade de São Paulo é um espaço democrático de criação e oportunidade empreendedora?

CSS: A cidade de São Paulo cada vez mais vem se tornando um espaço democrático de oportunidades empreendedoras, porém isto tem ocorrido pelas construções daqueles e daquelas que ocupam novos espaços de representatividade, para além das esferas dominantes e normativas de produzir economia, fora dos eixos de empreendedorismo já estabelecidos. A comunicação, os saberes simbólicos e as vivências ancestrais estão envolvidas nesta necessidade de gerar engajamento e aplicar metodologias capazes de empoderar os espaços pré-concebidos como margens do sistema. E assim mediar saberes e partilhas.

C47: O que é um espaço de privilégio?

CSS: Espaços de privilégios são aqueles ocupados por quem é considerado ou considerada como modelos de sucesso socialmente aceitos. Seja através de seus corpos, carreiras, lifestyles ,linguagens, etc. São espaços que perpassam pelos recortes de raça, classe, educação e cultura. Estes espaços precisam ser desconstruídos e repensados para que a diversidade em todas as suas linguagens saia da teoria para a prática social.

C47: A comunidade do Heliopolis é uma das mais empreendedoras do Brasil — tem desde servidor de internet própria a uma rede de lavanderia. Essas empresas, porém, não são vistas pela cidade como um todo. O que fazer para que esses negócios deixem de ser invisíveis para o restante da cidade? No sentido contrário, o que fazer para enxergar comunidades como essa como potencial público consumidor e investir nessas comunidades?

Catarina Sento-Sé

CSS: Há diversas hipóteses de resposta para essas perguntas. É uma resposta que parte de um processo investigativo coletivo. Pode-se trazer como uma dessas o estudo de casos de sucesso tanto na própria comunidade de Heliopólis quanto em outras comunidades periféricas de São Paulo, estabelecendo os pontos fortes e fracos (pode-se usar por exemplo a metodologia SWOT e a Effectuation para isso), as narrativas e as construções desses espaços de saberes de formas de empreender. Investir no know-how da periferia sobre como aproveitar seus pontos de abundância e mudar o olhar de escassez sobre esses espaços para produzir novas formas de empreender (aqui se pode utilizar a antropologia e a antroposofia). E neste sentido é uma dupla mudança de chave, tanto para quem vive na periferia tanto para quem ocupa espaços não periféricos. Uma outra resposta seria a performance da comunicação (e aqui a PNL e quebra de crenças limitantes se faz presente): apresentar elos e fazer as pontes entres os espaços sociais. Sejam através de mecanismos de expansão de consciência para ampliar olhar sobre a periferia como potencial ou capacitando a própria periferia para criar estas pontes de transformação. Estes dois andam em paralelo e diálogo constantes.

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