As raízes do meu profundo desespero | Carlos Marcos

Telesrion
Escritores da Liberdade

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As raízes do meu profundo desespero, até então inócuas, me enraizavam, suprimiam minha liberdade. Nada mais eu era perante o sofrimento, drenado, sentia o vento gélido da floresta que criei, as folhas caindo sob mim. Sozinho na escuridão, desejando inutilmente por um canto, por um chilrear.

Fitava o horizonte sem clareza, já não era mais eu. Me transformei em algo inexistente, pútrido e sem valor. Desvalorizei o mundo e suplicava por perdão. Engolia o gosto amargo de minha garganta, cheirava o odor terrível de minha alma, olhava o monstro no espelho. Mas não sentia remorso, fiz o necessário. Não. Fiz o que quis fazer.

Em meu estado catatônico, ouvi sua voz. Era ríspida e vil, solicitava ajuda, e quanto mais você pedia, mais eu queria aquilo. Te coloquei para dormir com as rosas, te dei algo digno de uma obra de arte.

Quando acabou, me vi novamente preso em suas garras, em seu rancor, todo aquele ódio que me assombrava e me devorava de dentro pra fora. Desfiando meu corpo em seu olhar. Deste meu medo, surgiu a coragem, a melodia harmônica. Tudo aquilo que você não pode tirar de mim.

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Obs: esse texto não é meu e sim do meu amigo Carlos Marcos, adoraríamos ter a sua opinião pois será muito especial para nós

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