}?{ | Conto
Barkley vivia no Sul da França quando seu prédio foi atacado por ruaceiros que queriam revindicar direitos cívicos, ao ver aquilo se enfureceu fechando automaticamente seus punhos sem mesmo perceber. “O mundo já não é mais o mesmo”, disse. Correu rapidamente para o prédio pela entrada do estacionamento onde havia menos gente tumultuando, e se escondeu em seu apartamento.
Ao abrir a porta percebeu seus dedos ainda trêmulos pela tamanha surpresa que teve ao voltar da praça onde alimentara os peixes do lago, guardou as coisas e quando foi olhar como estava a situação da rua foi mais uma vez surpreendido. Em sua janela havia um pássaro encostado aproveitando seus últimos suspiros de modo lento e profundo, podia também observar um belíssimo por do sol que rapidamente buscou sua câmera para tirar a foto.
E em um breve segundo a campainha toca, a multidão invade seu quarto e o joga para fora do prédio.
Barkley? Você está aí?
Acorda com uma respiração ofegante passando rapidamente suas mãos por todo o corpo. “Estou vivo? Estou vivo? Estou vivo…”. Levantou-se da cama e foi para cozinha, após beber seu chá gelado como de costume acomodou-se em seu quarto para analisar o sonho. Já um pouco mais desconectado de suas emoções pensou primeiro o porquê dos arruaceiros quererem sua morte — o porquê dele mesmo querer sua morte — e então lembrou que disse em seu primeiro contato com eles que o mundo já não era mais o mesmo. Por mais que a realidade refletisse sentimentos contrários percebeu que algo dentro dele já havia sido desistido de ser conquistado, o pássaro que pousou em sua janela no fim de sua vida reforçou a ideia. O corpo estava começando a desistir do hospedeiro.
O peixei que havia pescado lhe fez pensar em suas primeiras noites na França, um lugar desconhecido o fazendo se sentir completamente fora de casa até o “ar” era novo. Estava começando a ficar claro, sua mudança para o novo apartamento não havido sido uma boa ideia… até que… campainha toca.