Transição
Precisamos estar conscientes de nossas transições que permeia o intervalo entre uma versão de nós que está chegando ao seu fim a uma outra que está prestes a vir, este momento é marcado por um sentimento vago, uma espécie de vazio que aguarda por respostas para encontrar o próximo passo. Haverá contradições diante aos seus pensamentos e sentimentos, pois o tempo deste ser dentro de você está chegando ao seu fim e estas contradições só evidenciam a chegada de um novo eu que está prestes a nascer.
Mas por qual motivo deveríamos estar atentos a este momento? O que faz dele tão especial?
Ao mesmo tempo em que existe uma força que nos move à mudança existe uma força que nos faz querer recusar o que está por vir. “Nasci assim vou morrer assim” — conformismo. É como pegar o metrô e decidir descer em uma estação que você nunca desceu antes, lá você vê outros tipos de pessoas com estilos diferentes, o local parece ser bem atraente cheio de cores e vida mas você nunca foi lá! O que a primeira vista parecia ser lindo parecia também ser assustador, ser o que nunca foi, se arriscar aquilo que nunca fez tem os seus desafios.
Isso é como trocar de pele — deixando o que não te faz mais sentido para atrás e permitindo que aquilo que precisa vim, venha — permitindo assim o seu crescimento. Aos repteis existe um termo chamado “disecdise” que é quando sofrem dificuldades em passar por esse processo, esta troca de pele deveria ser natural e direta porém nem sempre é. Para as serpentes nutrição, idade e estresse são alguns dos fatores que podem atrapalhar essa ecdise refletindo então o estado de saúde deste ser vivo.
Já para nós…
Nutrição: conhecimento é o nosso alimento etérico que nos inspira a novas visões de mundo.
Idade: o tempo é a nossa representação de idade, não podemos voltar ao que já passou e anteceder aquilo que ainda não aconteceu.
Estresse: o mundo é uma selva que busca por harmonia e a hierarquia não representa a qualidade de um ser humano.
Compreender o nosso mundo facilita o nosso próprio processo de transição.
Antes da serpente iniciar a troca de pele ela mostra-se apática e busca um lago em que possa ficar submersa por um bom tempo. Posso pensar que esse sentimento apático que antecede seu novo eu é o tal sentimento de recusa que surge em nossos períodos de transição, enquanto a busca por um local em que possa ficar submersa é a preparação para um novo nascimento, o que para nós seria um “mergulhar para dentro de si”.
Transições. Só são bem aproveitadas quando sabemos que elas estão sendo executadas, fazendo com que este espaço vago dentro de nós se preencha por algo que aceite ser temporário. Permitindo com que novas versões de nós sempre possam surgir.