Como usar as bolhas da internet à seu favor

De distração à ferramenta: alguns ajustes, e suas redes sociais vão se tornar grandes aliadas na busca de qualquer objetivo!

Samuel de Almeida
O Centro
4 min readMar 20, 2018

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A internet é feita por centenas de bolhas; em quais você quer entrar?

Algo que se repete em todas as grandes plataformas da internet é o uso de recomendações que se baseiam no que nós já temos o costume de acessar.

O Facebook mostra mais posts das pessoas com quem mais interagimos, o Spotify apresenta músicas e playlists dos ritmos que mais escutamos, e até aqui no Medium: apesar do recurso ainda funcionar melhor para conteúdos em inglês, podemos encontrar textos recomendados sobre os assuntos que costumamos ler.

Por si mesma, essa prática não é um problema, ao menos na minha opinião. Acredito que as empresas podem fazer isso, mesmo que seja para nos manter mais tempo em suas plataformas.

Não é muito diferente do que fazemos em nossas relações sociais; se eu gosto de esportes, política e livros, quando converso com um amigo que gosta de livros, mecânica e viagens, nós vamos passar a maior parte do tempo falando sobre livros, e muito pouco sobre os outros assuntos.

Apesar disso, o foco em entregar mais do mesmo está acentuando as bolhas de opinião; um fenômeno que já existia antes da internet, mas ganha força conforme mais tempo passamos conectados nas redes sociais.

No exemplo que eu dei, eu e meu amigo vamos conversar sobre livros, mas ele vai me contar sobre a sua última viagem, e talvez eu me inspire e arrume as malas.

Em alguma rede social, se eu interagir com vários posts dele falando sobre livros, e nenhum sobre viajar, o que ele publica sobre essa última área pode simplesmente não aparecer no meu feed.

Nesse texto, eu não pretendo entrar muito na discussão sobre o quanto essas bolhas podem ser prejudiciais; algo que já foi abordado em centenas de sites e canais. Quero mostrar que podemos olhar essa realidade por um outro ângulo: se as “bolhas” existem, como podemos tirar proveito de sua existência?

As ferramentas usadas por empresas como o Facebook para recomendar conteúdos com base em nosso gosto não fazem distinção sobre qual conteúdo é de nosso gosto. Elas vão apenas selecionar elementos centrais das publicações que curtimos, comentamos e compartilhamos, e buscar outras publicações com os mesmos elementos.

No Youtube, por exemplo, basta assistir dois ou três vídeos sobre um assunto específico, e quando voltamos para a página inicial podemos ver que os Vídeos Recomendados trazem sugestões de mais conteúdos sobre o mesmo assunto.

A forma que eu encontrei para usar essas funções em meu benefício foi, simplesmente, criar uma conta separada nesses sites, e usá-la exclusivamente para ler ou assistir conteúdos que se relacionam aos meus objetivos.

Em que plataformas podemos aproveitar melhor essa dica?

Na minha opinião, o Youtube é onde podemos tirar o melhor proveito disso, pois quando você assiste vídeos de alguns poucos assuntos, ele realmente não indica nada que esteja fora desses interesses.

Aqui no Medium certamente podemos nos beneficiar das recomendações. Apesar da seção mais destacada no site indicar conteúdos com base nos interesses deles, basta rolar até o fim da página principal para encontrar textos sugeridos a partir do que costumamos ler.

Infelizmente, são oferecidos apenas conteúdos em inglês, mas o recurso é muito bom para quem lê nesse idioma.

O Instagram também é interessante, mas a área de pesquisa não é tão dependente das nossas preferências. O Facebook, na minha experiência, é quase irrelevante nesse aspecto, pois não possui uma seção de recomendados, e praticamente só mostra posts de quem já seguimos.

Até mesmo no Netflix, caso você tenha uma conta que permite vários perfis, é possível separar um deles para assistir filmes e documentários sobre temas específicos; mas o recurso funciona bem apenas para alguns poucos assuntos (desenvolvimento pessoal certamente é um deles, e podemos encontrar dezenas de bons conteúdos na plataforma).

A chave é ter atenção constante

Os filtros de recomendações não vão ajudar muito se você criar uma nova conta e usar ela para acessar publicações sobre vários assuntos. É melhor focar em apenas um ou dois, no máximo, para ter bom proveito com essa dica. Se você tem diversos interesses, pode criar diversas contas.

Além disso, é preciso ter um pouco de atenção para sempre saber que conta está usando, antes de abrir o conteúdo, já que as plataformas contam o acesso, e não tem como identificar se foi um engano.

Eu estou usando essa tática há pouco mais de um ano, e já encontrei pessoas que entregam conteúdos incríveis sobre desenvolvimento pessoal, autoconhecimento, produtividade e diversos outros assuntos interessantes, que eu nunca teria visto de outra forma.

Os agora famosos algoritmos, responsáveis por descobrir o que gostamos e recomendar mais do mesmo, provavelmente vão continuar “governando” a internet por pelo menos alguns anos.

Podemos brigar contra eles, ou simplesmente aprender como usá-los à nosso favor.

Site como Youtube, Facebook e Netflix certamente podem ser a maior fonte de distração de toda a história, ao mesmo tempo podem ser a maior fonte de informação a que um ser humano já teve acesso.

A decisão sobre como vamos usá-las depende apenas de alguns cliques no caminho certo.

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Samuel de Almeida
O Centro

Aquela bio com uma crise existencial por não saber me definir.