Desde sempre

Feh Ramon
O Centro
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2 min readFeb 6, 2018

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Eu sou capaz de apostar que eu e você temos algo em comum: a ansiedade.

Não é nada raro encontrar alguém que “sofra’’ desse mal ou que comente sobre isso. O que difere um caso do outro, acredito, são os diferentes graus de ansiedade e de como isso interfere (pro bem e pro mal) na vida de cada um.

Como não sou especialista vou tentar explicar o meu caso.

Desde de que me lembro sempre tive ansiedade. O que mais recordo sobre ela na infância era como eu esperava datas festivas e inicio das aulas. No Natal, eu era daquelas que passava o dia assistindo desenhos natalinos e perguntando para minha mãe se já era hora de se arrumar para esperar a Ceia.

Já adolescente, me lembro de essa ansiedade me atrapalhar um pouco. Ela era do tipo que me fazia pensar que ia dar tudo errado, que se eu falasse tal coisa iriam rir de mim, que se fizesse isso ou aquilo e blá blá blá…e no fim nunca acontecia nada do que eu pensava e tudo dava certo. Era só aquela vozinha que ficava dentro da minha cabeça me fazendo suar frio e pensar besteira.

Vejo que foi depois que eu comecei a trabalhar, e somente com o passar dos anos, que consegui equilibrar minha ansiedade.

Não que hoje ela não exista: ela está aqui, mas digamos que viramos amigas.

Foi como se eu olhasse para ela e falasse:

- Olha, eu sei que vai ser muito difícil você ir embora e já que vamos ter de conviver, que tal tentarmos nos entender?

E tem sido assim na maioria dos dias.

Obviamente, nos dias em que essa “minha amiga’’ está insuportável de chata, eu dou um remedinho para ela e as coisas passam a fluir melhor.

Mas, na maioria dos dias, posso dizer que ela me ajuda. E muito!

Você deve estar pensando: ansiedade ajuda onde Fernanda?

No meu caso, ela me move! Explico: quando estou ansiosa com alguma coisa, eu consigo acelerar e realizar. Exemplo: estou ansiosa com uma viagem. Essa ansiedade me faz pensar em tudo o que tenho que organizar, a deixar tudo pronto, a pensar em todos os possíveis imprevistos… E fazendo isso as chances de faltar alguma coisa ou algo dar errado alguma são bem pequenas (pelo menos nas minhas experiências sempre funcionou).

O mesmo acontece para compromissos. Sempre quero chegar logo e com isso raramente (praticamente nunca) me atraso. “Culpa’’ da ansiedade.

Então, com equilíbrio e um certo esforço mental da minha parte, hoje consigo ver benefícios nela.

É o que dizem: um dia de cada vez. Tem aqueles mais fáceis e outros em que o estômago parece que vai virar do avesso.

Mas vamos de mãos dadas.

Sei que ela será minha companhia por muito tempo.

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Feh Ramon
O Centro

Escritora amadora. Amante de shows. Contadora.