Crédito Imagem: https://unsplash.com

E você? Compartilharia?

Feh Ramon
O Centro
2 min readJul 19, 2017

--

Ah, a internet e suas maravilhas!

Hoje não somos capazes de pensar em nossas vidas sem ela. Não somos capazes de imaginar interagir com outras pessoas sem usar as redes sociais.

Conseguimos saber absolutamente TUDO, de QUALQUER lugar, no MOMENTO em que está acontecendo.

Isso é bom? Óbvio que é.

Mas a internet e suas redes não são só de maravilhas. Se hoje conseguimos encurtar tantas distâncias pelos aplicativos, encurtamos também a nossa capacidade de distinguir o que deve ou não ser visto. Estamos na era dos comentários e dos julgamentos sem que se saiba dos fatos.

E é aí que mora o perigo: devemos mesmo compartilhar TUDO que se vê?

Existe um limite?

Eu me lembro de que quando era criança e entrava em algum assunto de “adulto’’, minha mãe logo me corrigia dizendo que “tem coisas que não é para se falar’’.

Será que desaprendemos tudo que nos foi ensinado e já não temos mais “filtro’’ para nada?

Um caso que me chamou atenção nesses últimos tempos foi sobre o ator Fábio Assunção. Você deve ter visto que ele foi filmado em estado não normal e se envolveu em confusão. Minha citação aqui não é para falar sobre o estado dele ou sobre o ocorrido (pois não me interessa, não é mesmo?), mas sim, para dizer que ali, naquele momento, havia pessoas que ao invés de seguirem suas vidas, ou de tentar ajudar um cara que nitidamente não estava no seu melhor estado, fizeram o que? Filmaram. Debocharam. COMPARTILHARAM.

E a troco de que? De ser a pessoa mais bacana nos grupos do WhatsApp? De ser quem deu “um furo de notícia”? Ou por que é tão automático ter o celular em punho e filmar QUALQUER COISA, sem pensar?

Isso me assusta.

Crédito Imagem: Google

E esse é apenas um dos casos que acontecem todos os dias. Vocês devem já ter recebido ou ouvido falar de vídeos de velórios, de acidentes, de revenge porn…

Tudo isso é reflexo de um mundo em que compartilhar é um exercício automático ou seria esse um reflexo de nós mesmos?

Vamos começar a pensar nisso? Pensar na hora de enviar piadinha racista, fotos de pessoas em situações embaraçosas, notícias as quais não sabemos se são verdadeiras.

Se fizermos nossa parte no mundinho virtual, quem sabe o nosso mundo real comece a se tornar um pouco menos impiedoso.

--

--

Feh Ramon
O Centro

Escritora amadora. Amante de shows. Contadora.