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Nosso jeitinho

Feh Ramon
O Centro
Published in
2 min readJul 1, 2017

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Quando recebi o tema desta quinzena do Centro, de imediato achei que faria um texto com tom pessimista. Afinal, nosso país está longe de viver seus melhores dias. Entretanto, por esse mesmo motivo, pensei: e se eu tentar olhar por um prisma mais positivo?

Todos já ouvimos a expressão “jeitinho brasileiro’’. E geralmente o entendemos como tomar vantagem ou como algo negativo.

Mas será que esse jeitinho que damos é tão ruim assim? Seria só esperteza, suborno?

Nem todo jeitinho é ruim. Temos de vê-lo como algo característico de nosso povo, como um lado conciliador, que nos consegue soluções para o impossível. Soluções essas que deveriam ser oferecidas pelo governo, que tanto nos desampara.

Esse lado positivo vem nos aliviar da vida oprimida que temos. Somos um povo criativo. Pensamos em soluções não óbvias.

Nós, brasileiros, damos um jeitinho e as coisas acontecem.

Mas você deve (e pode) estar pensando: muitos jeitinhos que damos são formas de burlar a lei, como furar fila, fazer documento falso, estacionar em vaga proibida, pagar para fazerem um trabalho da faculdade para você, piratear coisas originais, entre TANTAS outras coisas.

Sim, esses exemplos são de pequenas corrupções que vemos no dia a dia. E NÃO, não acho que esse tipo de jeitinho seja positivo.

Quero focar aqui nesse sentimento que a gente tem de conseguir resolver tudo indo à luta, tentando falar com quem seja preciso, tentando sempre estender a mão a quem precisa.

Sentimento de acreditar que nosso otimismo (sim, ele existe) nos salva de tantas coisas ruins.

Vemos tantos exemplos de pessoas que recebem inúmeros “nãos’’ e que mesmo assim não desistem. Temos tantos casos de empreendedores que não tinham mais motivação alguma, para quem bastou apenas uma boa ideia para fazer suas contas (e vidas) entrarem no eixo.

Tantos professores que diante de diversas dificuldade em escolas públicas usam e abusam da criatividade para não deixar seus alunos na mão.

Isso tudo é dar um jeitinho! E que bom que ele existe.

Enquanto muitos se contentam com o ponto final, nós brasileiros preferimos a curva.

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Feh Ramon
O Centro

Escritora amadora. Amante de shows. Contadora.