O amor é uma escolha

E eu escolho não amar

Carol Oliveira
O Centro
3 min readMar 13, 2018

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Photo by Alysa Bajenaru on Unsplash

Talvez o seu All Star azul não combine tanto assim com o meu preto de cano alto, e sabe porquê? Porque eu nem tenho um All Star. Não faz mais meu estilo. Muita coisa não faz mais meu estilo e mudar tanto de opinião e de visão me fez querer não amar.

Eu escolho não amar. Cansei, sabe? Olho em volta, vejo diversas pessoas se apaixonando e se jogando de cabeça em qualquer relação que mostre um pouco de reciprocidade, mas eu já não vejo sentido em confundir as coisas.

Sabe aquele olhar que você flagrou do crush e acha que é alguma coisa? Pois é, não é nada. É só um olhar, igualzinho a todos os outros que você dá e recebe todos os dias dos vários crushes que você continua acumulando na esperança de que algum dia se torne algo mais.

Sabe aquele tão esperado “Oi” que você recebeu do crush? Pois é, também não significa nada. Você continua achando que uma palavra de duas letras é capaz de despertar um sentimento maior? Não é, e nunca vai ser. O crush veio perguntar seu nome ou o número do WhatsApp? Pois é, lá vamos nós de novo entrar no mesmo sistema de conversar, conversar, conversar e um dia a conversa esfria muito antes de você ter a chance de ter um contato pessoalmente.

Pra quê escolher algo que você já sabe onde vai dar?

Não consigo ver razão em começar tudo de novo sabendo que não há novos caminhos a se percorrer. Você pode achar que estou errada, que perdi a esperança no amor, logo eu, a sagitariana apaixonada que não perdia a oportunidade de mergulhar em novas paixões. Mas eu cansei.

Continuar procurando algo para me distrair ou para preencher um vazio que já nem existe mais perdeu o sentido. O amor romântico já não me interessa. Só de pensar em ter que paquerar alguém, descobrir o nome, pedir o WhatsApp ou tentar uma abordagem pessoalmente, começar a conversar, conhecer a pessoa, esperar pra ver no que dá… Tudo isso já me dá uma preguiça fenomenal.

Preguiça de amar. Isso existe? Se não existe, tô inventando. Eu abro mão do amor romântico em prol da minha liberdade recém conquistada. Porque, por mais que você ache que pode ser quem quiser e viver o que quiser ao lado de outra pessoa, na real não funciona tão bem assim.

Eu posso escolher entre estar com uma pessoa na sexta-feira à noite, assistindo um filminho em casa ou mesmo sair pra comer, mas prefiro a liberdade de estar em qualquer lugar com quem eu quiser.

Escolho conhecer diversas pessoas e fazer amigos que podem me acompanhar por toda a vida invés de escolher apenas uma pessoa pra me acompanhar nessa jornada.

Escolho decidir o que fazer do meu futuro. Se compro uma casa, alugo um apartamento ou vou morar na Patagônia, sem precisar levar em consideração o que a outra pessoa quer fazer com o futuro dela e esperar que ela me acompanhe ou que eu tenha que acompanhar ela.

Escolho o que comer (quem nunca teve que escolher pizza num dia que queria comer Sushi), onde ir, com quem ir, quando ir, quando voltar. Escolho viver da minha maneira. O amor é uma escolha e eu escolho não amar outra pessoa porque eu já escolhi quem amar.

Eu escolhi me amar e encontrei a reciprocidade que sempre sonhei.

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Carol Oliveira
O Centro

Diante de tudo, escrever ainda é a melhor solução.