Toma aqui uns cinquenta reais

Roberta Roth
O Centro
Published in
2 min readJun 1, 2017

Receba agora 50 pilas imaginários e me diga: é muito? É pouco?

Vocês tão ligados que dinheiro não passa de um papel (metido a besta, feito de algodão) com uns números impressos, né? Mas, além de R$ 50 variar entre ser muito ou pouco, dependendo do seu conceito e do seu momento pessoal, dinheiro pode representar muito ou pouco dependendo também da pessoa, e não do quanto ela tem na carteira ou na conta bancária.

Eu, por exemplo, acho R$500 mil muito dinheiro hoje. Muito mesmo. Acho que eu ia ter uma certa dificuldade inicial para gastar uma quantia dessas caso a bolada caísse toda de uma vez no meu colo. Mas, para quem tem jatinho para manter, helicóptero e equipe na sua folha de pagamento, imagino que esse valor seja apertado.

Eu não tenho a necessidade de um helicóptero. Eu quase não tenho a necessidade de um carro (e por isso não tenho um). Acho que isso faz o montante mencionado antes me parecer muito dinheiro.

Mas se eu parar para pensar em algumas das coisas que eu certamente quero fazer durante a vida, esse valor certamente dá a impressão de ser um tanto pequeno. Passagens de avião não são baratas. Fazer a Transiberiana exige, na bucha, um valor maior do que eu já tive no momento de pico da minha poupança. E eu geralmente não me importo de ficar em hostels, contanto que sejam limpinhos, mas adoraria me hospedar em bangalôs no Taiti.

Bangalôs no Taiti.

No fim das contas, dinheiro é uma coisa que representa tantas outras coisas diferentes, de acordo com o objetivo ou a necessidade que se tem. O que me faz pensar que, de certa forma, as pessoas em geral colocam um valor superestimado nas cifras.

Afinal, elas são apenas um papel (de novo, eu sei) que representa algo. Se você não tem dinheiro, existem outras formas de adquirir coisas que são necessárias ou nem tanto. O bom e velho escambo existe até hoje e é super menosprezado nas cidades grandes, mas uma cabeleireira bem conceituada no interior do Rio Grande do Sul troca serviço por feijão ou milho. Não tô mentindo, posso passar o contato.

Agora, o que eu faria se Naiara Azevedo estivesse oferecendo a mim o mencionado aqui no título?

Passa essa onça pra cá que eu digo.

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Roberta Roth
O Centro

Jornalista, Brasileira e em dúvida. Já deitei no trilho do tram em Amsterdã.